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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 25

Música do capítulo: Young and Beautiful (Violin) - Dramatic Violin

Stefanos

O motor do carro rugiu uma última vez antes de silenciar diante da mansão. Os pneus trituraram a terra úmida, o som ecoando no ar frio da manhã.

A porta se abriu com um estalo seco, e eu desci sem hesitar.

Os lobos estavam ali. Guerreiros treinados, leais, prontos para enfrentar qualquer ameaça. Mas ao me verem, seus corpos enrijeceram.

Eles sentiram.

O cheiro de sangue, suor e fúria ainda impregnado em minha pele.

A raiva pulsante em cada fibra do meu corpo.

Eu os observei brevemente, e nenhum deles ousou me encarar. Como deveria ser.

Eu estava ferido. Machucado.

E, ainda assim, continuava sendo o predador mais letal ali.

Sem olhar para ninguém, segui em direção à casa.

Cada passo meu era um aviso: fiquem fora do meu caminho.

O cheiro da madeira e do fogo da lareira se misturava ao aroma metálico do sangue seco em minhas roupas. Meus músculos estavam rígidos, exaustos, mas a dor era o menor dos meus problemas.

O verdadeiro incômodo vinha da raiva fervendo sob minha pele.

Eu caí em uma emboscada.

Eu.

O executor do Alfa Supremo.

O lobo que nunca deveria ser pego de surpresa.

E, ainda assim, eles tentaram.

E falharam, claro.

Mas o simples fato de terem conseguido me tocar... de terem arrancado sangue de mim... era inaceitável.

Meus punhos cerraram ao lembrar dos golpes, das armadilhas, dos olhos dos meus inimigos acreditando, por um instante, que tinham alguma chance contra mim.

Tolice.

Se algo podia me consolar, era saber que eles não estavam em uma condição melhor do que eu.

E que, em breve, eu terminaria o que comecei.

Atravessei a entrada da mansão, e o efeito foi imediato.

O silêncio.

Os criados congelaram no lugar.

Os olhares abaixaram.

As respirações se tornaram mais contidas.

O medo era palpável no ar.

Bom.

Que todos sentissem.

Meus passos eram lentos, pesados. Cada músculo gritava para que eu descansasse, mas a fúria me mantinha em pé.

Foi quando a vi.

Nuria.

Ela estava mais à frente, segurando um pano de limpeza nas mãos. Seus olhos encontraram os meus, e por um instante, vi algo ali.

Surpresa.

Hesitação.

E, então, aquele brilho desafiador que parecia nunca desaparecer.

Parei diante dela e soltei um rosnado baixo, gutural.

"Pegue o violino e me acompanhe."

Ela piscou, confusa.

"O quê?"

Meu maxilar se contraiu. Eu não estava com paciência para isso.

"É surda, por acaso? Agora."

Ela hesitou apenas um segundo, mas meu olhar a fez ceder.

Soltou o pano, limpou as mãos na roupa e saiu, voltando pouco tempo depois com o estojo do violino em mãos.

Ela me seguiu em silêncio.

Mas seu cheiro...

Ela estava em alerta.

Eu sentia sua tensão. A forma como seus passos desaceleraram quando percebeu a direção que tomávamos.

O corredor principal.

A escada.

O segundo andar.

Meu quarto.

Ela parou no batente, hesitante.

"Entre."

Ela ergueu o queixo, tentando disfarçar.

"Não é medo."

"Então entre e toque."

Ela desviou o olhar, seu cheiro ficando mais ácido.

Eu já sabia.

Ela não gostava dessa situação.

Mas não tinha escolha.

Virei de costas, puxando com impaciência as últimas peças de roupa, o tecido rasgado deslizando pela minha pele ferida antes de cair ao chão.

Sem me importar com mais nada, entrei na banheira, sentindo a água quente começar a subir ao redor do meu corpo.

O calor deveria aliviar a dor, mas não era suficiente. Não era nada comparado à fúria que ainda queimava dentro de mim.

Foi então que percebi.

O silêncio.

Se estendendo por tempo demais.

Se tornando um peso no ar.

"Você está testando uma paciência que eu não sinto nesse momento, loba. Se gosta da sua pele, é melhor que comece a tocar de uma vez, antes que eu arranque seu couro.

"Eu não vou tocar enquanto você está nu. Se me permitir, posso tocar do corredor."

Dei uma risada curta.

"Isso não é um pedido, Nuria."

Ela inspirou fundo, irritada.

"Isso é ridículo. Se quer descansar, faça isso sem precisar de música."

A paciência que eu não tinha se esgotou.

"Toque, ou te deixarei em um estado pior do que eu estou."

Ela desviou o olhar rapidamente, suas bochechas corando.

Mas, no fim, obedeceu.

Resmungou algo inaudível e abriu o estojo do violino e se posicionando logo em seguida.

A primeira nota ecoou pelo quarto.

Fechei os olhos.

Não porque queria apreciar a música.

Mas porque, agora desde que saí daquela maldita missão, eu poderia apenas existir.

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