Entrar Via

Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 33

Nuria

O sono ainda me envolvia como um manto quente quando meu cobertor foi brutalmente arrancado de cima de mim.

O frio da manhã atingiu minha pele, me fazendo estremecer.

Eu me encolhi, tentando puxar as cobertas de volta, mas elas haviam desaparecido.

E então percebi.

Que tinha alguém no meu quarto.

Ou melhor… Stefanos.

Abri os olhos de repente, piscando contra a penumbra do quarto. A primeira coisa que vi foram as pernas longas e firmes de um lobo parado ao lado da minha cama.

A segunda foi o brilho prateado de seus olhos me observando com frieza.

Minha respiração parou por um instante.

Ele segurava minha coberta casualmente em uma das mãos, como se tivesse todo o direito de simplesmente arrancá-la de mim. Como se minha privacidade não existisse.

Mas o que realmente me instigou não foi isso.

Foi o jeito que ele me olhava.

Seu olhar desceu pelo meu corpo devagar. Avaliando. Medindo.

E, por um instante, antes que ele pudesse esconder…

Eu vi.

Desejo.

Ele desviou os olhos rápido, seu rosto voltando à máscara impassível de sempre. Mas eu vi.

E meu corpo reagiu a isso de um jeito que me irritou profundamente.

"Levante-se, Submissa."

Eu pisquei, ainda atordoada.

"A essa hora? Tá brincando comigo?"

"Achei que quisesse vingança. Ou prefere continuar sendo uma inútil?"

Minha loba rosnou, me forçando a me sentar na cama.

"Não pode esperar o sol nascer para me torturar?"

Ele apenas jogou um conjunto de roupas para mim, sua expressão impassível.

"Vista-se. Ou eu te arrasto para fora assim mesmo."

Eu me levantei com um suspiro pesado, pegando as roupas. Seus olhos ainda estavam sobre mim, pesados, intensos.

Quando passei por ele para ir até o banheiro, senti o calor do seu corpo próximo demais do meu. Ele não se afastou.

E eu também não.

Mas antes que algo se intensificasse, entrei no banheiro e fechei a porta.

Idiota.

"E não demore, odeio atrasos." Me vesti de maneira demorada, tentando despertar todo meu corpo para aquele tormento. Nunca fui de treinar forte. Eu tinha apenas uma dedicação em minha vida, melhorar minha habilidade no violino e talvez esse tenha sido meu maior erro.

Tentei não deixar que minha mente voltasse ao passado.

Me olhei no espelho por um momento, amarrando meus cabelos negros em um rabo de cavalo e respirei fundo pela última vez antes de sair.

"Se for essa lesma todo dia de manhã, não irei ajudá-la com seu propósito. Lobos preguiçosos não tem vez no campo de batalha." seu olhar severo me reduziu um pouco mais.

"Não tenho dormido bem. Então sim, estou cansada e não com preguiça, alfa." falei passando a sua frente. Sai em direção a entrada da casa já procurando o carro e parei olhando de forma interrogativa para ele. "O carro ainda não está pronto para irmos?"

Meu sorriso convencido fez os olhos dele se estreitarem.

"Vamos nos aquecer antes do treinamento. A corrida é um ótimo exercício."

Meu queixo caiu um pouco.

Ele só podia estar brincando.

Mas antes que eu pudesse abrir a boca para contestar, Stefanos já estava correndo.

Fiquei parada por um segundo, olhando para o nada, incrédula.

"Filho da mãe."

Soltei um suspiro pesado, xingando baixo antes de sair atrás dele.

O ar frio da manhã cortava minha pele enquanto corríamos pelo caminho de terra em direção ao centro de treinamento da alcateia.

Stefanos não falou nada no caminho.

Apenas correu.

E esperava que eu o acompanhasse.

Meu corpo ainda não estava desperto o suficiente para isso. Minha mente gritava que eu precisava desacelerar, que meus músculos não estavam preparados para esse esforço repentino.

Mas eu não queria reclamar.

Não queria dar a ele esse prazer.

Então, segui em frente.

Quando finalmente chegamos ao campo, minha respiração já estava acelerada. Mas o que realmente me paralisou não foi o cansaço.

Foi o cenário diante de mim.

Era diferente de tudo que eu já tinha visto.

Minha alcateia tinha guerreiros, mas nada assim. Nada tão disciplinado. Nada tão letal.

Os lobos treinavam como soldados. Cada movimento era preciso. Cada golpe tinha um propósito.

Nada era por acaso.

E era assustador perceber o quanto aquilo me lembrava Solon.

Mas ao mesmo tempo… não lembrava.

Porque, ao contrário da Alcateia Invernal, não havia brutalidade gratuita ali.

Cada um sabia o que estava fazendo. Cada um estava ali porque escolheu estar.

Isso era o que tornava a Alcateia Boreal tão temida.

E eu não fazia parte daquilo.

E nem sei se queria fazer.

Stefanos seguiu até o centro do campo sem hesitação.

Os outros lobos notaram sua presença imediatamente. As conversas diminuíram, os olhares se voltaram para ele.

Mas também… se voltaram para mim.

Havia curiosidade.

Desconfiança.

E desprezo.

Ignorei os olhares.

Ou tentei.

"Vamos ver do que você é capaz."

Stefanos anunciou as palavras como se fosse um veredito de morte.

E talvez fosse.

"Certo Nuria, é aqui que vamos treinar todos os dias. Sem folga e sem descanso. Não há espaço para que o inimigo te pegue desprevenida."

"Sei disso da pior forma possível." falei sei olhar diretamente para ele.

Os primeiros exercícios foram pura tortura.

Corrida, resistência, força.

Meus pulmões queimavam, minhas pernas tremiam. Eu não era uma guerreira.

Eu nunca fui treinada para isso.

O máximo que eu fiz foi lutar para sobreviver.

Mas sobreviver não era o mesmo que lutar.

E eu estava sentindo isso na pele.

Meus reflexos não eram tão rápidos. Minha força não era suficiente. Minha única vantagem era minha inteligência.

Mas inteligência não vencia uma luta quando se estava de joelhos no chão.

Eu caí.

Mais de uma vez.

E Stefanos viu tudo.

Seus olhos me seguiam o tempo todo. Ele não dizia nada, mas eu sabia o que ele estava pensando.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores
Você poderá ler este capítulo gratuitamente em:--:--:--:--

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Capturada pelo Alfa Cruel