“Flávio”
A coisa ficou bem pior do que eu pensei, vários carros chegaram com bandidos para fora das janelas atirando. Eram tiros de todos os lados e muitos dos bandidos que estavam do lado de fora nos atacando estavam caindo.
- Mas que merda! Acho que alguém resolveu tomar o poder, Renatinha! – Eu falei para a Renata enquanto nos protegíamos atrás da viatura que estava atravessada logo antes do portão.
- Bando de filho da puta, não conseguem se entender nem entre eles. – A Renata bufou. – Delegado, eu tenho um propósito aqui, então vou derrubar o máximo possível pra chegar naquela puta. Hora de trabalhar, bebê! – A Renata conferiu o fuzil e passou a mão nele como se fizesse um carinho, era completamente louca e me fez rir.
- Figuraça você, Renatinha! Tamo junto! – Eu olhei para ela e ofereci a minha mão fechada e ela deu um soquinho. – Seguinte, eu vou na frente…
- Porra nenhuma! – Ela segurou o fuzil para cima, se levantou rapidamente já atirando pra todo lado e saiu dando a volta na viatura. A mulher não era só brava, ela era rápida.
Eu me levantei e corri para estar pelo menos ao lado dela e a verdade era que aquilo estava ficando grande demais. Tinha gente caindo pra todos os lados e parecia que não teria fim. Mas nós fomos dando a volta e nos aproximamos do portão. A Nicole estava poucos metros a nossa frente, escondida atrás de um carro. Ela se levantava de tempos em tempos, disparava e voltava a se abaixar.
A Nicole estava muito focada em atirar contra nós policiais e os guardas e não percebeu um homem se aproximando atrás dela. Ele se aproximou e sorriu, mas antes dele conseguir apertar o gatilho, ele levou um tiro perfeito, bem no meio da testa e caiu.
- Já falei que essa puta é minha! – A Renatinha reclamou, foi ela quem deu o tiro certeiro. – Flávio, fica quietinho aí, me dá cobertura, porque agora eu vou passar pela linha de fogo pra chegar naquuela vadia.
- Fica quietinho nada, Renatinha, quem manda aqui sou eu! Nós vamos juntinhos e eu bom nenhum de nós dois tombar, porque nós prometemos para o Breno e para a Manu cuidar um do outro. No três. – Eu avisei e comecei a contar. – Um…
- Três! Corre, delegado! – Quando ela gritou para eu correr já estava três passos à minha frente.
Eu corri e a alcancei depressa, mantendo o foco na lateral enquanto ela cuidava da frente. Nós avançamos depressa e quando nos aproximamos do carro a Nicole se levantou e disparou em nossa direção. Nós desviamos e nos abaixamos. Eu mirei e disparei na mão da Nicole, foi certeiro e ela deixou a arma cair. Nós corremos para trás do carro e a Nicole estava abaixada, gritando, segurando o punho com a mão boa e a outra mão esfacelada.
- Ih, delegado, quebrou a unha da piranha! – A Renatinha riu.
- Porra, Renatinha, foi um tiraço perfeito, nem mão a vadia tem mais. – Eu respondi e continuei disparando no perímetro, olhando para todos os lados. – Vai que ela é sua, estou te dando cobertura, aqui e depois.
- Sua piranha desqualificada! – A Renatinha chutou a Nicole que gritou, ela já devia estar bem desesperada com a aquela mão. – Você achou mesmo que podia atirar no meu chefe e acertar o meu homem? Você não pode, sua vadia! Eu vou fazer carne moída de você! – A Renatinha pegou a Nicole pelos cabelos e a segurou. – O que vai doer mais?
- ME MATA LOGO! – A Nicole gritou. – VAI, PORRA, ME MATA!
- Calma, piranha, eu ainda não decidi se dou um tiro no meio da sua cara ou se dou três no seu rabo. Se bem que no rabo você vai gostar, né?! – A Renatinha estava como o gato que pega o rato e fica brincando antes de destroçá-lo.
