Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 48

Stefanos

Música do capítulo: “Two Steps From Hell – Victory”

Dois malditos dias.

Quarenta e oito horas desde que os olhos dela se desviaram dos meus de livre e espontânea vontade.

Desde que aquele maldito ronronar me queimou por dentro, e ela fugiu como se fugir de mim fosse a única forma de continuar respirando.

E, desde então, silêncio.

Ela me evitava com precisão cirúrgica. Sempre com alguém por perto. Sempre desaparecendo pelos corredores com passos leves demais para rastrear. Mas eu sentia. Sentia sua ausência como se ela me arrancasse algo a cada segundo.

Era só desejo? Apenas atração?

Claro que não.

Era mais do que desejo. Era algo que eu jamais havia sentido por nenhuma outra loba. Quando os olhos dela encontraram os meus naquela sala de música, meu lobo se expandiu. Como se tivesse finalmente despertado para algo mais poderoso. E o mais curioso era que nem ela parecia entender o que havia entre nós.

E aquilo me enlouquecia.

Como eu resolveria aquilo se não conseguia cogitar a ideia de qualquer um se aproximar dela? E para piorar, eu não teria escolha naquela noite.

Meus guardas estavam em alerta. O castelo, impecável. As instruções da recepção finalizadas até o último detalhe. Teodora vinha me atualizando de hora em hora como se qualquer falha pudesse nos destruir.

Mas nada me incomodava mais do que aquela distância forçada.

"Maldita loba esperta. Mas ao me negar, só está atiçando o que existe de mais voraz em mim, e, quando eu decidir tomar, ela vai implorar por mais." murmurei para mim mesmo, enquanto atravessava o salão com passos firmes.

"Jenna?" Gritei assim que a criada passou correndo a minha frente.

"Alfa!" ela falou baixo já em sua reverência forçada.

"O alfa supremo irá chegar ao por do Sol. Diga a Nuria que a quero pronta uma hora antes disso, e que vou repassar com ela a lista de músicas da noite." a loba me olhou, concordando e já começando a dar alguns passos para se afastar. "E Jenna, diga a ela, que não vou mais tolerar esse joguinho que ela está fazendo." a loba arregalou os olhos e me afastei.

E eu precisava estar inteiro. Focado. Letal. Mas, em anos, era a primeira vez que me sentia... patético.

Afastei o olhar do vazio e encarei o relógio na parede. Os ponteiros pareciam zombar de mim, girando rápido demais. Restavam poucas horas. Tempo suficiente apenas para me vestir, ou tentar parecer inteiro.

Subi ao meu quarto em silêncio.

Minha roupa já me esperava, alinhada com precisão. Preto dos pés à cabeça. No peito, o brasão prateado em forma de lobo brilhava como um aviso. Cada detalhe gritava comando. Cada costura dizia “não toque”.

E mesmo assim…

Tudo em mim queria tocá-la.