“Rubens”
Eu já estava cansado de conviver com a possibilidade da Rúbia voltar para a Austrália e eu não entendia porque ela insistia nisso, afinal a família dela estava aqui, ela era feliz aqui, poderia fazer o trabalho aqui, eu estava aqui! Mas ela ficava insistindo que eram só três meses... agora bem menos que isso. E aí veio a ameaça do Frederico e aquele outro maluco atrás de todas elas, isso foi demais pra mim. Eu não podia nem pensar nela em outro país correndo risco.
- Você não vai falar comigo, fofinho? Está calado desde que saímos do apartamento do Rafa. – Ela perguntou reticente enquanto eu fechava a porta do meu apartamento.
Eu me virei e a encarei por um momento, eu estava meio que remexendo dentro de mim todas as coisas que eu gostaria de dizer a ela, mas não sabia como dizer. Eu caminhei até o sofá e me sentei.
- Lorão, eu estou preocupado. – Eu confessei e ela se sentou ao meu lado.
- Isso eu notei, fofinho. Quer me contar?
Eu pensei por um momento em como dizer tudo aquilo que eu imaginei que ela já soubesse, mas pelo visto a Rúbia precisava das coisas ditas claramente.
- É essa sua idéia fixa em ir embora, Rúbia. Parece que você não percebeu as coisas ainda. – Eu mergulhei o meu rosto entre as mãos, ficar pensando em tudo o que podia dar errado era exaustivo.
- Rubens. – Ela chamou e segurou o meu pulso, me fazendo olhar para ela. – A minha vida está lá e esses loucos não estão atrás de mim, eles nem se lembram que eu existo.
- Ah, Rúbia, você parece não querer ver o que está diante do seu nariz! – Eu grunhi em frustração. Ela era a mulher mais incrível que eu já havia conhecido, mas era igualmente cabeça dura.
- E o que está diante do meu nariz, Rubens? – Ela me olhou como se olhasse para uma criança birrenta.
- Eu, Rúbia! Eu estou debaixo do seu nariz! Ou melhor, eu estou nas palmas das suas mãos e cada vez que você fala da Austrália eu fico com a sensação de que eu vou ser descartado assim que você comprar sua passagem de volta. – Eu dei uma risada seca, era impossível que aquela mulher não tivesse entendido isso ainda.
- Na verdade a minha passagem já está comprada. – Ela respondeu sem nem me encarar.
- Como é, Rúbia Helena?
- Pronto! Agora aprendeu com a mamãe e vai me chamar de Rúbia Helena sempre que estiver irritado.
Ela se levantou e se afastou de mim, indo mexer nos objetos da estante. Era um traço dela, sempre que ficava meio nervosa ou sem saber o que fazer, ficava mexendo aleatoriamente nos objetos, sem parar.
- É, vou sim! Porque é o seu nome e ele é lindo! – Eu fui até ela e a pressionei contra a estante, segurando suas mãos para que ela parasse e prestasse atenção no que eu tinha para dizer.
- Olha, eu comprei a passagem de volta lá na Irlanda, no mesmo momento que comprei a de vinda, eu não imaginei que fosse encontrar você aqui. – Ela revelou, com os olhos fechados, e eu senti um pequeno alívio.
- Você está me descartando, Rúbia? – Eu perguntei baixo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......