- Vai, Renatinha, dá uma lição nessa vadia! – Eu incentivei.
E assim que eu acabei de falar eu vi o blindado voltando, o que me deu um alívio, porque era uma ajuda que precisávamos naquele momento. Mas aí eu ouvi um coletivo de sirenes e várias viaturas passaram pelo blindado aceleradas e disparando, pegando os bandidos de surpresa. Eu ia beijar os pés do Bonfim! Ele não era só um parceiro, ele era um pai!
- Chegou reforço, Renata! – Eu gritei, o barulho da troca de tiros já era muito intenso, com as sirenes e a gritaria ficou pior. – Faz logo o serviço.
Naquela confusão, enquanto eu nos protegia ali atrás daquele carro e disparava contra o ataque que sofríamos, eu vi alguns bandidos baterem em retirada e algumas das viaturas irem atrás, enquanto as outras, junto com o blindado, fechavam o cerco. Os bandidos que ficaram começaram a se render, eles não estavam preparados para tudo o que aconteceu ali e não aguentariam mais um embate com as viaturas que chegavam.
- Hum, já sei! Te vejo no inferno, vadia! – A Renata falou atrás de mim e eu ouvi o tiro.
Eu ouvi o grito da Nicole, mas eu não podia me virar ainda. A situação ainda não tinha acabado, os policiais que chegaram nas viaturas foram fechando o cerco e rendendo ou derrubando os bandidos que ainda estavam ali e tudo já ia sendo controlado.
- Ora, ora, o delegado de merda e a Quebra Nozes! – Eu ouvi o clique de uma arma sendo engatilhada e me virei. A Renatinha estava rendida, de joelhos no chão e um dos bandidos estava atrás, com a arma na cabeça dela. – Sempre sonhei com esse momento! Que sorte a minha… azar de vocês!
Foi um segundo, um olhar para a Renata e a gente tinha que se entender ali, tudo o que precisávamos era sintonia. Era tudo ou nada, mas se eu morresse ali, eu morreria lutando.
- Uma melhor amiga das piores! – Eu comentei e nós começamos a rir.
- Delegado! Vocês estão bem? – Um dos meus homens se aproximou e nós fizemos que sim. – Que bom! O reforço chegou na hora. A situação foi controlada.
- Ótimo! Carrega essa bandida, vamos mandar para o hospital, está perdendo muito sangue. Renatinha, vou chamar o helicóptero, leva a sua nova amiga para o Hospital Santé, diz para o Fernando salvar a vida dessa piranha porque você ainda quer se divertir. E vai ver o Breno. – Eu avisei.
- E você, não vem comigo? – Ela me encarou.
- Quebra nozes, só acaba quando termina! Agora vem a parte chata, burocracia, colocar as coisas em ordem, masdar bandido pra hospital, pra cadeia, tudo o que acontece depois do show. – Eu passei o braço nos ombros dela.
- Você está ferido, Flávio! – Ela me encarou como se estivesse contando uma novidade.
- É, mas dá pra aguentar, foi só de raspão, eu passo no hospital depois. – Eu respondi e mandei a mensagem para o piloto pousar.
- Pronto! Pra quê que eu fui falar pra engolir o choro! – Ela bufou e se virou para o policial que pegava a Nicole no chão. – Seguinte, Tutu, acompanha essa aí para o hospital e fala exatamente o que o delegado falou. Se ela morrer eu te dou um tranco!
- Sai pra lá, Quebra nozes, nas minhas bolas você não toca. – O policial respondeu.
- Então não deixa essa puta morrer! Vai e leva os outros feridos. – Ela mandou e o outro saiu correndo com a Nicole nos braços. Então ela se virou pra mim. – Se você fica, eu fico! Prometi para a Manuzinha. – Ela deu um tapão no meu braço, bem no lugar que estava ferido e eu suei frio.
- Puta que pariu, Renata! Caralho! – Eu gemi de dor e ela arregalou os olhos e começou a rir.
- Esqueci! Desculpa! – Mas ela estava se acabando de rir.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......