“Flávio”
Eu levei o Rafael, a Raíssa e o Bóris para a minha sala, eles pareciam tensos demais, ao contrário de mim que estava muito animado com as minhas novas informações.
- Rafael, eu ia te ligar. Estou vindo do presídio onde o Frederico está. – Eu contei enquanto eles se sentavam.
- Flávio, espero que você tenha boas notícias, porque as minhas são preocupantes. – O Rafael avisou.
- Flávio. – O Bonfim entrou em minha sala parecendo agitado. Parecia que só eu tinha boas notícias. – Desculpe interromper, mas você tem um minutinho? É importante.
- Rafael, vocês estão com muita pressa? – Eu perguntei, pois o Bonfim não era o tipo de pessoa tensa ou que interrompia sem um bom motivo.
- Não, Flávio, temos tempo. – Ele me respondeu e se sentou.
- Ótimo, porque eu tenho boas notícias! – Eu respondi animado e saí com o Bonfim. – O que foi, meu delegado?
- O corregedor está na minha sala. Tem uma denúncia contra você, mas ele não me deixou ver e nem me falou mais nada. – O Bonfim falou baixo.
- Ah, que palhaçada! – Eu o encarei. – A corregedoria não tem mais o que fazer, não?
- Eu estou tão surpreso quanto você! Principalmente considerando a sua ficha, todas as denúncias contra você até hoje se revelaram pura manobra de vingança de gente que você prendeu, eu achei que a corregedoria estava sendo mais criteriosa, mas pelo visto me enganei. Quer que eu ligue para o secretário de segurança agora? – O Bonfim já estava pegando o celular.
- Não, vamos descobrir primeiro quem é o palhaço da vez que acha que vai conseguir alguma coisa, porque uma coisa eu tenho certeza, Bonfim, só pode ser uma denúncia falsa, você sabe, eu ando na linha.
- Eu sei disso, Flávio! E coloco a mão no fogo por você. – Ele deu dois tapinhas em minhas costas e nós nos encaminhamos para a sua sala.
- Corregedor, mas que honra receber a sua visita! – Eu obviamente estava sendo sarcástico, ninguém gostava de receber o corregedor, muito menos aquele panaca que nunca tinha saído detrás da mesa e do ar condicionado e não sabia o que um delegado operacional enfrentava no dia a dia.
- Não precisa ser gentil, Flávio! Eu sei que você não está feliz com a minha visita. Ninguém fica! – Ele me respondeu com aquele ar de superioridade.
- Então vamos ser práticos porque eu não gosto de perder tempo e você está perdendo o seu e me fazendo perder o meu. – Eu avisei e ele bufou.
- Você é atrevido mesmo! Eu sou o corregedor, posso fazer da sua vida um inferno, posso acabar com a sua carreira e você ainda acha que pode ser boca dura comigo! – Ele reclamou.
- Eu quis ser cortês, você não quis, então eu estou sendo realista. Não gosto de você, mas entendo o seu trabalho. Eu sei que você também não gosta de mim, mas não tem a menor noção sobre o meu trabalho. Só que de uma coisa nós dois sabemos, você não vai me sacanear porque sabe que eu vou ligar para o secretário de segurança assim que você der as costas e você sabe que ele vai acompanhar mais essa pataquada de pertinho, porque ele entende o meu trabalho e gosta dos meus resultados, que são muito bons aliás! Você viu aquele caso da quadrilha da farmacêutica? Fui eu! – Eu dei um largo sorriso e vi a carranca do outro.
- Você é muito convencido, Flávio! – Ele reclamou.
- Não sou, corregedor, mas eu trabalho direitinho, eu me dedico e ando dentro da lei. Então eu não tenho medo de você e nem das suas ameaças, muito menos de denúncias falsas. Agora vai, fala logo qual é a armação dessa vez. – Eu pedi e me sentei ao lado dele, enquanto o Bonfim deu a volta na mesa.
- Justamente tem a ver com o caso da farmacêutica. O advogado do Frederico Costa procurou a corregedoria e denunciou você por agressão e por plantar provas para incriminá-lo. – O Corregedor jogou a pasta sobre a mesa. – Olha, Flávio, eu não gosto de você, mas como você disse o secretário gosta e eu já recebi algumas denúncias contra você que não deram em nada e eu não estaria aqui se não fossem esses dois detalhes.
- O que você quer? – Eu perguntei sem me dar ao trabalho de pegar a pasta.
- Eu não quero o secretário ameaçando me enviar para uma delegacia no quinto dos infernos. – Ele se lembrou da última vez em que tentou puxar o meu tapete e o secretário se envolveu.
- Ah, Campanário não é ruim assim, é só um lugar bem pacato, você nem tem que ser muito operacional lá. – Eu ri, mas ele não achou muito engraçado.
- Tem! Vamos lá na minha sala, pra você escutar a nossa nova investigação, vou precisar da sua ajuda. E depois você liga para o secretário. – Eu convidei e ele me acompanhou.
Nós voltamos para a minha sala e eu ouvi atentamente tudo o que os meus visitantes tinham para me contar, depois eu contei tudo o que eu tinha descoberto.
- E com essa informação da Hana, Rafael, eu só tenho mais certeza de que o Lenon é irmão do Frederico. – Eu expliquei por fim.
- Eu estou chocado! O padrasto da Hana é pai do Frederico. A Hana não tem a menor idéia disso! – O Rafael estava boquiaberto.
- E eu acho que nem a mãe dela sabe. – Eu comentei.
- O que acontece agora? – O Bóris me perguntou ansioso.
- Agora eu preciso que vocês sejam discretos, porque eu vou investigar o tal Gregório e a empresa dele. E eu também vou investigar a mãe do Frederico, é através dela que eu vou ligá-lo ao Lenon.
- Mas e quanto ao perfil que está me mandando mensagens? – A Raíssa parecia mais aflita que os outros.
- Ah, esse eu tenho quase certeza que é o tal John, que por sua vez eu tenho quase certeza que é o Lenon, só não digo que tenho certeza porque ainda me falta uma prova. Eu vou ligar para o meu amigo da crimes cibernéticos. Vou pedir para ele verificar, mas acredito que ele tenha mascarado os dados, deve estar digamos “invisível” na rede. Ele pode estar navegando pela darkweb. Mas nós vamos pegar um furo. O Anderson te orientou bem, não use as suas redes sociais, vamos evitar que ele te localize. – Eu pedi.
Eu podia imaginar a aflição deles, mas eu precisava de tempo para investigar, de uma coisa eles podiam ter certeza, eu ia enterrar o Frederico de vez e toda aquela corja dele.
- Diz pra Hana que nós vamos pegá-los. – Eu falei para o Rafael quando eles se levantaram para sair.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......