Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 64

Stefanos

O céu começava a clarear quando abri os olhos.

A luz suave da manhã filtrava pelas cortinas, e o mundo parecia suspenso por um instante. O calor do corpo dela ainda estava ali. Nuria dormia profundamente, a respiração lenta, os lábios entreabertos, os cabelos espalhados pelo travesseiro como uma sombra escura.

E eu?

Eu estava fodido.

Meus músculos doíam por não me mover. Minha mente, por não conseguir desligar.

E o pior de tudo era… o quanto eu a queria.

Cada vez que meus olhos pousavam nela, cada vez que imaginava aquele corpo arqueando sob o meu, os lábios gemendo meu nome, de todas as formas possíveis, estava ficando quase impossível me controlar.

Se eu não saísse dali agora, ia acabar fazendo merda. Daquelas que não têm volta.

Meu lobo estava inquieto, faminto por ela.

Mas mais do que isso: eu estava envolvido.

De um jeito que eu não queria.

De um jeito que eu não permitia.

Saí da cama com cuidado, sem acordá-la. Fui até o closet, peguei uma camisa escura, calça jeans e vesti minha armadura habitual. A versão de mim que o mundo reconhecia.

Ao abrir a porta, e encontrei a casa já desperta. Guardas, criados, soldados… todos se organizando com pressa. O fluxo na entrada da mansão era intenso.

Rylan se aproximou imediatamente.

"Os carros com as esposas de Solon já estão saindo." disse ele. "Mas Johan está dificultando as coisas."

Revirei os olhos e bufei.

"Claro que está."

Desci os degraus da mansão com passos firmes. A noite havia sido longa demais para ainda ter que lidar com birra adolescente.

Lá fora, o primeiro comboio já havia partido. Mas o segundo carro seguia parado.

E lá estavam eles: Johan de pé, braços cruzados, queixo erguido feito um garoto mimado; e Diana, sentada no banco traseiro, envolta num xale com o rosto semi-oculto.

Me aproximei em silêncio.

Sem cerimônia, agarrei Johan pela nuca.

"Você quer que eu te jogue dentro do carro ou te arremesse pra dentro de casa?" perguntei, com a voz gelada. "Porque essa encenação patética não tá convencendo ninguém."

Ele arregalou os olhos. Pela primeira vez, sentiu o gosto real da minha fúria.

"N-não é uma encenação…" tentou argumentar.

"Então é o quê? Fraqueza? Covardia?" aproximei ainda mais o rosto. "Porque, se for isso, eu resolvo agora."

Diana desceu do carro num rompante. Os passos desajeitados. O desespero nos olhos.

"Por favor, Alfa, solte-o!" implorou. "Ele só está nervoso! Ele… ele não quer me deixar!"

Foi quando a olhei de verdade, e minha expressão travou.