“Rafael”
Mas era só o que me faltava, a Giovana Maria julgando a minha adolescência! E pior, as caraminholas que isso criaria na cabeça da minha doida. Isso não era nada bom! Mas à medida que as histórias eram contadas a Hana continuava rindo e o Rubens também, então parecia que o meu único problema seria evitar que a Giovana se levantasse e agarrasse o Anderson na minha frente. Felizmente o Anderson era um bom rapaz e o jantar transcorreu sem nenhum acontecimento dramático, porque a minha filha não era uma senhorita tão bem comportada assim.
Quando eu fechei a porta do quarto e abracei a Hana ela ainda estava rindo e eu estava feliz por ter a minha filha de volta e a minha doida na minha casa. Os abraços que eu ganhei da minha filha nesse dia turbulento fizeram todo o nervosismo e a preocupação dos últimos dias desaparecerem e especialmente aquele último abraço do dia foi muito especial.
- Você é muito bom nessa coisa de ser pai. – A Hana comentou e eu ri.
- Você acha? – Eu perguntei sentindo uma vontade crescendo dentro de mim e ela fez que sim. – Eu acho que eu vou ser um pai melhor para os nossos filhos, sabe, porque agora eu já estou pegando o jeito e...
- Nossos filhos? – Ela me perguntou séria.
- Sim, minha doida, os filhos que você e eu teremos juntos. Eu quero ser pai de novo, Hana, com mais maturidade, planejamento, com a mulher que vai passar o resto da vida comigo e eu sei que é você! – Eu a encarei e ela respirou fundo.
- Rafa, eu não quero ter filhos. – Ela falou assim, sem cerimônia, rápido e certeiro como uma flecha direto no alvo, mas ficou bem tensa em meus braços.
- Por que não, Hana? Sabe, eu já tenho a Giovana e eu amo ser o pai dela, amo tanto que eu gostaria de ter mais uns dois ou três filhos. Pelo menos mais um. Mas isso não é fundamental para mim, se você não quiser mesmo ter filhos, eu posso abrir mão disso. Mas eu gostaria de conhecer as suas razões para não querer ser mãe. – Eu expliquei e a levei comigo para a cama, me sentei e recostei na cabeceira e a puxei para o meu colo.
- Eu tenho uma mãe horrível. Você sabe. E eu não quero ter um filho e ser uma mãe horrível. E eu simplesmente vou ser horrível porque eu não tenho outra referência. E não sei se isso de não gostar do filho pode estar no DNA, mas transtornos de personalidade têm predisposição genética. – Ela falou com os olhos baixos e eu me senti triste por ela.
- Minha doida, olha pra mim. – Eu pedi e ela ergueu os olhos. – Você acha mesmo que seria uma mãe horrível? Eu não concordo. Para começar, você tem uma capacidade de amar gigantesca. Você acolhe as pessoas, eu já te disse uma vez, você defende os seus afetos como uma leoa! E eu vejo você com a Giovana, você será uma mãe simplesmente fantástica!
- Rafa, eu li tanto sobre a personalidade narcisista, e sim, algumas pessoas podem herdar traços genéticos que aumentam a probabilidade de desenvolver o transtorno. E se acontecer? Meu filho vai sofrer tudo o que eu sofri ou pior.
- Minha flor, só de você estar se preocupando com isso já mostra que você não tem nenhuma predisposição a desenvolver o transtorno de personalidade narcisista. – Eu passei a mão pelo rosto dela, tentando desfazer aquela ruguinha de preocupação na sua testa. – Além do mais, precisa de muito mais do que predisposição genética, precisa de fatores ambientais. Essa sua preocupação não tem o menor sentido. Além do mais, o que a sua mãe tem vai muito além de narcisismo, é uma falha de caráter.
- Você acredita mesmo que eu poderia ser uma boa mãe? – Ela me perguntou e repuxou os lábios numa linha fina, expressando toda a sua preocupação.
- Eu tenho certeza! Você tem tanto amor no seu coração que é impossível que você não ame um filho seu. Além do mais, você está cercada de gente que te ama, você não percebeu isso? – Eu perguntei e ela sorriu.
- É, eu percebi isso! E eu te disse isso. Você acha que a Gi também me ama? – Ela perguntou e eu comecei a rir.
- Minha flor você é a mais nova melhor amiga dela, você não se deu conta disso? Ela te ama e ela está feliz por ter você aqui. E você tem muitos amigos. Tem a Melissa e o Fernando, a Sandra e o Douglas, a Adèle, o Vinícius. E você está fazendo novos amigos por aqui também, a Rub e a Rai te adoram, o Rubens te adora e eu acho que até o gracinha já caiu nos seus encantos. Você percebe? Você encanta as pessoas porque você é boa, amorosa e gentil. – Eu garanti a ela e ela sorriu.
- E você quer mesmo que eu venha morar aqui?
- Eu quero mesmo! E quero passar a vida com você. E quero que a nossa família cresça. Mas eu não quero ser avô dos meus filhos, Hana, então é bom que você decida logo. – Eu brinquei e ela riu.

Verifique o captcha para ler o conteúdo
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......