Stefanos
Minha mão tocou sua cintura. Leve. Mas firme o suficiente para sentir a tensão do corpo dela.
Ela não respondeu.
Apenas ofegou quando meus lábios roçaram novamente sua pele, o pescoço delicado se curvando ligeiramente para o lado, como se instintivamente me oferecesse passagem.
Meu nariz deslizou por sua pele.
Ela estremeceu.
“É o meu cheiro que te faz arrepiar assim, lobinha?” sussurrei. “Ou é o sangue? O dom? Ou sou eu... e o que faço com você?”
Minha mão subiu devagar por sua coluna, sentindo o calor que emanava da pele dela. Os músculos sob meus dedos estavam tensos, prontos para reagir, mas não havia recuo. Nenhuma negação.
Apenas expectativa.
E desejo.
Ela tentou se afastar, mas minha presença a cercava por todos os lados. Eu era a parede contra a qual ela batia. E o chão sob os pés dela. E o fogo que a queimava sem aviso.
Seus olhos se fecharam por um instante. Um instante longo demais.
Então ela disse:
“Isso não é certo…”
“Certo?” repeti com ironia. “Isso é mais certo do que qualquer coisa que já senti.”
Nuria engoliu em seco.
Minha boca estava perigosamente próxima da dela. O calor de sua respiração misturado ao meu, os batimentos dela ecoando como tambores ritmados que aceleravam os meus.
“Seus olhos dizem outra coisa,” falei. “Seu corpo também.”
Ela tentou argumentar, mas minhas mãos estavam em sua cintura agora, puxando-a contra mim, e seus dedos cravaram nos meus ombros em resposta.
Minha boca encontrou a dela.
Diferente do beijo anterior — esse não era suave. Era urgente. Exigente. O tipo de beijo que arranca respostas da alma. Ela correspondeu com um gemido abafado, os dedos se entrelaçando no meu cabelo, me puxando mais, como se quisesse se perder ali.
Meu lobo rugiu.
E deixei que ele sentisse o gosto dela.
Era quente.
Era perigoso.
E era meu novo vício.
Nossos corpos colados, nossos instintos em guerra. Eu sentia o corpo dela tremer contra o meu. E ainda assim, não havia medo. Não de mim.
Havia entrega.
Ela se afastou um segundo para respirar, mas minha boca encontrou seu pescoço, os lábios roçando a pele sensível logo abaixo da mandíbula. Ela arfou. Um som frágil que me fez rosnar em resposta. Um aviso. Um convite.
Minha língua deslizou pela pele até os ombros, e minha mão segurou sua nuca como se eu precisasse daquela âncora para não perdê-la. Para não perder o controle.
“Você sente isso também,” murmurei contra sua pele. “A conexão. A fome.”
Sorri.
Rindo baixo, como se aquela resposta fosse a mais Nuria possível. E era. Selvagem, desconfiada, imprevisível.
“Boa,” murmurei antes de tomá-la de novo num beijo faminto, deixando que o caos dentro de mim tomasse forma. Nossos dentes se tocaram no início, nossos lábios colidindo com pressa, como se estivéssemos nos devorando.
Ela gemeu contra minha boca, me puxando mais, me apertando mais, como se quisesse arrancar o controle das minhas mãos e me entregar ao dela.
“Que droga você está fazendo comigo, Alfa?” sussurrou contra meus lábios, os olhos semicerrados, o corpo vibrando.
A resposta veio com facilidade, com desejo, com reverência:
“Te ensinando…” minha voz mal saiu, tão rouca que quase não reconheci. “…a ouvir seu corpo. Seu instinto. Seu desejo.”
Minha mão percorreu sua lateral com adoração feroz, subindo pela curva da cintura até as costas, como se eu quisesse tatuar meu toque em sua pele.
“E eu posso ensinar…” murmurei, minha boca roçando sua orelha, sentindo o tremor que causava. “Tudo o que quiser aprender, Nuria.”
Ela arfou. Os olhos se fecharam. A cabeça tombou contra a parede.
E ali, com seu corpo entregue, a loba à flor da pele, as mãos desesperadas em mim…
Eu soube.
Era mais do que desejo.
Era conexão.
Era algo que me assombraria para sempre.

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