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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1018

“Fernando”

Eu cheguei pontualmente ao hospital e encontrei o meu tio em sua sala na diretoria. No fim das contas eu estava até mais animado do que pensei.

- Nando! – O tio Álvaro se levantou alegremente para me abraçar.

- Tio! Eu estou pronto pra você. – Eu sorri para ele e seu olhar caiu sobre mim cheio de alegria.

- Eu sei que está! E nós temos um dia cheio hoje, mas eu vou começar te apresentando a sua assistente, ela será como sua sombra. – Meu tio foi até a porta e chamou alguém.

Uma jovem baixinha e de olhos puxados, com cabelos muito negros presos em um rabo de cavalo baixo e com óculos de aros redondos e dourados entrou na sala. Ela usava calças pretas, um sapato que me pareceu ortopédico e uma camisa branca que estava fechada até o pescoço complementada por uma gravatinha preta engraçada. Eu olhei a moça pensando que a Melissa faria dela o seu novo projeto se tivesse a chance.

- Fernando, essa é a Hana. Ela veio muito bem recomendada pela diretora de pessoal. A Hana se formou recentemente em secretariado, fala três idiomas e tem uma especialização em gestão hospitalar. – Meu tio sorriu e a jovem arrumou os óculos no rosto.

- É um prazer, Hana. Tenho certeza de que vamos nos dar bem. – Eu estendi a mão, que ela apertou forte e o seu aperto firme contrastava com o seu visual que me pareceu inseguro.

- É um prazer, Sr. Fernando. – Ela respondeu com a voz tão firme quanto o aperto que deu.

- É só Fernando, já que você será a minha sombra, vamos manter sem a formalidade do senhor, por favor. – Eu sorri para ela que apenas fez um aceno de cabeça.

- Vamos conhecer a sua sala, Fernando. – Meu tio chamou e eu o observei curioso.

- Eu já tenho sala? – Eu achei até graça, para quem trabalhava em um andar corrido caótico, ter uma sala era um luxo.

- Claro que tem, o hospital é seu! – Meu tio sorriu e me fez estremecer com a lembrança.

Nós fomos até o final do corredor e passamos por uma porta dupla enorme de vidro esfumaçado, atrás dela havia um enorme hall, mobiliado com sofás brancos de couro, uma enorme parede de vidro de um lado e a mesa grande de vidro da secretária do outro, com algumas plantas espalhadas de modo quase artístico e na parede lateral uma grande aquarela abstrata em tons de verde, azul, branco, laranja e vermelho, olhando bem, era como se representasse o encontro do mar com o céu de fim de tarde. Todo o resto era muito claro e totalmente equilibrado, um ambiente calmo e até relaxante.

- Hana, aquela é a sua mesa. – Meu tio apontou e os olhos puxadinhos da Hana se abriram um pouco mais, brilhantes e vivos. Ela parecia ter gostado da mesa.

Em frente a parede da aquarela eu vi duas portas duplas, brancas como as paredes. Eu não conhecia esse lado do corredor, nunca tinha estado ali, então eu não sabia o que esperar. Meu tio me levou até a primeira porta, que ficava mais próxima à parede de vidro e a abriu.

Era uma enorme sala de reuniões, com uma mesa de vidro ovalar no centro, onde provavelmente caberiam umas sessenta pessoas sentadas confortavelmente. Tanto a parede de fundo, quanto a lateral eram de vidro, havia um móvel, uma espécie de armário da altura da mesa, que ocupava toda a parede lateral e todo o resto era muito branco, exceto pela tela de TV gigante fixada na parede ao lado da porta.

- Sala de reuniões. – Ele apontou o que eu já havia percebido. – Todas as reuniões do conselho, de diretoria ou todas que você convoque, passarão a ser realizadas aqui.

Eu fiz que sim e nós saímos em direção a outra porta. Mas dessa vez ele não a abriu, apenas apontou.

- Esta é a sua sala, Nando. – Ele me olhava parecendo tão ansioso quanto eu.

- Isso, Nando! Esse é o espírito! – Meu tio vibrou, estava alegre e até emocionado. Já eu apavorado nem chegava perto do que eu estava sentindo.

O telefone que estava sobre aquela que agora era a minha mesa tocou e eu fui atender. Era a minha assistente.

- Fernando, a Srta. Jennifer Domani está na recepção e quer falar com você. Posso autorizar a entrada? – A Hana falou formalmente e eu tomei um susto. O que aquela purgante queria aqui? O que ela veio fazer atrás de mim? Eu só sabia que ela não entraria no meu hospital, ela não roubaria a minha paz aqui.

- Não, Hana, ela não pode entrar, avise a recepção. Obrigado. – Eu desliguei o telefone e o meu tio me olhou curioso.

- Ah, eu tenho que te contar o que aconteceu antes de eu sair de casa hoje. – Eu suspirei, mas antes que eu pudesse falar o telefone tocou de novo.

- Fernando, a senhorita disse que não vai sair até falar com você. – A Hana me avisou. Mas o que aquela peste queria?

- Hana, avise que ela não pode entrar. Eu vou descer para falar com ela, obrigado. – Eu pedi e desliguei o telefone.

- Mas o que foi isso? – Meu tio perguntou.

- Vamos até a recepção e no caminho eu te conto. Mas só para adiantar, a Jennifer Domani está lá insistindo em falar comigo. – Eu expliquei e nós saímos da sala.

Eu só notei que a Hana havia nos seguido no elevador. Ela realmente seria minha sombra. E enquanto o elevador fazia o trajeto para baixo eu ia explicando ao meu tio tudo o que tinha acontecido. Mas eu não estava preparado para a cena que eu vi na recepção e o meu primeiro dia ali, não poderia ter sido mais marcante, eu ficaria conhecido rapidinho naquele hospital.

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