Laura Stevens – Dois dias depois
O quarto de hospital estava em silêncio, quebrado apenas pelo bip dos monitores. A luz suave entrava pela janela, iluminando as feições serenas de Christian. – Ele estava corado e respirava com firmeza, mas ainda não havia acordado.
Eu estava ali, sentada ao lado da cama, entrelaçando firmemente a minha mão com a dele. Eu não havia dormido direito nesses dois dias, me recusando a sair dali por um segundo sequer.
Mark garantiu que Nathan seria encontrado. Eu acreditava nele, mas cada minuto sem notícias era uma tortura.
Eu estava sentindo meu corpo pesado, cansado. Eu já nem sabia mais distinguir o que era sonho e realidade por causa da exaustão e finalmente acabei cedendo ao sono.
Não sei por quanto tempo exatamente eu dormi, quando de repente, senti alguém tocar meus ombros.
Minha mente demorou um instante para processar, mas quando ergui a cabeça, me deparei com um rosto familiar.
— Dom… — Minha voz saiu rouca e embargada.
O alívio me atingiu com força, e sem pensar duas vezes, me levantei e o abracei apertado, sentindo um nó se desfazer dentro de mim.
Ele retribuiu, afagando meus cabelos com delicadeza.
— Como você está? — sua voz era baixa, mas cheia de preocupação.
Suspirei contra seu ombros, sentindo um alívio, uma sensação de proteção.
— Cansada, quebrada… mas estou bem. — Me afastei um pouco, analisando seu rosto com expectativa. — Alguma notícia de Nathan?
O ar no quarto pareceu mudar.
Dominic ficou em silêncio por um momento antes de soltar um suspiro contido. Ele então se afastou de mim e caminhou até o outro lado da cama, analisando Christian.
Suas mãos experientes abriram as pálpebras dele, checando suas pupilas, depois seu pulso e os sinais no monitor.
— Sim. — Ele finalmente quebrou o silêncio.
Meu coração disparou.
— Encontraram uma mulher no aeroporto com as descrições dela. Mas tem uma coisa… — Dominic se virou para me encarar, seus olhos carregados de algo que me fez prender a respiração. — Ela não estava sozinha.
Minha pele arrepiou.
— O quê? — Minha voz mal saiu.
Ele respirou fundo.
— Ela estava com um homem.
Eu franzi a testa, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.
— Com um homem? — Minha voz saiu tensa, carregada de preocupação. — Quem será que está a ajudando dessa vez?
Dominic respirou fundo, como se ponderasse suas palavras antes de soltá-las no ar.
— Não sei… — Ele cruzou os braços, exibindo um olhar firme. — Mas quando vi as imagens da vigilância, ele me pareceu familiar.
Uma pausa. Ele queria dramatizar, eu sabia. E então, com um meio sorriso, completou:
— Me lembrou aquele babaca do seu ex. Sabe, aquele que você me largou para ficar com ele.
Revirei os olhos, soltando um riso baixo.

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