Entrar Via

Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 35

Nuria

O motor do carro rugia contra a estrada de terra, enquanto o vento cortava o silêncio pesado dentro do veículo.

Meus músculos ainda protestavam após o treino. Cada parte do meu corpo latejava, me lembrando da humilhação que passei hoje. Mas o desconforto físico era o menor dos meus problemas.

Rylan dirigia com uma calma irritante, uma mão no volante, a outra descansando casualmente no câmbio. Seu olhar, no entanto, não era tão relaxado. Ele me observava pelo canto dos olhos, avaliando cada pequeno detalhe da minha expressão.

"Então, o treino foi intenso, hein?" Sua voz era leve demais para o cansaço que ainda pesava sobre mim.

"Foi só o primeiro dia," murmurei, mantendo meu olhar fixo na paisagem passando rápido do lado de fora.

"É..." Ele riu de leve, batendo os dedos contra o volante. "E já conseguiu tirar o nosso Alfa do eixo."

Meus ombros ficaram tensos.

"Não faço ideia do que está falando."

"Ah, não?" Ele inclinou a cabeça na minha direção, um sorriso torto brincando nos lábios. "Você chegou e, de repente, temos um Stefanos mais irritado do que o normal. Isso é um feito e tanto."

Me limitei a desviar o olhar, mantendo a boca fechada.

"Dois Alfas com os olhos sobre você," ele continuou, como se estivesse apenas pensando alto. "Isso não é comum, Nuria. O que exatamente você está escondendo?"

Meu estômago se revirou.

"Você está sendo equivocado. Fui sequestrada duas vezes. Nunca pedi essa atenção."

"Talvez não..." Ele estreitou os olhos, ainda sorrindo de forma provocativa. "Mas sabe o que é estranho? Stefanos nunca perde o controle. E agora parece que está a um passo de explodir."

Meus dedos apertaram o tecido da calça.

"Não faço ideia."

Rylan ficou em silêncio por um instante, mas seu sorriso não sumiu.

"Se você diz..."

O carro desacelerou ao se aproximar da mansão, e eu soltei um suspiro involuntário ao ver os portões se abrirem. Mas o alívio durou pouco. Assim que parou o carro algo nele pareceu mudar. Ele desceu do carro e esperou até que eu fizesse o mesmo.

"Vamos," ele disse indo em direção a porta, esperando que eu o seguisse. "Tenho ordens para entregar você direto para a governanta."

A governanta já estava à espera na entrada, o olhar afiado analisando cada detalhe meu. Poeira no cabelo. Mãos machucadas. Respiração ainda descompassada.

Rylan ergueu uma sobrancelha e fez um gesto para mim.

"Ela é toda sua, senhora Teodora. O Alfa quer a casa impecável para a chegada do Alfa Supremo."

Meu corpo enrijeceu.

"O quê?" Minha voz saiu mais alta do que pretendia.

"O Alfa Supremo virá até aqui?"

Rylan sorriu como se estivesse se divertindo com minha reação.

"Ah, sim. E ele quer um banquete digno. Imagino que terão bastante trabalho."

"Obrigada pela informação, Rylan. Tomarei as medidas necessárias."

Ele se afastou, deixando o caos para trás.

A governanta não perdeu tempo.

"Todos para o salão principal. Agora!"

"Ótima pergunta." Teodora parecia animada.

Continuei distraída, mas então, vi para onde íamos.

O maior salão. O mais antigo. O mais simbólico.

Meu coração deu um salto.

Aquele salão não era usado há anos.

E era ali que fariam a celebração da chegada do Alfa Supremo.

Então, como se o destino quisesse rir da minha situação, uma voz grave e autoritária cortou o ar:

"Ali no canto," Stefanos apontou, seu olhar percorrendo cada canto do salão. "Haverá um pequeno palco."

Meu corpo paralisou.

"Você vai tocar nessa noite," ele continuou, sem se importar com a tensão que tomou conta de mim. "A recepção precisa de música à altura."

Minha garganta secou.

“Eu...?”

"Você ouviu," ele disse, impassível. "Sua função é entreter. Seu violino fará isso por mim."

Eu queria falar algo. Contestar. Mas minha mente girava, criando um único pensamento.

Se ele me colocasse naquele palco, diante do Alfa Supremo...

Eu não teria para onde correr.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Capturada pelo Alfa Cruel