“Fernando”
Eu cheguei ao hospital na segunda feira pela manhã com uma nova determinação, a Melissa tinha razão, eu precisava me posicionar de forma mais assertiva e dominante, seguro do que eu estava fazendo, da minha nova posição, ou como o tio Álvaro me aconselhou depois que as garotas saíram do apartamento, deixar o rapaz bonzinho da mamãe para traz e me tornar um homem firme e decidido. E a primeira coisa que eu faria seria ter uma conversinha com a minha assistente que estava parecendo meio intrometida.
- Bom dia, Hana. Na minha sala. – Eu falei assim que passei por ela.
- Pois não, chefe. – Ela entrou e fechou a porta.
- Hana, você é minha assistente e não está aqui para fazer leva e traz, tampouco para me vigiar. Não quero fofocas nesse hospital e não quero a minha assistente se metendo na minha vida pessoal. – Eu a alertei e ela abriu mais aqueles olhinhos puxados. – O que acontecer aqui que for do interesse da Melissa, eu mesmo vou dizer a ela. Fui claro?
- Perfeitamente! – Ela respondeu fazendo um grande esforço para morder a língua e não me responder.
- Agora, vamos trabalhar.
Eu a dispensei e me sentei para verificar as pastas que estavam sobre a minha mesa e então eu encontrei o convite da festa da farmacêutica. Eu precisava falar com o meu tio sobre isso e foi como se eu o invocasse, pois ele entrou em minha sala depois de dar uma batida na porta.
- Por que a sua assistente está tão brava? – Meu tio me encarou divertido.
- Porque eu deixei o rapaz bonzinho da mamãe para traz e a avisei que não quero saber dela fazendo fofocas para a Melissa. – Eu respondi e ele deu uma gargalhada.
- E por que você não a quer fazendo fofocas para a Melissa? – Ele me perguntou de forma muito capciosa.
- Porque, querido tio, eu gosto de contar as coisas para a minha namorada e não quero a minha assistente se metendo no meu relacionamento ou pensando que manda em mim como a Melissa faz com o Heitor. – Eu respondi, o que aparentemente o divertiu mais, e entreguei a ele o convite.
- Ah, você já recebeu. Que engraçado, só veio um? – Meu tio analisou o convite individual e nominal.
- Exatamente. Duvido muito que tenha sido um erro inocente. Eu quero te dizer que eu não vou a essa festa. – Eu já tinha decidido isso.
- Olha, Nando, essa festa da Farmacêutica Domani é um grande evento, reúne os maiores empresários da área da saúde, é um evento importante e você deveria estar lá. – Meu tio tinha um ponto, eu sabia o que aquele evento significava.
- Eu sei, é um evento muito especial, mas eu não posso ir sem a Melissa, tio, não nesse evento. Isso é uma armadilha. – Eu sabia que se eu pisasse nesse evento sem a Melissa, nós teríamos problemas.
- Mas é importante que você vá. – Meu tio insistiu.
- Nós podemos fazer um evento aqui no hospital, reunir todos esses nomes importantes. – Eu sugeri.
- Sim, podemos, mas esse evento da farmacêutica é como uma tradição. Lá é possível fazer muitos contatos importantes e bons negócios. – Meu tio suspirou. – Ainda que você não vá esse ano, no próximo ano haverá outro e aí você já será oficialmente o diretor.
- Eu não vou sem a Melissa. – Eu respondi.
- Você já conversou sobre isso com ela? Olha, Nando, a Melissa é capaz de lidar com isso.
- Talvez seja, tio Álvaro, mas não nesse momento, nós estamos tendo muitos problemas. – Eu confessei.
- Além da sobrinha do Domani? – Ele me olhou de um jeito que parecia que ele sabia de tudo.
- Além disso. Estar trabalhando tanto tem sido difícil, porque eu já vinha tendo uma jornada de trabalho impossível na farmacêutica há muito tempo e eu saí de lá e continuo me dedicando totalmente ao trabalho, ela está se sentindo deixada de lado. – Eu desabafei.
- E ela tem razão. Olha, vamos tentar manter seus horários dentro do padrão, vamos fazer isso essa semana e ver como vai ser, você pega as coisas rápido e acho que podemos conseguir manter um horário que não te impeça de ter tempo para a Melissa. – Ele concordou. – Mas não é só isso, é?
- Não. A Melissa viu todas as amigas se casarem e terem filhos e ela quer isso, mas eu ainda não quero. – Eu confessei.
- Pai? – A Hana falou atrás de mim e então eu me lembrei do que a Melissa me contou.
- Ah, é, você conheceu o Rafael, não é, Hana? – Eu a encarei e ela bufou. – Hana!
- Sim, chefe. Bom dia, Sr. Rafael. – Ela o cumprimentou de má vontade.
- Bom dia, senhorita! – Ele respondeu com um sorriso.
- Oi, Giovana. – Eu cumprimentei a adolescente que me deu um aceno e um sorriso fraco, parecendo estar com dor.
- Cadê a sua mulher? – A Hana perguntou de repente e aquilo foi muito imprudente.
- Hana! – Eu chamei sua atenção.
- Tudo bem, Fernando. Eu ouço esse tipo de pergunta com muita frequência. – Ele encarou a Hana. – Eu sou pai solteiro.
- Rafael, espero que dê tudo certo. – Eu me apressei em me despedir antes que a Hana continuasse o interrogatório.
- Você é o vizinho de baixo? – Foi a vez do meu tio fazer perguntas.
- Sim, senhor. – O Rafael respondeu de boa vontade.
- Se precisar de algo, mande me chamar. Eu sou o Álvaro Molina, tio do Fernando. – Meu tio estendeu a mão e o cumprimentou. O Rafael agradeceu e nós nos afastamos acompanhados pelo Vinícius.
- Hana, que não se repita o que aconteceu agora. A filha dele é uma paciente e você é uma funcionária, se comporte de forma respeitosa com os pacientes e acompanhantes. – Eu a alertei, mas algo me dizia que minha assistente testaria muito a minha paciência ainda.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......