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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 16

Stefanos

O silêncio no quarto era um peso esmagador.

Eu ainda tentava entender onde errei.

Ela estava entregue a mim. Eu senti. Seu corpo cedeu sob minhas mãos, seus gemidos foram reais. Não havia medo antes... só desejo. Então o que diabos aconteceu?

Eu nunca precisei perguntar o que uma mulher queria. Eu sabia. Sempre soube. Meu toque sempre foi um comando que elas queriam seguir. Mas com ela...

Rosnei, irritado.

"Você foi muito sedento demais," murmurei para meu lobo.

Ele grunhiu em resposta, incomodado.

"Assustou a garota," continuei, minha voz carregada de frustração. "E agora temos que resolver essa merda."

Meu lobo não gostou da acusação, mas também não discutiu. Ele sabia que eu estava certo.

Suspirei pesadamente, sentindo a tensão correr pelos meus músculos. Eu precisava me acalmar antes que fizesse algo idiota.

Andei até a mesinha ao lado da cama e peguei a pequena caixa de som. Conectei meu celular e deslizei os dedos pela tela, escolhendo uma das músicas que costumava me acalmar.

Música clássica, instrumental. Minha única fraqueza.

O som suave começou a preencher o quarto, tentando silenciar o caos na minha mente.

Mas não adiantou.

Minha frustração ainda estava ali, queimando sob a pele, pulsando no sangue quente que corria pelo meu corpo.

Merda. Eu ainda queria Nuria.

Não apenas para me satisfazer—mas para dobrá-la por inteiro. Para ver até onde ela resistiria antes de finalmente ceder a mim.

Bufei, tirando a camisa e a jogando de qualquer jeito sobre a cadeira. Caminhei até o closet, pegando um short de dormir e indo direto para o banheiro.

A água quente bateu contra meus ombros tensos, escorrendo pelo meu peito, mas não trouxe alívio.

Eu não queria me aliviar ali. Não seria o suficiente.

Eu queria foder Nuria.

Meu punho bateu contra a parede do chuveiro, a frustração correndo como uma corrente elétrica pelo meu corpo.

E então, percebi.

Eu a chamei pelo nome.

Meu maxilar travou.

E ela nem percebeu.

Passei a mão pelo rosto, sentindo a água escorrer por minha pele. Isso estava fugindo do controle. Ela estava fugindo do meu controle.

Fechei os olhos e respirei fundo, tentando sufocar o desejo bruto que me dominava.

Eu não sou um lobo que perde o controle. Nunca fui.

Mas ela...

Ela era o maldito caos.

Terminei o banho rapidamente e saí, secando o cabelo com uma toalha jogada sobre os ombros. Vesti apenas o short e passei a toalha pelo rosto, sentindo o frescor do ar frio ao sair do banheiro.

Mas então, parei no meio do quarto.

Ela estava ali.

Sentada na beira da minha cama, ao lado da caixa de som.

Seus olhos estavam fechados, os lábios levemente entreabertos, o corpo imóvel.

A música tocava suavemente, mas parecia envolvê-la completamente.

Hipnotizada.

Minha respiração ficou presa na garganta.

O chá fumegava sobre a bandeja ao lado dela, intocado, como se ela nem tivesse percebido que estava ali.

Mas a expressão em seu rosto...

Era pura devoção.

E então, eu entendi.

Meus olhos desceram para suas mãos.

Os calos.

As malditas marcas nos dedos dela.

Isso não era de limpeza. Não era de trabalho braçal.

Ela toca.

Algum instrumento de corda.

Eu soltei sua mão e caminhei para fora do quarto. Ouvi seus passos hesitantes atrás de mim, e um sorriso quase se formou em meus lábios.

Quase.

Passei por alguns corredores, meus pés seguindo um caminho que eu não fazia há anos. Cada porta que eu deixava para trás trazia uma memória diferente, mas nenhuma delas era forte o suficiente para me distrair do que eu estava prestes a fazer.

Finalmente, parei diante de uma porta de madeira escura, coberta por uma fina camada de poeira.

Nuria parou atrás de mim.

Ela não perguntou nada. Apenas esperou.

Destranquei a porta e a empurrei, acendendo as luzes.

O cômodo ganhou vida.

O cheiro de madeira antiga, verniz e cordas ressecadas preencheu o ar.

Ouvi o suspiro suave de Nuria antes mesmo de me virar para ela.

Ela havia entrado devagar, os olhos arregalados enquanto absorvia tudo ao seu redor.

E eu esperei.

Esperei para ver sua reação ao ver meu mundo.

O estúdio estava repleto de instrumentos.

Violinos, violoncelos, contrabaixos, harpas, trompas, flautas.

Minha família possuía instrumentos suficientes para uma orquestra inteira.

Por um longo momento, Nuria ficou completamente imóvel.

Então, lentamente, seus pés se moveram.

Ela começou a caminhar pelo cômodo, os olhos brilhando com algo diferente.

Algo puro.

Ela passava os dedos pelas madeiras esculpidas, pelas cordas finas, pelas teclas de marfim.

Eu fiquei ali, parado, apenas observando.

E naquele momento, tive certeza.

Nuria não era apenas alguém que gostava de música.

Ela vivia para ela.

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