“Melissa”
Eu estava chegando em casa quando recebi a mensagem do Fernando, ele ia trabalhar até mais tarde de novo. Eu estava começando a me preocupar que essa fosse se tornar a nossa nova rotina. Eu saí do carro e já nem estava irritada mais, estava cansada. Quando entrei no hall dos elevadores eu encontrei a Giovana e o Rafael.
- Mestraa! – A Giovana me deu um abraço apertado. Eu relaxei com sua espontaneidade, um abraço sincero sempre me fazia sentir melhor.
- Oi, Gi! – Ela me soltou e eu vi o Rafael nos observando com um sorriso. – Oi, Rafa, tudo bem?
- Oi, Meli. Tudo bem e você? – O Rafael estava sempre sorrindo, parecia nunca ter um problema, mesmo criando sozinho uma filha adolescente.
- Tudo ótimo. E aí, Gi, a professora já corrigiu a prova? – Eu estava curiosa com o progresso da minha aluninha.
- Eu ia te ligar, olha aqui. – A Giovana tirou a mochila das costas e resgatou de dentro dela a prova dobrada ao meio. – Eu saí do vermelho!
- Ai, que orgulho! – Eu dei mais um abraço nela. – Deixa eu ver.
Eu peguei a prova e nós entramos no elevador, ela tinha se saído bem, embora ainda pudesse melhorar essa nota na média. Mas eu verifiquei as questões da prova e a encarei.
- Gi, tem umas questões aqui que você poderia ter acertado, você sabia e tem uma exatamente igual a um exercício que eu passei e você acertou, sua nota poderia ter sido muito melhor. O que houve? – Eu a encarei.
- Você viu, mestra? Acho que eu fiquei muito nervosa ou me esqueci, não sei. Acho que continuo precisando das suas aulas. Por favor, mestra, não me abandona. – Ela colocou as mãos postas.
- Ai, Gi, quanto drama! – Eu ri. – Não vou te abandonar, garota. Mas você precisa ficar calma na hora da prova.
- Corrige a prova hoje comigo, Mel? – Ela pediu.
- Filha, a Melissa não pode ficar perdendo o tempo dela com você. Ela te ajudou, você precisa agradecer e não pode tomar tanto tempo dela assim. O Nando vai ficar chateado com isso. – O Rafael chamou a atenção da filha.
- Tem razão, pai. Me desculpa, Mel. – A garota olhou para baixo envergonhada. – Muito obrigada por me ajudar, sem você eu repetiria o ano. – Ela me abraçou e depois tirou da mochila uma caixinha de presente. – Olha, é uma forma de agradecer tudo o que você fez por mim.
- Um presente pra mim? – Eu perguntei surpresa. – Ah, lindinha, não precisava ter se preocupado, eu estou te ajudando com o maior carinho.
- Eu sei, nós somos BFF! – Ela falou toda convencida. – Mas eu queria te dar algo pra você sempre se lembrar de mim.
- Gi, nos somos best friends forever, eu nunca te esqueço. E eu vou continuar te dando aulas, o Nando não se importa. Não se preocupe, Rafa. E nós podemos corrigir a prova hoje, o Nando vai trabalhar até mais tarde. – Eu sorri para ela e seus olhinhos brilharam de animação.
- Tem certeza, Meli? Não quero que você tenha problemas por nossa causa. – O Rafael peguntou seriamente.
- Certeza! – Eu confirmei e abri o embrulho tirei de dentro uma caneca personalizada cheia de fórmulas matemáticas em volta da frase “melhor professora de matemática do mundo”. – Eu amei, Gi! – E eu realmente tinha gostado, me senti querida e importante.
- Que bom! E já que você vai corrigir a prova comigo e o Nando não está em casa, você vem jantar com a gente? – Ela convidou animada.
- Giovana! – O pai a repreendeu. – Minha filha, que inconveniente, você vai sufocar a Meli assim.
- Não quer que eu vá jantar com vocês, Rafa? – Eu o encarei achando estranho ele estar tão preocupado que a filha fosse inconveniente.
- Claro que não, Meli, não me entenda mal, por favor, vai ser um prazer tê-la conosco, mas a Gi está te monopolizando e você tem outras coisas mais interessantes para fazer do que dar atenção a uma adolescente. – O Rafael sorriu sem graça.
- Não, eu não tenho nada interessante pra fazer hoje, ia ficar no meu apartamento sozinha, então eu vou adorar jantar com vocês e ajudar a Gi com a matemática, se isso não for um problema pra você. – Eu o observei.
- Não, Meli, não é um problema. Vai ser muito bom tê-la conosco. – Ele me deu um sorriso acolhedor.
- N-não, Mel, não estou mentindo. – Ele respondeu. – Não cria coisa na sua cabeça, Mel. Olha, vai lá jantar com os vizinhos e se distrair pra não ficar criando teorias malucas na sua cabeça. Amanhã nós nos falamos.
- Bom trabalho, Nando. – Eu senti que tinha algo errado, não estava sendo neurótica ou ciumenta, eu só sabia que tinha alguma coisa errada acontecendo e ele falar daquela forma me magoou.
- Boa noite, Mel! – Ele se despediu e antes que desligasse, eu ainda ouvi outra vez aquela mulher o chamando, com muita intimidade. Isso me doeu, não estava certo.
Eu tomei o meu banho e coloquei um vestido simples, de alças largas que ia até os joelhos, prendi o cabelo em um rabo e fui para o apartamento de baixo. Seria melhor mesmo eu ocupar a minha mente ou eu iria naquela empresa arrancar os olhos da sirigaita!
Eu toquei a campainha e a porta foi aberta pelo Rafael. Ele sorriu e me convidou para entrar. Era outro que estava estranho. Andava todo saidinho desde o casamento, aí agora parecia desconfortável na minha presença e eu não entendia porque.
- Seja bem vinda, Meli. – Ele me deu passagem.
- Belo avental! – Eu gesticulei para o avental estampado com o uniforme do Batman cheio de músculos e ele riu.
- Ah, claro. A Gi consegue dar os presentes mais idiotas, porém funcionais, que existem. – Ele ampliou o sorriso e me encarou.
- Não tem problema mesmo eu ter vindo, Rafa? – Eu insisti.
- Não, Meli, não tem mesmo. – Ele garantiu. – A Gi está no banho, o que pode demorar, vamos até a cozinha e você vai poder me ver cozinhar. – Ele brincou.
- Ah, isso eu quero ver! – Eu brinquei. – E porque você não está no bar hoje?
- Eu fui mais cedo e vou mais tarde, são os privilégios de ser o dono e ter funcionários de confiança. Eu gosto de passar tempo com a Gi. – Ele era um bom pai, isso se notava a quilômetros.
Nos fomos para a cozinha e ele me serviu uma taça de vinho, fez eu me sentar e nós ficamos conversando sobre trabalho, sobre como ele se virava para criar a filha sozinho, sobre como ele criou o bar. Ele era tão gentil e calmo, a conversa fluía fácil e eu acabei deixando a minha chateação com o Nando de lado, pelo menos enquanto estava ali, na companhia dos vizinhos, ao invés de estar sozinha em casa enquanto o meu namorado dizia que estava trabalhando.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......