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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 51

Nuria

Caminhava de um lado para o outro, sentindo as paredes se fecharem ao meu redor como se tentassem me engolir. Até os retratos pendurados pareciam zombar do meu desespero silencioso. Meus dedos se entrelaçavam e se soltavam numa repetição ansiosa, uma tentativa inútil de conter a tensão que pulsava sob a pele. Mas não funcionava. Enquanto eu não olhasse nos olhos do Alfa, nada estaria bem.

Minhas mãos tremiam. Discretamente, mas o bastante para que eu percebesse, e as fechei com raiva, tentando conter o descontrole que crescia em silêncio. Uma gota de suor escorreu pela minha têmpora, queimando a pele apesar da brisa morna da tarde. Cada minuto sem sinal de Stefanos me dilacerava por dentro. Ele não deveria estar demorando tanto. O que estava acontecendo lá dentro? O Supremo já havia decidido meu destino? Estaria eu prestes a ser arrastada para mais uma prisão? Um novo cativeiro disfarçado de decisão política?

"Por que ele o deteve tanto tempo?", murmurei para mim mesma. A resposta ecoou no vazio com o mesmo silêncio que me rodeava.

Quando o cheiro dele finalmente invadiu o corredor, meu corpo reagiu antes que a mente pudesse processar. Girei sobre os calcanhares, o coração disparado.

Mas ele não parou. Apenas passou direto por mim, a expressão fechada. A mão dele se fechou com firmeza em meu braço e, sem dizer uma palavra, me puxou consigo, nos afastando dos olhares curiosos que se escondiam nos cantos da mansão.

“Stefanos, o que—”

“Shhh,” ele sibilou. Seus olhos varreram o corredor antes de abrir a porta de uma sala lateral. Me empurrou com cuidado para dentro e fechou a porta atrás de si. O som da madeira se fechando soou mais como um aviso do que proteção.

A tensão que emanava dele era quase palpável. Seus ombros estavam rígidos, o maxilar travado. Algo havia acontecido.

"Fale de uma vez o que aconteceu? O que ele decidiu?" eu esperava uma resposta sobre mim, mas o que recebi foi diferente.

“Você não pode mais ficar perto de mim,” ele disse de uma vez, sem rodeios.

Pisquei, confusa. “O que quer dizer?”

“Até tudo isso acabar, Nuria, você vai se manter longe de mim. Sem exceções. Não me provoque, não me chame por outro nome além de ‘Alfa’ e, principalmente, não ouse me desafiar com esses olhos. Vai fazer o que for mandado. Sem perguntas. Sem atitude. Sem resistência.”

“Você só pode estar brincando,” rebati, o peito já apertado.

“Estou sendo claro.” Ele se aproximou, o tom baixo, intenso. “Nuria, pela Deusa... uma única vez, só uma, faça o que eu estou mandando. Ou aceite que o Supremo pode levá-la para onde quiser, e eu não vou atrás para te salvar.”

As palavras dele foram um soco no estômago. Não pelo conteúdo, mas pelo modo como foram ditas. Definitivas. Como se ele já tivesse tomado uma decisão. Como se tivesse aceitado a ordem sem se importar com mais nada.

Eu o observei por um momento. Cada linha tensa do seu rosto, a sombra escura sob os olhos, os punhos cerrados ao lado do corpo. Tudo nele gritava que aquilo não era apenas uma ordem. Era medo disfarçado de estratégia.

“Ele te ameaçou?” perguntei, tentando encontrar rachaduras naquela fachada de ferro.

Ele soltou uma risada sem humor. “Não. Ele não precisa. É só uma precaução.”

“Precaução?”

“Precaução para que ele continue não se importando com você,” Stefanos respondeu. “Se ele achar que você é uma ameaça... ele pode fazer o que quiser.”

“Então é isso?” perguntei, sentindo a raiva subir como fogo pelas veias. “Tenho que ser a submissa para conseguir não ser caçada novamente?”

Ele não respondeu.

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