Stefanos
Minha pulsação estava acelerada, martelando violentamente em minhas têmporas, enquanto os médicos ao meu redor pareciam lutar inutilmente contra algo que não entendiam. Meu corpo inteiro estava rígido de tensão, e cada bip acelerado das máquinas ao lado de Nuria fazia meu coração saltar.
“Senhor Varkas, por favor, se afaste!” um dos médicos exclamou, me empurrando suavemente, mas com firmeza. “Não há nada que o senhor possa fazer aqui.”
Eu rosnei, com fúria pulsando em minha garganta.
“Se eu não puder fazer nada, então ninguém pode!”
Recuei para fora do quarto, os olhos presos à imagem dela, tão pequena e frágil naquela cama fria. Entubada. Sedada. Meu lobo gritava dentro de mim, exigindo ação. Não ia aceitá-la simplesmente morrer.
Comecei a andar freneticamente pelo corredor, minha mente desesperada por uma solução. Num impulso, peguei meu celular e comecei a pesquisar sobre as Millenares, mesmo sabendo que o mundo humano pouco sabia sobre nosso povo. As poucas informações eram vagas, inúteis, fantasiosas. Meu peito apertou com a frustração, mas continuei rolando a tela freneticamente.
Foi então que avistei Rylan vindo rapidamente pelo corredor, segurando uma pasta grossa nas mãos. Sua expressão era séria, focada, preocupado até, mas determinado. Parei imediatamente e estendi a mão para ele.
“O que você conseguiu?”
“Pouca coisa concreta até agora,” ele respondeu, abrindo a pasta rapidamente. “Mas mandei uma equipe investigar a antiga casa dela. Talvez lá encontremos respostas mais sólidas.”
Respirei fundo, tentando controlar a raiva que borbulhava.
“Ótimo. Algo útil, finalmente.”
Rylan hesitou um instante, encarando o chão antes de me olhar nos olhos.
“Como ela está, Stefanos?”
Antes que eu pudesse responder, a porta do quarto se abriu abruptamente e o médico saiu, removendo as luvas lentamente, expressão cansada e sombria. Meus músculos se retesaram imediatamente.
“Não me dê má noticias...” falei com voz áspera, exigente.
O médico suspirou profundamente, encarando-me com sinceridade desconcertante.
“Ela estabilizou por enquanto, mas… se houver uma próxima crise, temo que ela não sobreviva. O corpo está extremamente fragilizado.”
As palavras dele me atingiram como um soco violento. Meu lobo rugiu dentro de mim, rasgando minha sanidade.
“Ela não vai morrer,” falei entre dentes, dando um passo ameaçador à frente. “Eu não permito isso. Não enquanto eu respirar.”
“Senhor, talvez isso não seja resolvido de forma tão simples,” o médico retrucou com cautela, escolhendo cuidadosamente cada palavra.
“Eu decido o que é simples ou não,” rosnei. “Agora saia da minha frente antes que eu resolva isso de uma forma bem menos simples pra você.”
Ele recuou rapidamente, e Rylan me encarou com preocupação silenciosa, entregando a pasta aberta. Apoiei-me contra a parede, folheando rapidamente os papéis, meu olhar alternando freneticamente entre as informações e Nuria na cama.
Manuscritos antigos, lendas vagas, histórias quase esquecidas de Millenares do passado. Havia muito pouco, e tudo soava tão confuso quanto a própria condição dela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Capturada pelo Alfa Cruel