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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 42

Música do capítulo - Chandelier - Brooklyn Duo

Stefanos

Algo fazia cócegas no meu nariz.

Era sutil, como fios de seda dançando com a brisa, e mesmo assim, me fez franzir a testa. Ainda meio perdido entre o sono e o instinto, respirei fundo… e foi aí que o cheiro me atingiu.

Pinho.

Fumaça.

E aquele perfume suave que só podia ser dela.

Abri os olhos devagar, preparado para alguma palavra atravessada, mas tudo que encontrei foi o corpo de Nuria aninhado no meu peito. Os cabelos espalhados pela minha clavícula, a respiração morna contra minha pele, e uma das pernas jogada despreocupadamente sobre meu quadril, como se estivesse ali por direito.

Merda.

O sorriso veio antes que eu pudesse impedir. Um daqueles, raros, involuntários. Havia algo ridiculamente confortável nela ali, tão perto. E tão… minha.

Minha?

Minha.

Passei os dedos pelos fios escuros, explorando a textura como se quisesse memorizá-la. Desci até suas costas devagar, sentindo cada osso sob minha palma. Ela ronronou. Literalmente. O som vibrando baixinho, se espalhando pela minha pele.

E meu corpo respondeu antes que minha mente tivesse tempo de racionalizar.

A excitação veio como um raio, crua, poderosa. Tentei afastar o pensamento, ela tinha passado por um inferno, porra, mas o cheiro dela, a suavidade da pele, o calor…

Me consumiam.

Puxei-a um pouco mais, encostando o rosto no dela, sentindo o nariz roçar sua bochecha, tentando manter o controle.

“Nuria…” murmurei, a voz rouca de desejo contido.

Ela respondeu ao toque inconscientemente, pressionando a mão contra meu peito, agarrando minha camiseta com os dedos. Depois, num sussurro quase implorante:

“Ah, Stefanos…”

Pronto.

Foi a porra da gota d’água.

Meu autocontrole evaporou em um segundo.

Rosnei baixinho, o som vindo do mais profundo do meu peito. Minha mão foi até sua cintura, puxando-a ainda mais. O calor dela se encaixando no meu corpo como se tivesse sido feita pra isso. A outra mão encontrou os cabelos dela, e quando os dedos dela subiram pela minha nuca e se agarraram ao meu cabelo…

Eu quase perdi o controle.

Inclinei o rosto e murmurei contra o ouvido dela:

“É bom você acordar agora, lobinha… se não quiser ser devorada.”

Ela se remexeu no meu colo, se espreguiçando, e no movimento lento, o quadril dela deslizou exatamente sobre meu membro rígido.

Eu trinquei os dentes, os olhos fechando com força.

“Pela Deusa…”

Não podia. Não assim. Não agora.

Afastei-me dela com brutalidade. Um puxão seco. Ela caiu para o lado, acordando assustada.

“O que foi?” murmurou, os olhos confusos, o corpo ainda meio entre sonhos.

Eu já estava sentado na beira da cama, respirando fundo, tentando encontrar alguma sanidade. Mas o cheiro de excitação preenchia o quarto, e não era só o meu.

Ela sentia também.

Nuria me observava, os olhos arregalados, a respiração entrecortada.

“O que aconteceu?” ela perguntou, mais baixo. “A gente… fez alguma coisa?”

A pergunta me atingiu como um balde de gelo.

Eu me virei pra ela, encarando seus olhos.

“Não. Você dormiu grudada em mim como uma maldita pulga. Só isso. Já passou.”

Ela me olhou por um segundo. Depois seus olhos deslizaram pelo meu peito subindo e descendo, pelos músculos tensos, pelo suor na testa. Ela viu. Sabia.

“Eu… fiz algo que te incentivou a isso?” A voz dela era hesitante, mas havia um toque de curiosidade… ou de provocação.

Ri. Um riso seco e cansado, passando a mão pelos cabelos.

“O simples fato de você estar dormindo na minha cama, Nuria, já é fazer alguma coisa.”

Ela se levantou num pulo, afastando os cobertores. “Bom saber. Então isso nunca mais vai acontecer de novo!”

Mas o corpo dela disse outra coisa.

O cheiro. O tom da voz. O jeito que as pupilas dilataram.

Era intenso demais. Real demais.

Ela era real demais.

Me afastei devagar, os olhos fixos nela, o coração disparado. Eu queria vê-la. Precisava vê-la.

E ali estava Nuria.

Com os olhos fechados. Os lábios entreabertos. A respiração descompassada. O rosto corado.

Linda.

Intocável.

Perdida.

A fome que queimava em mim era mais do que física. Era como se cada célula gritasse que ela era parte de mim. Que aquele beijo não era apenas um ato... mas um reconhecimento.

Então ela abriu os olhos. Lentos, pesados.

E sussurrou:

“É assim que é... sentir desejo de verdade?”

A pergunta me acertou como um raio.

Eu congelei por dentro.

Ela me olhava com sinceridade. Vulnerável. Como se aquela sensação fosse algo novo. Sagrado. Como se eu tivesse acabado de abrir um mundo que ela nunca conheceu. E talvez… fosse exatamente isso.

Antes que eu pudesse responder, três batidas secas soaram na porta.

A realidade voltou com força.

Nuria se afastou de mim como se tivesse levado um choque. Os olhos arregalados. A boca trêmula. Ela cambaleou um passo para trás, as mãos tocando os próprios lábios, como se estivesse tentando entender o que acabara de acontecer.

“Eu…” Ela balbuciou. “Eu não sei o que—”

“Nuria.” Minha voz saiu mais baixa do que eu queria.

Mas ela já se virava, já recuava.

“Isso foi um erro,” ela murmurou. “Foi só... instinto. Eu...”

Mas instinto... nunca mente. E o que tivemos ali... foi tudo, menos um erro.

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