Casamento Secreto com o meu Chefe romance Capítulo 201

Laura Stevens –

A casa estava em silêncio quando eles voltaram.

Eu estava sentada no sofá com Tereza no colo, embalada por aquele calor sereno de uma manhã calma, quando ouvi a porta se abrir. Meus olhos foram direto para Amanda, e meu coração afundou no peito no mesmo instante.

Ela entrou devagar, com os passos curtos, como se cada centímetro exigisse mais força do que ela podia dar.

O rosto dela estava pálido, os olhos vermelhos. E ainda assim, havia dignidade em sua postura Era a mesma Amanda de sempre. A mulher que se mantinha erguida como uma torre mesmo em meio às tempestades.

Mas eu a conhecia bem demais para não perceber as rachaduras.

Ela me viu.

E sem dizer uma palavra, veio até mim.

Tereza estava dormindo, então a coloquei de lado, devagar, num ninho de cobertores sobre o sofá.

Amanda parou à minha frente. E seus olhos se fixaram nos meus.

De repente, ela desabou.

Ela caiu nos meus braços com um soluço abafado, como se segurasse aquilo havia anos. E talvez estivesse mesmo. A envolvi imediatamente, apertando-a contra mim, sentindo os ombros dela estremecerem de tanto choro contido.

— Ei... — murmurei, afagando suas costas com cuidado — Ei, calma... O que está acontecendo?

Amanda não conseguia responder. Apenas chorava. E chorava.

Tantas vezes eu a vi enfrentar tudo com a cabeça erguida. O caos da maternidade, a loucura do trabalho, as brigas entre Dominic e Christian, os fantasmas do passado que ela fingia não ver. Sempre sólida. Sempre aquela muralha fria, às vezes até irritante de tão controlada.

Mas agora...

Agora era só uma mulher quebrada, sangrando por dentro. E me senti grata por ela ter escolhido cair justamente nos meus braços.

— Você é humana, afinal. — Sussurrei com um sorriso triste, ainda acariciando seus ombros — Sempre agindo como a mulher de ferro. Já estava começando a achar que você era feita de aço de verdade.

Ela riu entre lágrimas, aquele riso engasgado que nasce do desespero. Se afastou um pouco, só o suficiente para me olhar nos olhos.

— Eu descobri... — a voz dela era baixa, trêmula — Eu descobri quem sou. Ou... quem eu nunca soube que fui.

Assenti, sem entender completamente, mas sem interrompê-la.

— O Christian me chamou no escritório. Ele... — Amanda respirou fundo — Ele encontrou documentos no prédio antigo da empresa. Papéis escondidos. Contratos. E uma certidão... a minha.

Meu coração apertou.

— Amanda...

— Eu sou irmã dele. — disse de uma vez — Gêmea. Minha mãe... a mulher que me criou... é na verdade minha tia. A minha mãe de verdade morreu. Foi dopada, silenciada. E eu fui tirada dela.

Eu não soube o que dizer por alguns segundos. Não havia palavras certas para aquilo. Para o que ela devia estar sentindo.