Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1228

“Hana”

Depois do almoço, nós voltamos para o hospital e enquanto o Bóris se reuniu com o meu chefe, a Raíssa e a Melissa fecharam a venda do apartamento. Já a Adèle e a Rúbia ficaram por ali conversando comigo. Mas a reunião do Bóris não demorou tanto e logo todos foram embora. Eu estava bem distraída com o meu trabalho, já era meio da tarde e as meninas já tinham ido embora há um tempo, quando a Melissa apareceu de novo diante da minha mesa e eu achei muito estranho.

- Mel?! Aconteceu alguma coisa? – Ela estava bem séria e parecia ter chorado.

- Podemos tomar um café, rabicho? Preciso te falar uma coisa. – Ela falou bastante séria aumentando a minha preocupação.

- Claro que podemos! O Nando não está, você precisa dele? Eu posso localizá-lo no hospital. – Eu perguntei porque fiquei mesmo preocupada com ela.

- Não precisa. Eu quero só te informar uma coisinha e te preparar. E vou precisar da sua ajuda, Rubens! – A Melissa estava me assustando, então eu peguei a minha bolsa e fui depressa com ela para a lanchonete do hospital.

O Rubens e o Douglas nos fizeram sentar e foram até o balcão pegar os cafés para nós. A Melissa me olhou e seu semblante era de preocupação. Mas ela não falou até o Rubens e o Douglas se sentarem conosco.

- O que está acontecendo, Mel? – Eu perguntei já aflita com aquele suspense.

- Hana, presta atenção, eu fui visitar a Giovana. – Ela começou e me olhou nos olhos. – Ela foi horrível comigo. E pelo jeito que ela falou, ela vai aprontar com você.

- Como assim, Mel? – Eu perguntei, porque a Giovana já tinha sido mal educada comigo.

Então a Melissa me contou tudo o que aconteceu no apartamento e me fez pensar. Eu contei para a Melissa como tinha sido a minha interação com a Giovana até ali e ela ouviu tudo atentamente.

- O que você acha, Rubens? – A Melissa perguntou e o Rubens estava bastante sério.

- Mel, que bom que você voltou e está alertando a Hana. Eu vou cometer uma indiscrição aqui, não deveria, o chefe que me desculpe, mas hoje eu conversei com o Anderson e ele me disse que a Giovana ameaçou o chefe, ela disse que vai “disparar os gatilhos” da Hana. Isso me preocupou e eu sei que o chefe vai conversar com a pequena, mas eu fiquei pensando se ele terá tempo de falar com ela antes da Giovana aprontar. – O Rubens acabou contando.

- Indiscrição nenhuma, Rubens! Nós estamos cuidando da Hana e do Rafa. A Hana precisa estar preparada. – A Melissa pontuou e o Rubens concordou. – Rabicho, qual a pior coisa que ela pode fazer?

- Não sei! Acho que o que seria pior pra mim seria o Rafael ser violento com ela, reagir de forma violenta, sabe?! Gritar com ela, esse tipo de coisa. Mas o que vem dela, acho que eu posso lidar. – Eu falei tentando pensar. – Às vezes, Mel, é só um pequeno gesto e me deixa completamente em pânico, mas eu voltei para a terapia, estou bem, acho que posso lidar com ela.

- Ela vai ser cruel, Hana! O que eu quero é te preparar, porque ela não está bem e ela precisa do máximo de apoio possível. Talvez com o meu afastamento você tenha chance de se aproximar. – A Melissa me encarou, ela estava mesmo preocupada comigo.

- Eu vou aguentar firme, Mel! Por mim, por ela e pelo Rafa! Eu me apaixonei, Mel, eu não vou fugir dele, porque ele já me deu muitas provas de que eu posso confiar. – Eu garanti a ela.

- Ótimo! Porque aquele homem, rabicho, é todinho seu! Ele está completamente apaixonado e me pediu para não te deixar fugir se a Giovana te assustar. – As palavras da Melissa arrancaram um sorrisinho bobo e completamente apaixonado de mim. – E por isso, Rubens, eu preciso de você! Se a rabicho sair correndo você vai segurá-la e me chamar e nós vamos lembrar a ela que o Rafa a ama.

- Deixa comigo, Mel! Essa pequena não vai fugir do chefe! – O Rubens deu um sorriso e apertou gentilmente a minha mão.

- Não, é sério! Mas eu já tinha trabalhado como segurança para pagar a faculdade e no final das contas, meu consultório de psicologia não estava deslanchando, aí eu acabei fazendo uns cursos, me aperfeiçoando e voltei para a área, agora eu sou segurança pessoal privada, ou guarda costas, como queiram. E essa profissão já me fez viajar o mundo, viu?! – A Sandra sorriu toda orgulhosa.

- Gente, quando eu acho que ninguém pode me surpreender, a Sandrinha Pitbul me sai com essa! – A Melissa estava encarando a Sandra admirada.

- Ah, Mel, assim eu fico emocionada! – A Sandra levou a mão ao coração. – Mas vamos lá, deixa eu exercer a psicologia aqui. – Ela sorriu. – Hana, sabe o que quebra no meio esses adolescentes rebeldes? Gestos de afeto! Principalmente quando eles têm certeza que vão despertar sua raiva. Quando eles estão no auge da rebeldia e do ataque de pirraça, um gesto de afeto os deixa perdidos, é tipo como se você resetasse o jogo de repente, eles ficam confusos e sem ação.

- Acho que eu estou entendendo! Você está sugerindo que eu seja amorosa e gentil com ela, mesmo que ela seja uma pestinha odiosa comigo? – Eu perguntei e a Sandra sorriu.

- Isso aí! – A Sandra concordou. – Olha, ela esperava que a Melissa fosse compreensiva, mas a Melissa reagiu sem brigar, sem discutir, a Melissa se afastou. – Ela deve estar mortificada agora. – Ela espera que os pais sejam rudes com ela, ela sabe que eles não vão se afastar, mas ela quer que eles dêem motivo para ela odiá-los. Mas, pelo que eu sei do Rafael e pelo que eu vi da Raíssa, eles estão indo pelo caminho certo, ela ataca, eles falam as verdades, mas não perdem o controle e ainda oferecem apoio.

- E ela espera que eu perca o controle, reaja com raiva e me afaste. – Eu concluí.

- Exatamente! E você vai fazer exatamente o contrário. Eu sei que não é fácil, mas se você mantiver na sua mente que ela é só uma menina confusa e com medo, achando que está numa guerra e que estão todos contra ela, acho que você consegue lidar com isso. – A Sandra me aconselhou e era um ótimo conselho.

- Sandra, você é um espetáculo! – Eu sorri para ela. – Eu acho que eu posso fazer isso!

- Você vai ver, cada gesto de carinho seu vai deixá-la tão confusa que ela não saberá como agir e vai parar de te agredir. – A Sandra comentou e eu me senti confiante, eu ia vencer aquela garota pelo amor. Isso não seria difícil, eu sabia muito bem como era se sentir sozinha e assustada.