“Rafael”
Depois do bolo, a Giovana foi para a cama, ela estava cansada, teve um dia agitado entre o almoço com a avó e as amigas e a tarde no shopping. Além do mais, no dia seguinte ela precisaria acordar muito cedo, nós ainda iríamos ao cartório antes que ela embarcasse. Eu convidei a Hana para a sala, prometi responder todas as perguntas dela e era a hora, mas eu também tinha perguntas e ela teria que responder.
- Pode perguntar. – Eu enchi as nossas taças de vinho e ela me olhou surpresa.
- Por que a sua filha mora com você? – Foi a primeira coisa que ela me perguntou. Então eu contei a ela toda a história de uma vez. – Você não parece feliz com a viagem dela.
- E não estou, mas ela está. Vai ser bom pra ela e a tia vai cuidar bem dela. Só que eu sei que ela não vai mais voltar. – Eu suspirei. – Eu sei que ela vai querer ver o mundo e eu sou o pai ficando pra trás sozinho. O que eu posso fazer, vou sentir saudade.
- Por que você nunca se casou? – Essa mulher era muito curiosa.
- Porque eu tenho o péssimo hábito de me envolver com as pessoas erradas. Geralmente mulheres doidas ou paixões impossíveis, mas também porque as mulheres não se interessam muito por pais solteiros. Há o preconceito, a idéia de que não temos disponibilidade de tempo, e realmente o tempo precisa ser dividido, a dinâmica familiar envolvendo os filhos é outro problema, principalmente uma filha como a Giovana que pode ser um tanto ciumenta, e a possibilidade de conflitos com a mãe da minha filha pode ser um ponto de tensão para outras mulheres. – Eu me lembrei de todas as coisas que já tinha ouvido das mulheres desde que me tornei pai.
- Mas agora que ela está indo embora, você vai ter tempo. – Ela comentou.
- É, mas eu passo muito tempo no bar. – Eu olhei o vinho em minha taça. – Mas e você, Hana, qual é a história com aquele cretino que te bateu? – Ela ficou desconfortável, mas eu insisti. – Qual é, eu te ajudei, respondi suas perguntas, é justo que eu saiba.
- Você ainda está respondendo as minhas perguntas. – Ela deu um sorriso. – Não tem muito o que contar. Nós fomos namorados, no início ele era perfeito, mas ele foi ficando agressivo e quando fomos morar juntos ele começou a me bater. Um dia ele me bateu até quase me matar e eu fui parar no hospital, eu o denunciei, ele foi preso e eu não sabia que ele tinha saído. Aí ele foi preso de novo, graças a você. É isso!
- E agora você acha que todos os homens são como ele? Por isso você é tão agressiva comigo? – Eu quis saber.
- Não, todos os homens não. Mas você é como ele, eu tenho certeza. Um cara bonito, fingindo ser bonzinho. Dando em cima da vizinha comprometida. – Ela estava começando a falar a verdade, o que ela realmente pensava, talvez fosse o efeito do vinho.
- Você está enganada, Hana, eu não sou como ele. Eu nunca bateria em uma mulher. E a vizinha comprometida é um outro assunto. – Eu respirei fundo. – Um assunto que eu gostaria de esquecer.
- Então esquece! – Ela virou a taça de vinho e eu a preenchi novamente, fazendo o mesmo com a minha. – Você não tem a menor chance com ela, ela ama o namorado. – Ela se curvou para frente, ficando mais próxima de mim e sussurrou. – Eu não vou deixar você pegá-la.
Aquela mulher sentada ali tão pertinho de mim, me desafiando, sendo atrevida o suficiente para me dizer que eu era como o filho da puta que a agredia, me deixou irritado, ela não sabia o que estava dizendo. Eu não era um maldito maníaco. E a vizinha, infelizmente tinha cruzado o meu caminho no momento errado.
- E o que você vai fazer, Hana? – Eu coloquei a minha taça sobre a mesa e a encarei, repetindo o movimento dela, indo sobre ela como o predador que ela achava que eu era e ficando cara a cara. – Vai se tornar a minha próxima vítima no lugar da vizinha?
Ela estremeceu com as minhas palavras e recuou apressada, tão apressada que deixou a taça de vinho se virar sobre ela, manchando todo o lado direito da sua camisa de seda branca, que ficou translúcida e agarrada ao seu seio redondo sob o sutiã.
- Ai, droga! – Ela praguejou e eu tirei a taça dos seus dedos, rindo, achando graça do quanto ela estava tentando ser corajosa, mas se assustava com tão pouco.
- Vem comigo. – Eu chamei e ela me olhou em dúvida. Eu me curvei sobre ela de novo e falei em seu ouvido: - Fica tranquila, ao contrário da minha filha, eu até mordo, só que da minha mordida você vai gostar.
Ela estremeceu e me olhou assustada, eu estava rindo. A puxei pela mão e a fiz se levantar. Se ela podia falar tudo o que bem entendesse pra mim, mesmo que me ofendesse, ela também ouviria tudo o que eu quisesse dizer e eu a atormentaria.
- Você não quer ver o que eu tenho a oferecer, Hana? A hora é agora! Vai correr? – Eu a desafiei, sabia que do jeito que era doida deveria estar pensando que seria morta e esquartejada.
- Talvez você se torne a minha próxima vítima. – Eu sussurrei no seu ouvido e mordi o seu ombro, com uma mordida leve depois eu chupei aquele mesmo lugar. – Eu a coloquei no chão e a soltei. Ela respirou fundo e abriu os olhos.
- Você me mordeu! – Ela falou, mas não era uma reclamação.
- E você gostou! Como eu disse. – Eu ri.
- É melhor eu ir pra casa, já está tarde. – Ela sussurrou, parecia completamente confusa.
Ela saiu do quarto e caminhou em silêncio até a sala, pegou a bolsa e foi em direção a porta. Eu a acompanhei até o carro, um percurso silencioso, mas antes que ela entrasse eu a puxei e falei no seu ouvido:
- Se quiser ser mordida de novo, você sabe como me encontrar. – Dei uma mordidinha no lóbulo da sua orelha e vi o arrepio da sua pele. – Mas eu acho que você tem medo demais de mim.
Eu havia deixado a minha inimiga confusa. Ela entrou no carro e foi embora, eu voltei para casa rindo. Essa, com certeza não ia querer me ver nunca mais, era uma pena por um lado, mas por outro, era melhor assim, era menos uma doida na minha vida.
Eu já estava deitado quando chegou uma mensagem no meu celular, eu esperava que não fosse problema no bar, pois eu não queria ter que ir até lá. Peguei o celular e olhei a mensagem.
“HANA DOIDA: Você me viu de lingerie de novo e não teve coragem ainda de me mostrar a cuequinha. Quem tem medo de quem?”
Ah, mas essa mulher estava brincando com fogo e ela não tinha a menor idéia de com quem estava mexendo!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......