“Domani”
Tinha chegado o dia de ser levado para o meio dos bárbaros. Eu estava preocupado com o que aconteceria quando eu fosse colocado no meio dos outros presos, eu não sabia o que fazer.
- Vamos, farmacinha, hora de conhecer os novos amiguinhos. – O guarda se aproximou da cela. – Vocês dois também. – Ele apontou para o Frederico e o Lustroso.
- Até que enfim, não aguentava mais ficar o dia todo na tranca! A gente ainda pega o banho de sol, não é, guarda? – O Frederico estava empolgado demais.
- Hoje não, covardão! Os outros já estão no sol e vocês vão ficar na cela esperando os amiguinhos. – O guarda respondeu.
- Mas nós vamos ficar juntos, não é? – O Frederico insistiu.
- Ah, a donzela quer ficar junto com os namoradinhos, é? – O outro guarda que estava algemando o Frederico não parecia muito de bom humor. – Não, vocês não vão ficar juntos.
- Lascou, Domani, você vai ter que se virar. – O Lustroso gritou para mim.
- Escuta aqui, guarda, eu vou ficar numa cela especial, não é? Eu tenho curso superior. – Eu me lembrei disso e ia exigir o cumprimento do meu direito, pois por pior que fosse, estar dentro da cela sozinho era menos perigoso pra mim.
- Ah, que gracinha! Ele quer cela especial! – O guarda riu. – Olha, famacinha, eu vou ser gente boa e te explicar como funciona a cela especial. Primeiro, você tem que pedir para o juiz e provar que tem curso superior. Aí o juiz manda avisar ao diretor que, se for possível, você deve ser colocado em cela especial, que não é nada mais do que uma cela comum onde você vai ficar apenas com outras pessoas que também tiverem curso superior.
- Jura? A cela especial é uma cela qualquer, não tem nem um upgrade? Uma TV, uma cama mais confortável, banho quente? – O Agente riu.
- Nada de diferente! Mas aí, tem um outro detalhe, tem a condição do “se for possível”, mas nunca é possível, nós estamos lotados, além da capacidade, não dá pra deixar uma cela para um metidinho a besta que não quer fazer novas amizades. – O guarda estava sorrindo.
- Acho que deu ruim, Domani. Olha, vou te dar uma sugestão, dorme com o rabo encostado na parede. – O Frederico me aconselhou e pela gravidade em sua voz era sério.
Nós fomos colocados cada um em uma cela no mesmo corredor, a cela do Frederico era de frente para a minha. As grades foram fechadas e agora eu tinha que esperar para ver que tipo de gente dividiria essa cela comigo.
Demorou um pouco, mas quando os outros presos começaram a passar pela porta da cela eu me senti como um animal no zoológico, eles passavam olhando com curiosidade. Então a porta da cela foi aberta e três homens entraram, dois eram enormes, como dois armários e o terceiro era pouco maior que eu e esse parou em minha frente.
- Então você é o novato? – Ele me olhou como se medisse uma peça de roupa.
- Domani. E você quem é? – Eu perguntei sem abaixar a minha cabeça.
- Eu sou o teu dono agora, mas por aqui me chamam de Ferrolho! – Ele me respondeu.
- Meu dono? – Eu repeti e senti raiva, ninguém falaria comigo daquele jeito. – Olha só, meu amigo, eu não sei quem você pensa que é, mas meu dono, com certeza, você não é!
- Ah, que gracinha! Olha, só pessoal, a boneca acha que é dona do próprio rabo! Acho que ela precisa aprender uma lição. – O Ferrolho falou e os outros dois se aproximaram de mim, cada um me segurando de um lado. O Ferrolho se aproximou e deu dois tapinhas no meu rosto. – Eu vou te ensinar a se comportar, boneca!
De repente ele deu um murro no meu estômago e eu me curvei. A dor foi lancinante.
- Te arrumo um. Três mil. Junto com o dinheiro do rabo do comédia aqui. Vou te adiantar o celular na confiança! Pode esperar que mais tarde chega aí no seu barraco. – O Ferrolho avisou e depois veio até mim e passou a mão na minha bunda nua. – Bundinha de bebê! Huumm... Tá com sorte, boneca, teu parceiro é firmeza. Tô dando um voto de confiança, mas se não tiver dez mil na conta que eu vou passar até segunda feira, você vai ser o meu jantar! – Ele deu um tapa na minha bunda. – Gostosinha! Podem soltar.
Os outros dois me soltaram e eu subi minha calça depressa. Eu estava apavorado. Eu precisava ir para uma cela onde eu ficasse sozinho ou eu nunca mais iria dormir.
- Olha só, Ferrolho, nós podemos na segunda o dinheiro vai estar na conta. – Eu respondi e me sentei depressa, antes que ele tocasse na minha bunda de novo.
- É bom mesmo! Ou eu vou te virar do avesso. – Ele avisou. – Agora vê se não incomoda, fica quieto no seu canto.
Eu fui até a porta da cela e chamei o Frederico.
- Fala, Domani, salvei teu rabo! – Ele estava rindo, mas aquilo não tinha graça.
- Vá a merda, Frederico! Presta atenção, quando pegar o telefone, tem que ligar para o Bóris. – Eu avisei.
- Tô ligado! Assim que chegar o bagulho aqui eu te chamo para saber em qual número ligar. – Ele concordou e eu respirei aliviado. – Até porque, Domani, se ele comer o meu rabo, eu vou arrancar o teu pau com o dente, entendeu? Eu coloquei o meu na reta por você!
- Eu já entendi isso! Você liga para o Bóris e avisa pra ele. – Eu falei irritado e fui para a minha cama, aquele bloco gelado de concreto.
Eu estaria muito ferrado se por acaso o Bóris aprontasse comigo, muito ferrado!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......