Nuria
Por um segundo, congelei. A imagem da tesoura nos dedos de Diana, as cordas do meu violino cortadas com precisão cirúrgica, aquele sorriso cínico... tudo pareceu irreal. Mas não era. Estava acontecendo. E a fúria que cresceu dentro de mim foi como uma explosão — crua, instintiva, sem freios.
Avancei.
Ela nem teve tempo de se levantar antes que minhas mãos agarrassem seu braço com força. A tesoura caiu no chão e ricocheteou contra o piso com um som metálico e agudo. Diana tentou reagir, mas eu já estava em cima dela, e toda a raiva acumulada nos últimos dias se transformou em garras afiadas e palavras atravessadas por grunhidos.
“Você é doente!” gritei, empurrando-a contra a parede.
Ela reagiu com um golpe no meu rosto e tentou recuperar a tesoura, mas fui mais rápida. Arranquei o objeto da mão dela e o joguei longe. Foi quando ela avançou.
As garras surgiram nas pontas dos dedos dela, e as minhas responderam no mesmo instante. O som dos tecidos sendo rasgados se misturou ao estalo de carne contra carne, e logo já não éramos duas mulheres discutindo — éramos duas lobas em guerra.
Ela me arranhou no ombro, e eu a arrastei pelos cabelos. Caímos no chão, nos debatendo, arranhando, gritando. O cheiro de sangue preencheu o quarto, metálico e forte — vermelho e azul se misturando como tinta derramada sobre um campo de guerra.
“Você é uma cobra invejosa!” rugi, a voz saindo entre dentes cerrados. “Não consegue suportar ver alguém com mais atenção que você!”
“Você se acha melhor só por ter esse sangue maldito!” ela cuspiu de volta, os olhos selvagens.
Foi quando a porta se escancarou.
Jenna gritou. Teodora caiu de joelhos, o rosto tomado pelo horror.
“Pelo amor da Deusa!” ela exclamou. “Nuria! Diana! Parem agora!”
Mas nada parava.
Até dois rugidos invadirem o cômodo como trovões.
Stefanos e Johan.
Cada um segurou uma de nós com brutalidade. Fui erguida do chão pelos braços de Stefanos, ainda arfando, os cabelos caindo sobre o rosto, o vestido rasgado e o corpo latejando de dor. Diana estava sendo contida por Johan, que a olhava como se não conseguisse acreditar no que via.
“Ela me atacou!” gritou Diana, ainda ofegante. “Entrou no quarto e me atacou do nada! Eu só estava...”
“Mentira!” explodi. “Como pode ser do nada se ela estava sentada na minha cama, com a tesoura na mão, cortando as cordas do meu violino?”
O silêncio caiu como uma pedra.
Os olhos de Johan se arregalaram.
“Você... cortou as cordas do violino da minha mãe?” ele perguntou, incrédulo.
"Sua mãe?" Diana falou incrédula. O olhar fugiu do dele. "Como da sua mãe, Johan?" ela me olhava de forma desesperada, e um pequeno sorriso brotou em meus lábios.
Stefanos soltou um rosnado e se aproximou da cama. Pegou o violino com cuidado. Farejou. Por um momento, o ambiente ficou em suspenso.
“Diana,” sua voz saiu baixa, mas carregada de fúria. “Seu cheiro está por todo esse instrumento. E a porra desse instrumento era da minha irmã.”
Ela começou a recuar, o rosto pálido.
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