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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1028

“Hana”

Meu chefe só podia ser cego! Ele estava dando muito espaço para aquele folgado daquele Rafael. Ai, não gostei daquele homem! Tinha alguma coisa nele que não me descia. Ele parecia ser tão convencido, atrevido e falso, ficava de sorrisinho para o Fernando, mas estava interessado na Melissa. Isso estava muito errado. E agora, me aparece uma filha, pai solteiro... ah, tá! A mulher deve ter fugido dele por algum motivo e ele roubou a filha. Eu tinha até pena daquela mãe e eu nem sabia quem ela era.

Eu era boa em perceber as pessoas e aquele tal de Rafael não era do bem, mas não era mesmo. Eu passei a manhã ruminando esse imbróglio, meu estômago estava até revirado, então na hora do almoço eu fui até a lanchonete do hospital em busca de algo leve para comer. Mas adivinha quem estava lá para perturbar a minha paz? Claro, o tal Rafael.

Eu tentei, juro que tentei ficar quieta, mas aquele jeitinho falso dele sorrindo para a atendente da lanchonete, aquela voz mansa, agradecendo, sendo exageradamente gentil, tudo me parecia muito forçado e falso. Desde o primeiro momento ele me irritou profundamente. Então ele se virou e deu de cara comigo, o sorriso morreu imediatamente em seus lábios, claro, para mim não tinha sorrisos, ele sabia que eu sabia que ele era um grande mentiroso.

- Com licença. – Ele pediu e deu um passo para o lado, mas eu o acompanhei.

- Olha aqui, eu já percebi o seu joguinho, então vou te dar um aviso, não tenta se aproveitar da Melissa só porque o Fernando anda trabalhando muito. Fica longe deles. – Eu avisei.

O Fernando e a Melissa eram boas pessoas e podiam não perceber o perigo, mas eu já tinha conhecido um homem assim, com o comportamento exatamente igual ao desse Rafael, então eu sabia que por trás da máscara de bonzinho, gentil e educado, havia um agressor, opressor, machista e aproveitador.

Eu sofri o inferno com aquele homem que eu deixei entrar em minha vida, não tive ninguém para me alertar e me impedir de cair na teia dele e eu caí e aceitei cada humilhação, cada degradação, cada agressão, até não suportar mais. Depois, para me livrar de tudo aquilo foi como se eu tivesse que morrer para nascer de novo, foi difícil, doloroso e cruel. E era por isso que eu não deixaria nenhuma mulher que eu conhecesse cair nesse canto de sereia, no charme e sedução desses homens manipuladores e doentes.

- Senhorita, creio que você esteja passando muito dos limites. É melhor parar por aqui. – Ele me encarou, os olhos frios, estava ali, o homem que eu sabia que ele era.

- Não vou parar, não até você deixá-los em paz. Está me ouvindo! Eu conheço o seu tipo, sei bem como você age, se fazendo de bonzinho, de amiguinho, inventando mil desculpas para se aproximar. Fico até me perguntando se a sua filha realmente quebrou o braço na aula de educação física ou se isso é o que você quer que as pessoas acreditem. – Eu o encarei, sem medo, apesar da nossa considerável diferença de altura, pelo menos uns trinta centímetros a mais que eu ele tinha.

- Não se atreva a mexer com a minha filha! – Ele rangeu os dentes.

- Tenho certeza que você é um péssimo pai, daqueles que nem ligam para a filha. Me conta, sua mulher te deixou e você, para puni-la, não permitiu que ela levasse a filha, não foi? – Eu provoquei e estreitei os meus olhos para ele, queria ver a máscara dele cair.

Eu sentia a raiva emanar dele, quente, como se respingasse em mim, seu corpo inteiro estava tenso, a mandíbula travada, os olhos brilhando de raiva. Eu ergui o meu queixo e mantive o meu olhar no dele, deixando claro que eu não tinha medo. Antes daquele homem que me feriu tanto, eu teria tido medo, mas agora eu não tinha mais.

- Eu sei o tipo de homem que você é. E eu não vou permitir que você coloque as mãos nela. A Melissa não será sua vítima! Então se afasta! – Eu avisei outra vez.

- Você é só uma mocinha arrogante que acha que sabe das coisas. Acho melhor parar de me incomodar ou eu vou registrar uma queixa formal no hospital. – Ele falou entre os dentes, mas eu sabia que o monstro dentro dele estava arranhando a superfície.

- Você não sabe nada de mim, mas eu conheço os tipos como você! Se fazendo de bonzinho, de coitadinho, mas isso é só fachada. Quer saber, vou te dar um conselho, já que você tem uma filha para criar, você deveria estar preocupado em cuidar dela, não em estar por aí tentando conquistar mulheres, principalmente as comprometidas. Porque quando se tem um filho, você deve viver apenas para ele, não é mesmo?!

- Quer saber, senhorita, já que estamos tendo essa conversa agradável e chegamos a parte do aconselhamento, eu vou te dar um conselho também. Procura um psiquiatra, porque está claro para mim que você tem muitos traumas para tratar, um pai abusivo talvez, um namorado agressivo com certeza, e uma mãe tóxica que certamente causou muitos danos a sua cabecinha. Ah, e aproveita e pergunta pra ele o que pode ser essa sua mania irritante de me ofender. – Ele tentou passar por mim, mas eu o impedi outra vez.

- Fernando... – Eu tentei falar, mas ele ergueu o dedo outra vez.

- Que fique claro, Hana, eu vou te dar uma segunda e última oportunidade, somente em razão do que o Dr. Molina me contou sobre você e em consideração ao seu tio que é um médico respeitado nesse hospital e amigo pessoal do meu tio. Então, pense muito bem antes de voltar a ofender alguém dentro deste hospital.

- Fernando, eu não vou me desculpar, aquele homem...

- Aquele homem se dirigiu a você de forma desrespeitosa? Te ofendeu? Te agrediu? – Ele perguntou e o que eu poderia dizer, fui eu quem se aproximou para colocar aquele falso no seu lugar.

- Ele me chamou de louca. – Eu respondi.

- Não, Hana, eu ouvi, ele sugeriu que você procure um profissional e talvez ele tenha razão, porque você passou por muita coisa e tem sido beligerante com o Rafael, pelo que eu sei, desde que o conheceu. Eu teria dito coisa muito pior pra você. – Ele talvez tivesse razão e eu talvez tivesse passado do limite um pouquinho, mas eu estava com muita raiva da falsidade daquele homem, a simples presença dele me irritava. – Volte para o seu posto de trabalho e se comporte como a profissional virtuosa que o seu tio garantiu que você é.

Eu me levantei e saí dali, mas quando alcancei a porta, eu ouvi a voz do Dr. Molina.

- Hana, eu vou contar isso para o seu tio. – Ele me alertou e eu sabia o que significava, meu tio ia me dar um sermão muito mais longo que o do Fernando. Eu saí dali e voltei para a minha mesa irritada.

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