“Rafael”
Quando chegamos a sala eu apresentei a Giovana e a Rúbia para o Flávio e ele cumprimentou a Hana, que logo ofereceu um café que ele aceitou com um grande sorriso no rosto. A Giovana se sentou ao lado do delegado e esperou.
- Giovana, você sabe sobre o que eu quero falar, não sabe? – O Flávio perguntou.
- Meu pai me disse que você está investigando o John. Delegado, isso é um exagero do meu pai, ele está te fazendo perder tempo, o John é só um cara que queria namorar comigo. Além do mais, já falei para o meu pai que eu não vou mais falar com o John, ele não me interessa mais. – A Giovana falou toda séria, mas o gracinha tinha um sorrisinho meio de lado que eu sabia bem o que significava.
- Ah, estou sabendo. Mas sabe, Giovana, pode não ser nada demais, mas vai que é alguma coisa?! Eu achei interessante a história, porque você é uma moça muito bonita, mas o John é bem mais velho, não é?! – O Flávio era gentil, educado e com aquela aparência, ele certamente conseguia todas as informações que queria das mulheres.
- Sim, delegado, quase vinte anos. Mas o meu pai é um exagerado. – A Giovana respondeu e o Flávio sorriu para ela.
- Todo pai é exagerado. Eu também sou. E pode me chamar de Flávio. – Ele abriu um sorriso para ela e ela retribuiu.
- Você é casado com a amiga da Mel, né?! – A Giovana se interessou. – Você é mais velho que ela?
- Sim, eu sou casado com a Manu e eu sou uns bons anos mais velho que a minha baixinha, mas nem chega perto de serem vinte. – Ele abriu ainda mais o sorriso. – Ela tinha dezenove anos quando eu a conheci.
- Ai, a Mel me contou que vocês se apaixonaram assim, à primeira vista. – A Giovana comentou empolgada e eu revirei os olhos, ela já estava atrás de uma novidade.
- Ah, foi isso mesmo! – O Flávio riu. – Pelo que estou sabendo, foi mais ou menos como você e o Anderson.
- Ai, meu pai já te contou, né?! – A Giovana me deu uma olhada de canto de olho. – Flávio, posso fazer uma pergunta pessoal?
- Pode. – O Flávio estava se divertindo com a língua solta da Giovana.
- Quanto tempo você demorou para beijar a sua esposa depois que vocês se conheceram? – A Giovana perguntou me deixando completamente atônito.
- Giovana! – Eu a repreendi, mas o Flávio estava dando uma bela gargalhada e o Anderson estava todo vermelho.
- Não me diga que o Anderson ainda não teve coragem de te beijar, linda como você é e ele está perdendo tempo? – A Giovana agitou a cabeça num sinal positivo e o Flávio riu mais. – Ah, não, eu beijei a minha baixinha no dia que a conheci. – O Flávio não podia deixar passar, tinha que entrar na pilha da Giovana.
- Acredita que o meu pai disse para esperar?! Fica aí dizendo que eu sou muito nova, eu já tenho quase dezessete, me diz, que garota na minha idade nunca beijou antes? – A Giovana se sentou de lado, bem virada para o Flávio e só faltava uma pipoca ali entre os dois.
- Ah, Rafael, para com isso! Que mal tem um beijo? – O Flávio brincou comigo.
- Vamos ter essa conversa quando a sua filha tiver dezesseis. – Eu brinquei e ele riu ainda mais.
- Eu faço dezessete em breve, pai! – A Giovana reclamou.
- E só vai beijar aos trinta e quatro! – Eu brinquei, tentando ficar sério, mas era quase impossível.
- Vai sonhando! O problema, Flávio, é que meu pai é velho, ainda vive nos tempos em que namoro era só pegar na mão. – Ela reclamou e o Flávio estava se acabando de rir no sofá.
- Ai, Giovana, eu não sabia que você era tão divertida! – O Flávio comentou. – Olha, vou te dizer uma coisa, fica tranquila que seu pai vai liberar esse beijo. Mas sabe, eu fui o único namorado da Manu, ela tinha dezenove e nunca tinha dado um beijo e ela me diz sempre que foi muito bom esperar para me beijar. E eu, bom, eu já tinha dado muitos beijos, mas nenhum foi nem de longe tão bom quanto os beijos dela.
- Mesmo ela não sabendo beijar? – A Giovana perguntou e eu senti na voz dela uma esperança.
- Mesmo que ela não soubesse beijar, porque não tem nada melhor do que beijar a pessoa certa. Às vezes, Giovana, vale a pena esperar pela pessoa certa, aquela que vai te beijar pelo resto da vida. – O Flávio falou e ela sorriu, aquele sorrisinho travesso que eu conhecia tão bem.
- E os amigos dela? – O Flávio tornou a perguntar.
- Ah, tinha uns mais velhos, mas as garotas eram todas mais ou menos da minha idade, algumas até mais jovens. Ela vivia fazendo festas na casa dela, porque a mãe dela nunca estava, aí sempre tinha bebida alcoólica e baseado. Pai, eu nunca fumei baseado, não começa, acho o cheiro daquilo nojento e detesto a fumaça do cigarro também. – A Giovana foi falando, mas eu estava desesperado com a quantidade de coisa que eu não sabia.
- E por acaso você bebeu? – Eu perguntei preocupado e ela me olhou bem séria.
- Pai, eu até tentei, mas o gosto era horrível e eu cuspi. Foi por isso que eu cortei o cabelo, a Aisling disse que eu era uma criancinha e não servia para andar na turma. Eu fui idiota, pai, agora eu sei, mas eu queria entrar na turma. – A Giovana confessou, estava sendo totalmente honesta.
- E na turma, Gi, todo mundo tinha namorado? – O Flávio perguntou, me dando uma olhadinha de lado, como se pedisse para me acalmar.
- Engraçado. Não! – A Giovana o encarou parecendo surpresa com a constatação. – A Aisling proibia namoros entre a turma, dizia que éramos amigos e que namoros atrapalhariam a amizade. Quando o John apareceu eu achei que ela ia ficar uma fera, mas ela disse que como ele era virtual, eu continuaria tendo tempo para os amigos.
- Que estranho. – O Flávio pensou por um momento. – E ela sabia que você ia fugir com ele?
- O estranho é isso, ela estava me ajudando. Eu ia dormir na casa dela e no dia seguinte ela iria comigo até o lugar onde eu ia encontrar o John. – A Giovana revelou.
- É, isso é muito estranho. E como era a mãe dela, Giovana? Você disse que ela nunca estava em casa. – O Flávio perguntou.
- Não sei, eu nunca vi a mãe dela. Acho que ela trabalhava em dois empregos e a Aisling não tem pai e nem irmão, estava sempre sozinha. – A Giovana contou e o Flávio pensou por um momento.
- Álcool e drogas, Giovana? – Eu perguntei e ela estalou a língua.
- Pai, te juro, só tomei um gole de bebida e cuspi e nunca coloquei nem cigarro na boca. – A Giovana me encarou muito séria. Eu estava me sentindo um pai alienado.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......