Laura Stevens –
A feição daquele médico me deixou em choque por um instante. Por um mísero segundo eu cheguei a pensar que havia perdido tudo, até que a porta se abriu e enfermeiros passaram por ela, empurrando-a apressadamente.
Era ele.
Christian estava ali, mas parecia tão… frágil.
Seu rosto estava pálido, os lábios secos e levemente entreabertos, e o peito subia e descia devagar, como se cada respiração fosse um esforço.
Fios e tubos saíam dele, ligados a monitores que apitavam em um ritmo constante, mas nada me dava a certeza de que ele estava realmente ali comigo.
—Vamos levá-lo para o quarto. Ele ainda está muito comprometido. Perdeu muito sangue, e seu corpo chegou a um limite de exaustão profunda.
Minha garganta se fechou, e um nó se formou no meu estômago.
— O que isso quer dizer? — Minha voz saiu em um fio.
O médico parou e me encarou diretamente.
— Temos quarenta e oito horas para observar sua reação. Esse é o período mais crítico. Durante esse período, peço que se organizem. Não permitiremos muitas visitas.
Mark assentiu, cruzando os braços.
— A esposa dele fica — ele declarou, sem hesitação. — Nós vamos dando suporte aqui fora.
Eu nem consegui reagir.
Tudo o que conseguia fazer era olhar para Christian, meu peito apertando a cada segundo que o via tão vulnerável.
Mark se aproximou de mim devagar e segurou meu rosto entre suas mãos, me fazendo encará-lo. Seu olhar estava intenso, cheio de algo que parecia uma mistura de autoridade e cuidado.
Ele se inclinou um pouco, aproximando os lábios do meu ouvido e cochichou:
— Só assim para você não sair daqui, cunhada. Eu vou atrás do nosso garoto agora e vou cuidar de todo o resto. – A firmeza na voz dele me fez estremecer.
Ele se afastou e, sem esperar resposta, olhou para Amanda.
— Amor, te espero no carro. – O tom de sua voz carregava um traço de irritação contida.
Eu e Amanda o seguimos com o olhar enquanto ele se afastava. Quando ele sumiu pelo corredor, me virei para ela, franzindo o cenho.
E foi o que fiz.
Assim que passei pela porta, senti o quarto frio. O som dos monitores apitavam baixo e constante, ecoando pelo espaço.
E lá estava ele. O meu Homem. O meu Herói.
Deitado, cercado por máquinas, com o seu peito subindo e descendo de forma quase imperceptível.
Me aproximei lentamente, sentindo as minhas mãos trêmulas ao tocar a dele.
Sua pele estava quente, mas sua força parecia ter sido drenada. Foi a primeira vez em todo o tempo com ele, que o vi tão humano e em um estado fragilizado.
Engoli em seco, apertando sua mão com firmeza.
— Christian… — minha voz quebrou. — Por favor, descanse o tempo que precisar, mas reaja.
Minha visão ficou turva quando me inclinei um pouco mais, olhando cada detalhe de seu rosto abatido.
— Eu preciso de você. Por favor, volte para mim. Volte para nós!

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