Stefanos
O ar mudou.
Não foi um som.
Foi um instinto.
Um chamado ancestral que arrancou meu controle das entranhas e me fez virar sem pensar.
Meu lobo ergueu a cabeça, rosnando como uma sombra viva em minha espinha.
Algo estava errado.
Muito errado.
Deixei o salão sem olhar para trás. As palavras, as luzes, os brindes e os sorrisos... se tornaram poeira.
Só existia uma coisa: Nuria.
Meus passos viraram corrida.
A adrenalina queimava nas veias, acelerando o sangue como fogo líquido.
Foi então que ouvi.
O grito.
Não um grito comum. Mas um grito de desespero. Cortante. Selvagem.
Dela.
Meu mundo parou.
E no segundo seguinte... explodiu.
Tomei o corredor como uma tempestade. Em segundos, as garras rasgaram minhas mãos. Os olhos perderam a cor. Meu lobo assumiu o leme e eu nem tentei impedi-lo. Me transformei em Lycan sem nem exitar.
Virei a esquina... e vi.
O maldito sobre ela.
Um lobo do conselho do Alfa Supremo.
Grande. Covarde. Sórdido.
Seu corpo esmagava o dela, os joelhos cravando seus quadris, as mãos sujas segurando seus pulsos. O vestido branco rasgado em linhas violentas, expunha sua pele pálida e os olhos de Nuria, arregalados de terror.
Ela não gritava mais.
Ela havia congelado.
Mas eu não.
Rosnei.
O som fez as paredes tremerem.
E antes que ele pudesse completar seu crime, eu o atingi.
O impacto foi tão violento que o jogou como uma boneca de pano contra a parede de pedra. O reboco estourou. O bastardo caiu com um grunhido rouco, tentando se levantar... mas não teve tempo.
Saltei sobre ele.
Minhas garras cravaram em seu peito, atravessando costelas. Meus dentes estavam expostos, o rosnado explodindo como trovão.
"Você está louco? Não me reconhece?" Ele tentou lutar, mas suas garras não fizeram nem cócegas em mim.
"Quer me contar que lhe deu a brilhante ideia de atacar a minha loba?" falei com o sangue dele escorrendo de meus dentes. Seus olhos se arregalaram.
"Ela não é sua... é do Alfa Supremo e..." mordi seu pescoço e arranquei um pedaço.
"Eu posso brincar disso a noite inteira... Mas vou te dar uma escolha, um nome e uma morte rápida, não me dar o que eu quero, e sentir minhas garras e meus dentes descerem lentamente por sua pele."
"ALFA VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO, EU SOU INTOCÁVEL." O lobo estava desesperado.
"Minha alcateia, minhas regras. Você tocou no que é meu..." ele quis gritas, mas o silenciei arrancado sua cabeça do corpo.
O sangue jorrou em jatos. Espalhou-se nas paredes, no chão, na minha pele. O corpo dele se debateu. E então... silêncio.
Me levantei devagar, minha respiração irregular, enquanto eu voltava para minha forma humana e me virei para ela.
Nuria estava sentada contra a parede, as pernas tremendo, o peito arfando. O vestido pendia em tiras. O ombro arranhado. O rosto branco de susto e humilhação.
Me aproximei sem som.
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