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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 20

Música do capítulo: Middle of the night (violin) Joel Sunny, Dramatic Violin

Nuria

Me afastei da sala de jantar assim que Stefanos me deu permissão.

Meu coração ainda martelava contra as costelas, cada batida reverberando a energia das notas que eu havia acabado de tocar.

Ah, como era bom me sentir eu novamente.

Mas as palavras de Johan ecoavam em minha mente como um alerta silencioso.

O garoto não estava feliz com as reações do tio.

E isso significava problemas.

Ignorei a inquietação que começava a rastejar sob minha pele e apressei o passo, subindo as escadas com pressa até o corredor silencioso do segundo andar.

Abri a porta da sala de música e entrei.

O ar ali dentro era diferente.

Mais puro.

Mais meu.

A poeira subia em redemoinhos suaves conforme eu deslizava o pano sobre o tampo do piano de cauda.

O silêncio daquele lugar era quase sagrado.

E, por um instante, eu pude respirar.

Não era um silêncio ruim, daqueles que esmagavam. Era um silêncio que respirava, que trazia uma sensação estranha de pertencimento.

Era um silêncio meu.

Ou pelo menos deveria ser.

Eu já estava ali há mais de uma hora, limpando cada peça com a paciência de um devoto. Meus dedos deslizavam pelas superfícies de madeira envelhecida, pelos metais polidos, pelos arcos de cordas que um dia vibraram em perfeita harmonia.

A sala estava esquecida. Mas eu não permitiria que continuasse assim.

Era a única coisa em toda essa maldita fortaleza que realmente me interessava.

A única coisa que me fazia sentir que ainda era eu.

Suspirei, passando os dedos pelo estojo do violino Stradivarius.

Minha vida inteira, eu sonhei em segurar um desses.

Agora, ele estava aqui.

Diante de mim.

E, ironicamente, eu estava presa.

Uma risada seca escapou dos meus lábios. O universo tinha um senso de humor cruel.

"Uau..."

O som da voz me fez sobressaltar.

Me virei bruscamente e vi Jenna parada na porta, os olhos arregalados, observando a sala com uma mistura de fascínio e hesitação.

"Como você entrou aqui?" perguntei, estreitando os olhos.

Ela riu, encolhendo os ombros. "Por algum milagre a porta estava aberta."

Franzi a testa.

Eu tinha certeza de que a fechei.

Ou Stefanos a deixou aberta propositalmente?

"Você quer alguma coisa?"

Jenna hesitou, mas então sorriu. "Na verdade, eu queria saber se posso ajudar. Fazia muito tempo que eu tinha curiosidade sobre o que tinha atrás dessa porta."

Meu primeiro instinto foi dizer não.

Esse lugar era meu.

Minha única distração. Meu único refúgio.

Mas então vi o brilho genuíno de curiosidade nos olhos dela.

Ela não era uma ameaça. Era só uma criança.

Soltei um suspiro e joguei um pano em sua direção. "Tudo bem. Mas cuidado com tudo. Estamos falando em milhares de dólares aqui dentro e se uma coleção inestimável para o Alfa."

Jenna pegou o pano no ar, o sorriso se alargando. "Pode deixar, chefe."

Revirei os olhos, mas deixei passar.

Ela começou a limpar um dos suportes de partitura, enquanto olhava ao redor, fascinada.

"Isso é incrível..." murmurou. "Eu nunca vi tantos instrumentos juntos."

"É realmente fascinante," admiti, antes de me dar conta de que estava falando mais do que deveria.

Ela ergueu os olhos para mim. "Então você não cresceu em uma família musical?"

Engoli em seco.

"Mais ou menos."

Jenna percebeu minha relutância e mudou de assunto.

"Você toca só violino?"

"Violino e piano," respondi, sem pensar.

Ela arregalou os olhos. "Sério? Nossa, o Alfa realmente deve estar obcecado por isso. Ele ama música clássica."

Meu corpo enrijeceu.

"Como assim?"

Ela riu. "Ele tem uma coleção gigantesca de discos e partituras. O Alfa sempre gostou de música, mas nunca teve tempo de realmente aprender a tocar algo. A governanta me disse que tem outro quarto com uma enorme coleção de coisas antigas."

Franzi a testa.

Isso era novo.

Nunca imaginei que Stefanos gostaria de coisas assim.

Jenna continuou, inconsciente da confusão em minha mente.

"Ele nunca deu atenção a ninguém como está dando a você."

Meu coração pulou uma batida.

"Pare de dizer bobagens."

Ela deu de ombros. "Todo mundo está comentando. O Alfa nunca se importou com criadas. Mas com você..."

Eu senti minha garganta secar.

"Ele não se importa comigo," cortei, ríspida.

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