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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 50

Stefanos

Música do capítulo: “Secession Studios – Burden of the Crown”

A porta do escritório se fechou atrás de mim com um clique seco. Nuria caminhava um passo atrás, o perfume sutil de flores do campo invadindo o ambiente como uma afronta à formalidade sombria daquele lugar.

O Alfa Supremo estava sentado à mesa, as mãos unidas sobre os papéis que provavelmente não lia. Não precisava. Sua presença por si só já preenchia o espaço. Não usava coroa, medalhas ou uniformes chamativos. Não precisava de nada disso. Sua autoridade era tão natural quanto o sangue que corria em nossas veias.

Quando me viu, ergueu os olhos e depois passou por mim... direto até ela.

“Então essa é a famosa sangue azul.” Sua voz era calma. Sem espanto. Sem reverência. Ele não parecia impressionado. Nem curioso. Apenas... calculista.

Nuria não respondeu. Ficou em silêncio, a postura ereta, o queixo firme. A luz suave da janela refletia nos fios trançados do cabelo dela, criando pequenos pontos de ouro ao redor do rosto. Ela parecia tão serena quanto uma tempestade prestes a cair.

“Nome completo,” ele pediu, como se fosse uma burocracia qualquer.

“Nuria Castiel,” ela disse, firme.

“Castiel...,” ele repetiu o nome como quem revive um eco antigo. “Interessante. Havia rumores sobre essa linhagem. Mas, para ser honesto, o que me interessa não é o seu sangue, garota. É o que Solon fazia com ele.”

Ela manteve o olhar, mas vi sua mão se fechar levemente ao lado do corpo. Ele notou também. Um pequeno levantar de sobrancelha foi tudo o que demonstrou.

“O que sabe sobre os experimentos dele?” ele continuou. “Com mulheres. Com sangue. Com acasalamentos forçados.”

“Sei que ele acreditava ser digno da Deusa. E que achava que podia forçá-la a responder com violência,” ela respondeu. “Mas não sei até onde ele chegou.”

“Você era uma de suas esposas? A mais exigida, pelo que sei.” Meu lobo ficou tenso, a espreita, pronto para mudar o rumo daquela conversa.

“Fui sequestrada por ele,” ela respondeu. “Obrigada a fazer parte de um ritual. Mas nunca o escolhi.”

“E você não engravidou dele?” ele perguntou, casual, como se falasse sobre um acordo comercial.

A mandíbula de Nuria se retesou. Antes que ela respondesse, eu avancei um passo.

“Supremo, isso não é relevante. Nenhuma das muitas esposas de Solon não engravidou. E já sabemos de quem é a culpa.”

Ele me olhou então. Pela primeira vez, com foco. E sorriu.

“Ah... então ela é mesmo o ponto fraco.”

Mantive minha postura, mesmo sentindo meu lobo se agitar sob a pele.

“Ela é parte de uma investigação. Uma testemunha de alto valor.”

“Alto valor...,” ele repetiu. “Sim, sim. Isso eu percebo. Só estou curioso sobre o quanto você está envolvido, Stefanos. Sentimentalmente falando.”

“Não há sentimentalismo,” respondi. “Apenas responsabilidade. O senhor me encarregou desse serviço, e o faço da melhor maneira possível.”

“Responsabilidade...” ele murmurou, voltando os olhos para ela. “Uma palavra que parece ficar cada vez mais... flexível nos dias de hoje.”

Ele se levantou da cadeira. Alto. Erguido com a calma de quem sabe que controla o jogo.

“Você tem habilidades, pelo que soube” perguntou a ela.

“Sou musicista,” respondeu.

“Instrumento?”

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