Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1031

“Melissa”

Eu ouvi atentamente tudo o que o Fernando e o tio Álvaro contaram sobre a hostilidade da Hana com o Rafael e sobre tudo o que a Hana passou com o ex namorado. De certa forma eu poderia compreender a reação da Hana, certamente seria difícil confiar nos homens depois de passar pelo que ela passou, mas ela não poderia viver desconfiada ou perderia coisas ótimas na vida.

- É, grande história. Você vai trabalhar até mais tarde, Nando? Hoje tem noite das garotas. – Eu avisei ao meu namorado e me levantei. Ele foi rápido em me puxar para si.

- Ah, quer dizer que a minha namorada vai sair hoje e voltar pra casa semi bêbada? – Ele deu um sorrisinho malicioso pra mim. – Eu gosto disso!

- Seu problema, Fernando, são as expectativas muito altas! – Eu brinquei.

- Estarei esperando você chegar, por favor, semi bêbada. – Ele falou baixinho e riu.

- Posso levar a Hana? – Eu perguntei enquanto ele pressionava um beijo no meu pescoço sem se importar que não estávamos sozinhos.

- Pode. Faz essa garota se divertir um pouco pra ver se ela fica menos ranzinza. – Ele pediu e me deu um beijo.

Eu me despedi do Fernando e do tio Álvaro e sai da sala, parando em frente a mesa da Hana que ainda parecia resmungar para si mesma.

- Hana! – Chamei e ela virou os olhos para mim. – Pega a sua bolsa e vem comigo.

- Ir com você? – Ela perguntou meio em dúvida. – O Fernando te contou. – Ela respirou fundo. – Olha Mel, eu não vou pedir desculpa para aquele cidadão.

- E eu sou sua mãe por acaso, pra te pegar pela mão e mandar pedir desculpa pro coleguinha? Ai, Hana! Anda, eu vou sair com as minhas amigas e você vem comigo, nós vamos nos divertir.

Ela me olhou desconfiada, depois pegou a bolsa e saiu dali comigo. Quando entramos no carro e eu dei a partida eu voltei a falar.

- Só vou te dizer uma coisa, Hana, você está sendo precipitada em relação ao Rafa. – Eu falei e a vi me olhar com desconfiança. – Vou te propor uma coisa, eu tenho um amigo delegado, posso pedir para ele dar uma checada no Rafa, o que você acha?

- E você acha que seu amigo vai descobrir alguma coisa?

- Ah, se tiver alguma coisa, por mais escondida que esteja, o meu amigo vai descobrir, te garanto. Você vai conhecer a esposa dele hoje. – Eu garanti, afinal, o Flávio era bom em investigar.

- Tudo bem. Mas quando o seu amigo descobrir, você vai ter que admitir que eu tenho razão. – Ela falou confiante.

- Mas se o meu amigo não descobrir nada, você vai abaixar a guarda em relação ao Rafa. – Eu olhei rapidamente para ela e vi sua careta de desgosto.

- Ah, vai, Hana, você tem que admitir que o Rafa é um cara gato. E ele é muito gente fina, você vai ver. – Eu comentei só para provocá-la.

- Gato. Hum. Esses são os piores! – Ela olhou pela janela.

- Você está sendo preconceituosa. – Eu sugeri com uma risada. – Vou ligar para o meu amigo.

- Minha maluca favorita! Você vai cuidar bem da minha esposa e do meu bebê hoje, não vai? – O Flávio era um bobão quando o assunto era a Manu.

- Com toda certeza. Mas presta atenção que eu quero te pedir um favor. Sabe o Rafael, meu vizinha, dono daquele bar? – Eu perguntei.

- Sei sim, por quê? – Ele quis saber.

- É uma longa história, basicamente uma nova amiga cismou que ele esconde alguma coisa. Você pode investigar pra gente? – Era melhor resumir.

- Mas por que ela cismou? – Como um bom delegado, o Flávio perguntava demais.

- E tem que ter motivo pra cismar, Flávio? Cisma é só cisma.

- Mulher tem cada coisa, depois fala que é sexto sentido. – Ele riu do outro lado. – Maluca eu vou investigar pra você. Mas preciso do nome completo.

- Eu vou te mandar. Parceiro, obrigada. – Eu encerrei a chamada e enviei os dados para ele. – Agora é só esperar.

- Esperar você se dar conta que eu tenho razão. – Ela comentou.

- Ou não. – Eu respondi.

- Algumas de nós ainda podem, Sam, ainda não estão grávidas. – A Anabel lembrou.

- Podem nada, serão solidárias a nós e não vão beber. – A Catarina me lançou um olhar de cumplicidade.

- Bom, então está resolvido, refrigerante pra todo mundo. – Eu bati as mãos. – Agora conta pra gente, Ana, como foi sua lua de mel numa ilha deserta?

- Ai, gente, pensem num paraíso. Simplesmente perfeito. – A Anabel tinha muito o que contar e nós engatamos uma conversa animada sobre as qualidades do Rick e como ele era um marido perfeito.

Depois as meninas começaram a contar cada uma sobre os últimos exames das gravidezes. Mas enquanto a conversa fluía, eu notei que a Hana parecia muito desconfortável, distraída, mexendo no celular, eu pensei que ela talvez não tivesse gostado do grupo. Então, já que ela tinha ido comigo, eu resolvi perguntar se estava tudo bem.

- Hana, o que foi? Você não parece estar se divertindo. – Eu perguntei, mas ela tentou disfarçar.

- Não, Mel, estou sim. – Ela forçou um sorriso.

- Vai, Hana, conta pra gente, tem um gato em sua vida? – A Adèle também havia percebido que ela parecia desconfortável e chamou a sua atenção para a conversa.

- Ah, não, na minha vida não tem espaço pra isso. – Ela sorriu.

- Pois você deveria trocar umas palavrinhas com a Del, ela teve uma péssima experiência também antes de encontrar o Don. – Eu me lembrei do trabalho que a Del deu para o Don no começo.

- Ah, pois de homem abusivo e cafajeste, minha querida, eu entendo mesmo. Mas, eu encontrei o Donaldo e eu não queria mesmo admitir que ele era incrível, mas acontece que ele é. – A Del falou com um sorrisinho sonhador.

- Sério? Me conta. – A Hana pediu e se envolveu numa conversa com a Del, que não economizou atenção e conselhos.

- E você, Mel? Aquele príncipe fajuto já acordou pra vida? - A Lisa me fez rir. Ela andava aborrecida com a demora do Fernando em decidir sobre coisas importantes.

- Nem sei se vai, Lisa. – Eu suspirei. – Talvez quem tenha que acordar para a vida seja eu.

Eu mal havia acabado de falar e levei um susto com um par de braços me envolvendo e um beijo na minha orelha.