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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 57

Stefanos

Ela estava no palco. E o salão... em silêncio.

Não era o tipo de silêncio vazio, mas sim o que antecede uma tormenta. Um silêncio que reverencia, que aguarda... que sente. E Nuria fazia todos sentirem.

Os dedos dela se moviam com precisão absurda, como se o violino tivesse nascido com ela. A música preenchia cada canto do salão com algo antigo e ao mesmo tempo novo. Era força e ferida. Era dança e guerra.

Meus olhos estavam fixos nela. E mesmo tentando manter a postura... eu estava hipnotizado.

"Interessante," murmurou o Alfa Supremo ao meu lado, sem tirar os olhos dela. "Ela é um espetáculo à parte."

Não respondi de imediato. Preferi manter o queixo erguido, os olhos nela. Porque se eu olhasse pra ele... não teria como esconder o que aquilo me causava.

"Agora entendo melhor por que ela se tornou uma... distração." A pausa foi calculada. "Ou, quem sabe... uma obsessão disfarçada de responsabilidade?"

"Ela não é uma distração," rebati, baixo, firme. "É apenas parte de um processo que estou conduzindo."

"Ah, claro," ele respondeu com um sorriso enviesado, tomando um gole de vinho. "E que processo... elegante. Com essa entrega, ela facilmente poderia... conquistar lugares maiores. Alguém como ela... pode ir muito longe. Basta que encontre o Alfa certo para conduzi-la. Mas claro que esse alfa não é você."

Minhas mãos fecharam-se em punhos ao lado do corpo. Ele sabia. Ele sabia o que estava fazendo. Jogando. Provocando. Testando meus limites.

"Com todo respeito, Supremo, ela não precisa ser conduzida. Castiel não é um projeto político nem uma moeda de troca." Virei o rosto em sua direção, mantendo o olhar firme. "Ela é uma jovem loba que teve seus sonhos interrompidos cedo demais por um Alfa insano e sem limites. E para que isso nunca volte a acontecer... ela estará sob minha proteção. Com ou sem sua aprovação."

Ele riu. Devagar.

"Claro que está. Isso está claro desde o momento em que pisei aqui." Virou-se um pouco na poltrona, inclinando-se casualmente. "Só espero que sua proteção não se transforme em apego. Isso é uma vulnerabilidade que não cabe a um Supremo... Lunas são feitas apenas para procriar. Não se esqueça disso."

O bastardo era um mestre nas palavras. Nenhuma ameaça explícita, mas cada sílaba era um fio tensionado, pronto pra romper.

Voltei a olhar para ela, que agora se preparava para a última nota.

Aquela nota longa. Clara. Carregada de tudo que ela era.

E quando o salão explodiu em aplausos, liderados pelas palmas do próprio Supremo, algo dentro de mim se partiu e se reforçou ao mesmo tempo.

Orgulho.

Raiva.

Desejo.

Tudo num único sopro.

"Bravo," o Supremo disse, batendo mais algumas palmas. "Ela realmente é especial. Fico curioso sobre o que mais essa loba é capaz de oferecer."

Levantei-me antes que ele tivesse a chance de provocar mais. "Com licença. Preciso verificar meu pessoal e os protocolos de segurança."

Não esperei resposta. Me afastei com passos firmes, controlando a vontade de esmagar a parede mais próxima com os punhos.

Aquele homem não estava apenas jogando com o poder, ele queria puxar a minha coleira. Testar até onde eu cederia.

Ela era mais forte do que imaginava. E não fazia ideia do efeito que causava.

"Agora vá descansar." Me aproximei meio passo. Quase imperceptível. "Tranque-se no quarto. E se... quiser conversar mais tarde... me espere no meu quarto." Fiz uma pausa, deixando a frase pairar no ar entre nós como uma promessa que não precisava ser dita. "Vou continuar entretendo os membros do Supremo, mas assim que tiver uma brecha, eu te encontro."

"Não sei se seria prudente." Ela vacilou, e um rosnado rabugento retumbou de mim e ela riu. "Você me disse para ficar longe e agora me convida para a sua cama?" aquilo me inflamou imediatamente.

"Eu te convidei para o meu quarto, mas se acabarmos na cama, vai ser ainda mais prazeroso." ela riu, ficando vermelha e meu lobo queria mandar todos a merda e arrastá-la para o nosso aposento.

"Prometo pensar a respeito" disse apenas.

"Se cuide...E, Nuria, não fale com ninguém. Nem guardas. Nem criados. Nem conselheiros. Não hoje. Nem amanhã. Entendeu? Não confie em ninguém."

"Nem em você?" ela mordeu o lábio e me atiçou ainda mais.

"Loba, loba... você está acessando um território perigoso." meus olhos brilharam.

"Boa noite, Alfa." ela saiu, me deixando ansioso.

A acompanhei com os olhos enquanto caminhava pelo corredor em direção aos quartos privados. A luz fraca das arandelas dançava nas paredes, e o vestido branco dela parecia brilhar sob a penumbra. Quase etéreo.

"Alfa, precisamos de ajuda com alguns convidados que querem passar a noite, mas..." Parei de ouvir no minuto em que meu lobo trovejou dentro do meu peito.

"Corra...Perigo." Um arrepio percorreu minha espinha. Meu lobo nunca errava.

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