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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 60

Nuria

A água ainda caía quando senti os braços dele me envolvendo.

O calor do seu corpo quebrou o gelo dentro do meu. Eu estava encolhida no chão do banheiro, coberta de vergonha, dor e pavor, mas os braços dele, firmes, me puxaram de volta.

Eu sabia que era ele antes mesmo de ouvir sua voz.

"Chega. Acabou," ele murmurou, com a boca próxima ao meu ouvido. "Ninguém mais vai tocar em você. Eu não vou permitir."

Minhas mãos se agarraram à camisa encharcada dele, tão molhada quanto eu, enquanto meu corpo começava a tremer. Mas já não era medo.

Era alívio.

Um alívio feroz, cortante, quase doloroso.

Porque, ao mesmo tempo em que presenciei a fúria dele contra meu agressor, vi um lado de Stefanos que eu nunca tinha conhecido.

Chorei sem fazer som. Os soluços saíam abafados, presos no fundo da garganta. E ele apenas ficou ali. Me segurando. Me mantendo inteira. Como se pudesse me costurar por dentro com a força do seu abraço.

"Não me solta," sussurrei. Foi um fio de voz, um pedido nu. Tão pequeno.

"Não vou", ele respondeu. "Nem que a alcateia toda pegue fogo."

E, estranhamente... me senti segura. Pela primeira vez desde que tudo começou.

Com cuidado, ele nos ergueu do chão e abriu a porta do banheiro, puxando uma toalha e me envolvendo. Suas mãos eram respeitosas, e seus olhos diziam tudo.

Jenna e Teodora apareceram logo em seguida, silenciosas, me ajudando a secar o corpo e trocar de roupa. Enquanto isso, Stefanos se afastou, voltando ao banheiro, talvez para se secar, talvez para me dar um pouco de espaço.

"O que aconteceu?" Jenna sussurrou, mas me mantive calada e Teodora a repreendeu. "Eu só estou preocupada." ela bufou ainda cuidando de mim.

Teodora foi até meu quarto e trouxe roupas limpas. Com mãos trêmulas, retirei o que restava do vestido deslumbrante que usara naquela noite, agora em frangalhos, assim como eu.

Tudo o que senti... tudo o que aquela noite prometia, foi arruinado por aquele maldito.

Uma lágrima solitária escapou, teimosa, deslizando pelo meu rosto como um lembrete de tudo o que eu havia acontecido.

"Não chore, menina. Agora está tudo bem. O alfa já resolveu tudo. Não precisa mais se afligir." Teodora alisava meus cabelos com a escova, enquanto Jenna terminava de me ajudar a me vestir.

Quando ele retornou, minha loba choramingo, como uma súplica para ele. Stefanos me estudou por um minuto. Ele não disse nada de imediato. Apenas lançou um olhar rápido para Jenna e Teodora.

"Preparem algo para comermos." Ordenou, firme, mas sem aspereza.

Assim que elas saíram, ele se aproximou e me pegou no colo novamente, como se eu fosse feita de vidro fino prestes a trincar. Me deitou no centro de sua cama, com cuidado, e cobriu meu corpo com seu cobertor. O cheiro dele me reconfortou imediatamente.

Ele se sentou ao meu lado, em silêncio, seus olhos vasculhando cada traço do meu rosto como se tentasse decifrar segredos escondidos na minha alma. Ele queria respostas. Queria saber como aquele maldito lobo me encontrara. Mesmo morto, aquilo não bastava para Stefanos, ele queria entender. Sentir. Vingar.

Mas eu ainda sentia o toque daquele monstro queimando minha pele. A respiração asquerosa em meu pescoço, como uma marca invisível que não saía.

Então, respirei fundo, me afundando ainda mais na maciez e no abrigo do cobertor

"Está com frio?" ele perguntou, a voz baixa, gentil.

Balancei a cabeça.

"Com fome?"

Neguei de novo.

"Quer que eu mate mais alguém por você?" ele provocou com um sorriso torto, e uma parte de mim... sorriu de volta.

"Você tem uma lista?" murmurei.

"Tenho uma gaveta só pra isso."

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