Capturada pelo Alfa Cruel romance Capítulo 88

Stefanos

Ela é minha. E ninguém toca no que é meu.

A pergunta mal saiu dos lábios dela, e meu lobo rosnou alto dentro de mim, como se tivesse levado um golpe direto no coração.

Você vai me entregar?

Aquilo não foi uma dúvida.

Foi uma acusação.

Uma maldita faca cravada no peito... girando devagar.

Fechei os olhos por um segundo, puxando o ar como se isso fosse o bastante pra conter o estrago.

Mas já era tarde.

"O que você acabou de dizer?" Minha voz saiu baixa. Fria. Letal como lâmina embebida em veneno.

Ela sustentou meu olhar. Sem piscar. Sem hesitar.

A porra da coragem dela… sempre foi o que mais me incendiava. E o que mais me feria.

"Não estou brincando, Stefanos." A voz dela saiu firme. Mas eu ouvi. As rachaduras. A dor escondida atrás da força. "Eu sei o valor do meu sangue. Sei que Solon passou anos me caçando. Sei o quanto ele acreditava que tinha a filha da Lua sob o domínio dele."

"Ele dizia isso." Ela respirou fundo. "Repetia. Todos os dias. Que eu era o trunfo dele. A oferenda sagrada. A chave do futuro."

Minhas mãos se fecharam com tanta força que os ossos estalaram.

O ar deixou meus pulmões como um rugido abafado.

Se esse desgraçado estivesse aqui... Se eu pudesse olhar nos olhos dele agora... Eu o faria engolir cada palavra, cada toque, cada cicatriz que ele deixou nela, até que não restasse nada além do pó do erro que foi existir.

Mas não era só ódio por ele.

Era por mim.

Pelo que eu não fiz. Pelo tempo que perdi.

Porque eu não estava lá.

Porque eu não a encontrei primeiro.

Porque ele teve acesso ao que sempre foi pra ser meu. E isso queimava mais que qualquer ferida.

Mas o que me dilacerava mesmo… era o que eu via agora.

A loba na minha frente…

Ainda sangrava.

Ainda duvidava.

Ainda se via como uma moeda de troca. Uma arma. Um fardo.

E eu jurei, ali mesmo, com o sangue fervendo nas veias:

Isso ia acabar.

Hoje.

Agora.

Dei um passo à frente.

Outro.

E outro.

Até que o espaço entre nós evaporou como o resto da minha paciência.

Segurei sua nuca com uma mão firme, os dedos se enroscando em seus fios negros como garras de posse. Inclinei o rosto, obrigando-a a me encarar.

"Olha nos meus olhos, Nuria. E me diz..." Minha voz desceu como um trovão abafado. "...se eu pareço o tipo de lobo que brinca quando diz que você vai ser a minha Luna."