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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 30

Nuria

O Alfa me seguia.

Seus passos eram pesados, precisos, cada um deles carregado com a mesma brutalidade de sua presença. O ar ao meu redor parecia carregado, como se fosse denso demais para respirar.

Eu não precisava olhar para trás para saber que ele estava ali.

Stefanos dominava cada centímetro da casa, e, agora, ele me cercava como se eu fosse algo a ser estudado. Um lobo rondando sua presa.

Minha loba se encolheu.

Eu não tinha forças para desafiá-lo. Não hoje.

Então, mantive o olhar baixo e segui para a cozinha, ouvindo seu rosnado baixo vibrar atrás de mim.

Ele não estava para brincadeiras.

E eu sabia que, se quisesse continuar viva, não poderia testá-lo.

Assim que entrei na cozinha, os poucos empregados que ainda estavam ali congelaram. Não era comum que Stefanos aparecesse nesse espaço da casa.

"Sumam daqui." ele mal terminou e todos correram para fora.

Ele se aproximou da mesa onde os empregados faziam suas refeições e puxou uma cadeira, sentando-se sem pressa.

Então, me olhou.

Seu olhar era desafiador.

A mensagem estava clara: vamos ver do que você é capaz, Submissa.

Minha mandíbula travou.

“Alguma preferência?” perguntei, tentando não demonstrar irritação.

Ele arqueou uma sobrancelha, um brilho de divertimento passando rapidamente por seus olhos prateados.

“Surpreenda-me.”

Típico.

Não me deu nada para trabalhar, então só me restava confiar na minha intuição.

Pensei no que minha mãe fazia quando meu pai ou meus irmãos se feriam em treinos ou voltavam exaustos do trabalho pesado.

Sopa.

Algo quente. Algo que restaurava as forças. Algo que me lembrava casa.

O problema era que aquela casa não existia mais.

Me concentrei na tarefa, indo até os armários e reunindo os ingredientes que precisava. Minhas mãos se moveram por puro instinto, separando os temperos, cortando os vegetais, aquecendo a panela.

Mas eu sentia.

Os olhos dele sobre mim.

Cada movimento meu era seguido.

Fingi ignorar.

O cheiro da comida começou a se espalhar pela cozinha, preenchendo o ar com um calor inesperado. Eu me permiti respirar fundo, tentando focar apenas na sopa, mas a voz dele cortou o silêncio:

“Sinto que você quer me contar algo.”

Meu corpo enrijeceu.

Segurei a colher mais forte do que deveria.

“Nada que o interesse.”

Ele soltou um som baixo, quase um riso.

“Submissa, submissa…” Ele se recostou na cadeira, relaxando o corpo, mas seus olhos ainda estavam afiados. “Se for sobre Diana, então me interessa.”

Me virei levemente, sem encará-lo por completo.

Ele já sabia.

Claro que sabia.

Ele havia me alertado sobre Diana, então por que eu deveria me preocupar em contar algo que ele já havia percebido?

Mas então meus próprios pensamentos me traíram.

Se ele sabia… então por que me perguntava?

Fechei os olhos por um instante.

Eu podia simplesmente ignorar.

Mas a verdade já estava presa na minha garganta.

Suspirei, larguei a colher e peguei a faca para cortar algumas ervas.

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