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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1105

“Domani”

Aquela vadia daquela policial tinha a mão mais pesada que um lutador de boxe! O golpe que ela me deu no estômago me fez quase me ajoelhar diante dela. Mas o pior foi a ameaça que ela fez, de espalhar na cadeia que eu era abusador de mulheres, isso seria o meu fim, afinal, todo mundo sabe o que acontecia com abusadores na cadeia.

Agora eu estava aqui, nesse lugar fedido, fedido e feio, trancado numa jaula, como se eu fosse um animal, isolado de tudo, de todos. Disseram que eu vou ficar aqui por alguns dias, ele chamam de adaptação, mas eu não conseguia acreditar que alguém poderia se adaptar a isso, que alguém pudesse se adaptar a grades, liberdade restringida, essa lavagem que me deram para comer. Não, se adaptar era impossível.

O pior é que eu ainda tinha o problema daqueles moleques traidores para lidar. Me passaram a perna, me tiraram tudo, mas isso não ficaria assim, eu pegaria o que era meu de volta e depois que eu fizesse isso, eu colocaria cada um daqueles moleques cretinos no seu devido lugar que era a sarjeta, não sobraria nem aquelas casinhas ridículas onde eles moravam. Eu havia mandado aquele advogado inútil verificar e esperava que ele me desse boas notícias rápido.

- Domani? O que você está fazendo aqui? – Eu me virei para a porta da cela e vi o Frederico passando, sendo empurrado por dois guardas.

- Estou de férias, idiota, vim passar uma temporada nesse maravilhoso hotel. – Eu falei de um jeito bastante debochado e ele riu.

- Cala a boca, preso, e anda! – Um dos guardas deu um safanão nele e o empurrou. Eu esperei que o guarda colocasse o Frederico na cela e se afastasse, só então eu me aproximei da grade.

- E aí, o que aconteceu? – Ele perguntou se aproximando também.

- Pra ser sincero eu ainda não sei direito, sei que teve dedo daquele filho da puta do Rafael. – Eu estava com tanto ódio daquele cretino que poderia matá-lo com as minhas próprias mãos.

- Aquele cara é mesmo um filho da puta! É culpa dele também que eu esteja aqui de novo. – O Frederico contou, mas eu já sabia o que tinha acontecido.

- Mas você é um idiota, Frederico, o que você tinha que ir se meter com aquela mulher? Ainda mais com o bolso cheio da minha mercadoria. – Eu reclamei.

- Aquela puta da Hana! Eu tinha que ir me meter com ela sim, Domani, foi ela que me colocou aqui da primeira vez. O que você acha, que eu ia deixar por isso mesmo? Não, eu ainda vou pegar aquela puta e virá-la do avesso antes de matá-la, só para ela ter tempo de se arrepender de ter me colocado na cadeia, duas vezes! – O Frederico tinha ódio da ex namorada, mas pelo que eu sabia ele havia quase matado a coitada da garota quando foi preso a primeira vez.

- Aproveita e faz a mesma coisa com o Rafael. Aquele filho da puta me paga, ele acabou com a minha vida! E eu dei a ele tudo! Aquele bar da moda não existiria mais se eu não tivesse injetado capital e boa parte daquele movimento era por causa das minhas mercadorias. – Eu lamentei.

- Ih, olha lá quem ta vindo, o Lustroso! Quando ele foi preso? – O Frederico me perguntou e eu olhei para o meu capanga sendo arrastado pelos guardas.

- Eu não tenho idéia! – Eu respondi, mas eu descobriria.

- Que sorte a sua, Farmacinha, ganhou dois coleguinhas para passar o tempo. – O guarda brincou comigo e colocou o Lustroso na cela. Eu mal tinha chegado e já tinha ganhado um apelido ridículo nesse lugar.

O Lustroso era o meu capanga, um homenzinho baixo, careca, magro, de quase sessenta anos, com um bigode farto e comprido, mas que era todo feito de crueldade, não foi à toa que o coloquei como meu capanga de confiança. Ele fazia só os servicinhos que ele gostava, coisas como dar recados nada amistosos, desaparecer com pessoas que atrapalhavam o meu negócio, dar sustos, esse tipo de coisa. Foi ele quem atropelou a filha do Rafael e fez isso sem nenhum remorso, só lamentou que eu disse para não matar.

- Ih, Domani, se fodeu igualzinho a mim! – O Frederico se meteu. – Delegado Moreno, aposto! Aquele lá é osso duro de roer, não alivia nada.

- Esse mesmo. Um brutamontes que se acha muito importante. – Eu respondi entre os dentes.

- Domani, ele não se acha não, ele é importante! – O Frederico riu. – Você nem parece que é da alta roda social. O delegado Moreno é daquela família dona da indústria de alimentos. Ele é um dos donos, vive aparecendo nos jornais. E ele é um dos queridinhos do secretário de segurança, todo mundo no meio da polícia fala que ele é a referência da corporação.

- Merda! Você está falando sério? – Eu balancei a cabeça lamentando a minha ignorância.

- Eu estou falando muito sério! Ele é um riquinho que tem mais dinheiro que você, Domani. – O Frederico riu, ele nem tinha idéia que eu não tinha mais nem um centavo. E agora nenhuma ilusão de que um dos meus conhecidos influentes fosse me ajudar, já que quem me prendeu foi o filho do César Moreno, eles eram poderosos e tinham amigos tão poderosos quanto.

- Chefe, vou te mandar a letra, arruma alguém pra trazer dinheiro e cigarro pra gente aqui ou a coisa vai ficar ruim. – O Lustroso falou e eu não entendi.

- Dinheiro e cigarro pra quê? – Eu perguntei.

- Dinheiro pra comprar uma cela melhor e cigarro para trocar por outras coisas aqui dentro. Aqui é assim, quem tem mais dinheiro é rei e eu sei que vai ser difícil alguém ter mais que o senhor. – O Lustroso me avisou e eu comecei a sentir medo, porque eu não tinha mais um centavo e nem tinha ninguém que pudesse vir aqui me trazer qualquer coisa. Mas por enquanto eu ainda deixaria esses dois pensando que eu ainda era rico e poderoso, pelo menos até ter notícia do advogado.

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