“Rafael”
Eu fiquei por um momento abraçado a minha filha, meu coração de pai sofrendo pela dor dela e pela incompreensão e confusão que havia em sua cabecinha, mas eu também queria que ela sentisse o meu amor, que sentisse que eu sempre estaria de braços abertos para ela e que eu tentaria evitar todas as dores que eu pudesse. Eu tentaria, mesmo que eu não pudesse evitar todas as dores, como naquele momento eu não pude evitar que ela se tornasse alvo de um manipulador que certamente não queria nenhum bem a ela.
- Por que vocês não podem entender que eu amo o Jonh? – Ela fungou e eu senti as lágrimas queimarem nos meus olhos também. Me doía que ela não percebesse como estava enganada.
- Eu te amo tanto, minha filha! Eu quero o melhor para você e o melhor para você não é a Irlanda, pelo menos não agora. Mas definitivamente, aqueles amigos e aquela pessoa da internet, que diz se chamar Jonh, eles nunca serão o melhor pra você! – Eu assegurei a ela.
- Você não entende, pai! Você não me entende! – Ela reclamou.
- Filha, eu entendo tão bem! Primeiro porque eu sou o seu pai e me dói te ver sofrer, segundo porque eu sei como é o amor e eu sei como é se enganar com a pessoa errada. Olha a Hana, filha, tudo o que ela passou porque se envolveu com a pessoa errada. – Eu tentei mais uma vez fazer a Giovana enxergar a verdade.
- Mas, pai, o Jonh não é assim, ele me ama! A minha mãe encheu a sua cabeça! A minha mãe não me ama, ela nunca me amou, eu sou um peso para ela e ela só quer me afastar do Jonh e da Aisling só para me fazer sofrer. – Ela reclamou e eu não sabia se ela estava sendo rebelde, exagerada como todo adolescente ou se ela realmente sentia esse desamor.
- Gi, isso não é verdade! A sua mãe ama tanto você. Você não percebe como ela está sofrendo? Você não percebe a tristeza dela? – Eu tentei argumentar, mas ela não estava ouvindo, ela se negava a ouvir.
- Você que não percebe, pai! Ela foi embora e me deixou para trás, porque ela não me queria. – Ela reclamou e me olhou, o rosto banhado em lágrimas.
- Gi, seja justa! A sua mãe foi se estabelecer e voltou para te buscar e foi você quem não quis ir! – Eu a lembrei, mas era como tentar romper um paredão de pedra.
- Eu não quis ir porque ela já tinha me abandonado! – Ela reclamou mais uma vez.
- Gi, ela não quis te levar para um lugar estranho onde ela nem sabia o que encontraria. Ela foi cuidadosa. Eu estava lá, Gi, e vi a dor dela ao te deixar para trás, prometendo que te buscaria em breve. E eu vi a dor dela quando veio te buscar e você não quis ir. – Eu argumentei.
- A minha avó disse... – Ela começou a dizer, mas eu conhecia o discurso da avó.
- A sua avó te ama, mas ela tem alguns problemas com a sua mãe e te coloca no meio disso. Ela está errada! – Eu fui firme e ela me encarou.
- Por que você a defende tanto? – Ela me perguntou com os olhos já vermelhos.
- Porque é o certo, porque eu sei que ela te ama, porque eu sei que tudo o que ela fez foi pensando em você, em te dar uma vida melhor, para que não te faltasse nada. Mas parece que faltou, não é, Gi? Mesmo ela se desdobrando, tentando ser o melhor que pôde, ainda faltou. Sabe, Gi, ser pai e mãe é uma tarefa difícil e não tem uma receita que garanta que fazendo de um determinado jeito vai dar certo. E sua mãe e eu estamos aprendendo a ser pais com você, acho que na maior parte do tempo a gente acerta, mas nós cometemos erros também, como qualquer um.
- Ai, Giovana! – Eu respirei fundo. – Você vai voltar para a escola, Giovana. E você não vai definhar até a morte! – Ela pensou por um momento e algo surgiu no seu olhar e não era bom.
- Está bem, eu volto a fazer tudo o que você quer. Mas você tem que deixar aquela Hana! Você está me separando do Jonh, então faça o seu sacrifício, se me quer de volta, boazinha e fazendo tudo o que você quer, você também vai deixar aquela Hana, assim como está me obrigando a deixar o Jonh! – A crueldade estava estampada nos olhos dela, ela só queria me ferir, ela queria que eu sofresse.
- Olha pra mim, Giovana, dentro dos meus olhos. Você quer me punir e me fazer sofrer, porque você acha que está sofrendo. Mas olha pra mim, você não vê que eu já estou sofrendo por você? – Eu a encarei por um momento. – O que você quer é me ferir, mas você já feriu, no momento em que começou com essa rebeldia, você começou a me ferir e você está me machucando todos os dias.
- Eu posso fazer pior! E se você não largar a Hana, eu posso acabar com ela e ela vai te odiar. – Eu fiquei chocado com o que ela disse.
- Eu não reconheço você, Giovana! Isso é tão cruel que eu prefiro pensar que é uma ameaça vazia. Mas entenda uma coisa, eu sou seu pai e vou fazer o que eu acho que é melhor para você, porque você só tem dezesseis anos. E eu não vou ceder as suas chantagens. Entendeu? – Eu avisei e ela me encarou, com os olhos afiados.
- Eu vou disparar todos os gatilhos emocionais dela! – Ela deu um sorriso frio.
- Não faça nada que você possa se arrepender, Giovana! – Eu avisei, mas ela olhou para mim e se deitou na cama, se virando para o canto. A conversa estava encerrada e da pior maneira. Como eu lidaria com isso eu não tinha idéia!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......