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Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 81

Stefanos

Eu tentava manter distância.

Dar a ela espaço. Permitir que se recuperasse sem me sentir como uma sombra constante. Mas era inútil.

Meu corpo se virava na direção dela mesmo quando eu não queria.

Meus sentidos gritavam pela presença dela mesmo quando a razão pedia distância.

Era como se algo invisível me puxasse, me arrastasse... direto até ela.

Cruzei o corredor do andar superior com passos pesados. Jenna vinha na direção oposta, com uma bandeja de chá nas mãos e um sorriso contido no rosto.

"Ela está acordada?", perguntei antes mesmo de pensar.

"Está", ela respondeu, animada. "Tá um pouco abatida ainda, mas está bem."

Assenti e estendi a mão.

"Deixa que eu levo o chá pra ela."

Jenna arqueou uma sobrancelha, claramente interessada.

"Tem certeza, senhor? Eu posso fazer isso, sem problemas."

"Ela ainda está fraca", murmurei, pegando a bandeja com firmeza. "E... não gosto da ideia de ficar longe por muito tempo."

Ela me entregou, mas não soltou de imediato. Seus olhos me analisaram com aquele brilho curioso que me irritava mais do que eu gostaria de admitir.

"Acredito que essa fraqueza vai passar logo. Esses períodos costumam ser mais intensos para as fêmeas... quando têm um parceiro."

Franzi o cenho. "Do que está falando?"

"Quer que eu leve umas mantas extras também?"

Pisquei, confuso. "Mantas?"

Ela deu de ombros, como se fosse óbvio.

"Algumas lobas gostam de deixar a cama mais aconchegante quando estão entrando no cio. Ajuda com o conforto... mesmo que não engravidem."

Minha mão apertou mais a bandeja.

"Como é?"

Jenna sorriu como quem sabia mais do que devia.

"Ela tá entrando no cio, Alfa. O senhor não percebeu?"

Minha garganta secou. O cheiro. A inquietação. O lobo agitado.

Claro que percebi. Mas me recusei a aceitar.

"Não."

Foi tudo que consegui responder. Mas por dentro... meu lobo estava em desespero. Rugindo. Pulando. Exigindo.

"Bom..." Jenna continuou, com aquele tom casual que parecia feito pra me provocar,

"o cheiro dela está mudando. Tá mais quente. Mais doce. O corpo tá reagindo. É só o começo, mas... é claro que isso só acontece com o lobo certo, né?"

Fiquei em silêncio.

Como um soco.

Era isso o que parecia.

Ela me aceitou?

O mundo girou por um instante. Tudo ao meu redor se apagou, exceto uma coisa: o cheiro dela. Meu nome gravado no instinto daquela loba.

Meu lobo respondeu antes que eu pudesse raciocinar, me empurrando instintivamente em direção ao quarto, no centro do corredor. Ela estava me chamando.

"Leve tudo o que ela quiser", falei, a voz mais grave e dominante do que eu pretendia.

"Sem questionar. Sem filtrar. E mantenha tudo ao alcance dela."

Dei mais um passo. Meu olhar queimava.

"Você perdeu o controle. Essa loba te enfeitiçou. Ela devia ter morrido!"

A bandeja se partiu entre minhas mãos. O som do metal rasgando ecoou no corredor. As garras brotaram dos meus dedos, as presas rasgaram minha gengiva.

Me aproximei dele até nossos rostos estarem a centímetros de distância.

"Repete isso."

Johan hesitou, mas tentou manter a pose.

"Por que está fazendo isso com a gente?"

"Não estou." Minha voz saiu como um trovão contido. "Ela é a minha destinada pela Deusa. MINHA!"

O silêncio foi cortado pelo som do coração dele acelerando.

"Se você não aprender a respeitar minha Luna, Johan..." Minha voz saiu como uma ameaça contida, gélida e feroz. "...então que a Deusa tenha piedade de você. Porque eu não terei."

"Ela não pode ser sua companheira!", ele explodiu, a voz embargada pelo medo. As mãos tremiam, mas ele ainda tentou manter a postura.

Eu avancei um passo, deixando minha aura o envolver como uma jaula invisível.

"Acho que esqueceram de te atualizar." Falei baixo, mas o ar pareceu vibrar entre nós.

"Ela é minha companheira. A única. A destinada. E você vai aprender a lidar com isso... nem que seja à força."

Johan recuou dois passos, tropeçando quase imperceptivelmente. Tentou manter o olhar firme, mas eu vi, o medo estava ali. Debaixo da fúria. Escondido sob a arrogância. Consumindo ele por dentro.

"Eu não entendo... Como isso é possível? Como ela pode ser...?"

"Não tente entender, Johan. Só aceite. Nuria faz parte de mim. E você sabe como sou possessivo com o que me pertence."

O olhar dele oscilou entre mágoa e ira.

Mas, no fundo, havia uma verdade que ele não conseguia negar.

Ele me conhecia. Sabia do que eu era capaz.

E agora... eu não tinha mais limites quando se tratava dela.

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