“Fernando”
Eram três e meia da manhã quando eu imprimi a última folha daquele trabalho que eu não deveria estar fazendo, mas parecia que eu estava preso ali naquele escritório há dias. A Jennifer não calou a boca nem por um segundo e minha cabeça estava latejando, mesmo que eu tenha ignorado completamente o que ela falava, ainda era como um zumbido no meu ouvido.
Eu enviei uma cópia do trabalho para o meu e-mail, prestei muita atenção ao desligar o computador, ativei o software de monitoramento e bloqueei os acessos até a segunda feira, ninguém tocaria aquela máquina sem mim. Depois que tive um trabalho roubado na faculdade eu aprendi a manter o computador protegido, já era um hábito fazer isso, e conhecendo o pessoal da tecnologia da empresa, colocar as proteções foi fácil. Deixei as cópias impressas na mesa do Bóris e peguei a minha pasta.
- O que você está fazendo? – A Jennifer perguntou enquanto eu pegava a minha pasta.
- Indo embora. – Eu respondi já cansado dela.
- Mas nós não revisamos o relatório! Você não pode ir. – Ela reclamou.
- Quer revisar, Jennifer? Fique à vontade, mas eu estou indo embora. – Dei as costas e saí dali quase correndo e deixando aquela chata para trás enquanto ela tentava calçar os sapatos e juntar as bugigangas dela.
Quando a porta do elevador fechou eu respirei aliviado, eu finalmente tinha me livrado daquela sarna. Eu precisava aprender a ser meio bruto, como dizia o Flávio, para afastar pessoas como a Jennifer, mas era natural para mim tratar as pessoas com respeito e não ter atitudes grosseiras, eu nem sabia fazer isso, simplesmente ficava mudo sem saber o que fazer.
Eu disparei uma corrida até o meu carro, para não ter chance nenhuma de ser alcançado e saí daquele estacionamento antes que a Jennifer pudesse aparecer na portaria. Eu era a vítima correndo do brinquedo assassino.
Em casa, depois de um banho, eu abracei a Melissa na cama e senti o cheiro gostoso do seu hidratante de cereja, era reconfortante. Eu peguei no sono muito rápido, mas deixei o despertador programado para acordar às dez, eu não perderia o nosso fim de semana.
Quando eu acordei com o despertador a Melissa já não estava na cama. Eu me levantei e tomei um banho rápido, troquei de roupa e quando cheguei até ela na sala eu já estava pronto para irmos. Ela me olhou com as sobrancelhas erguidas e eu me ajoelhei entre suas pernas para beijá-la.
- Bom dia, abelhinha! – Eu sussurrei nos seus lábios sentindo o gosto bom do café que ela tomava.
- Vai voltar para o trabalho, Fernando? – Ela estava brava, mas eu ia resolver isso.
- Não, eu tenho um compromisso, com a minha namorada linda, num lugarzinho meio afastado, só nós dois. – Eu falei enquanto beijava o seu pescoço.
- Ah, você não esqueceu. – Ela murmurou.
- Nunca me esqueço de você, abelhinha. – Eu olhei pra ela e passei a mão em seus cabelos. – Você está pronta?
- Fernando, eu estou de pijama. – Ela respondeu, tentando ficar brava, enquanto eu passava as mãos por suas coxas.
- Está linda, como sempre. – Eu observei aquele pijaminha branco de algodão, quase transparente, que ela usava em dias que precisava de conforto.
- Eu vou me arrumar. Você não vai me deixar lá na pousada e sair correndo para o trabalho, não é mesmo, Fernando? – Ela perguntou e eu senti uma pontinha de mágoa em sua voz.
- Não, abelhinha. Só você e eu o fim de semana inteiro. Eu queria ter começado mais cedo, mas eu precisava dormir um pouco pra pegar a estrada. – Expliquei.
- Eu posso dirigir. – Ela respondeu.
- Hoje não. – Eu sorri pra ela. – Vai se arrumar e não demora.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......