“Flávio”
Eu estava realmente irritado por não ter colocado as mãos naqueles três idiotas ainda! Nós estávamos vigiando o prédio onde o Lenon morava, a empresa do Gregório e a casa da mãe da Hana.
No prédio do Lenon eles não estavam, para a empresa eles também não voltaram e a batida que fizemos na casa da mãe da Hana não encontrou nada! Não tinha nem sinal deles naquela casa, mas eu tinha a sensação de que era exatamente lá que eles se refugiariam. E eu coloquei duas viaturas lá. Uma ficava o tempo inteiro e a outra seguia a mãe da Hana para todos os lugares e aquela cretina ia todos os dias visitar o bandido do Frederico.
- Meu delegado favorito! – A Renatinha entrou na minha sala animada.
- Como está o nosso herói? – Eu sorri ao olhar para ela, sabia que ela estava vindo do hospital.
- Gostoso como sempre! – Ela falou com os olhos brilhando.
Já tinha uns dias que o Breno tinha saído da UTI e a Renatinha estava dividindo o tempo entre o trabalho e o namorado, já que todos da nossa equipe queriam passar um tempo com ele no hospital e nós fizemos até uma tabela de rodízio.
- Tem gosto pra tudo no mundo! – Eu brinquei e ela riu.
- Ah, e o meu gosto é refinado, delegado! – Ela sorriu, mas eu sabia que ela queria perguntar alguma coisa, então eu a encarei e esperei. – Delegado, quando nós vamos fazer a limpa no Pipote?
- Essa semana, Renatinha, mas eu estou esperando a confirmação do reforço. – Eu avisei.
- E será que os três idiotas podem estar lá?
- Duvido muito! Eu continuo achando que eles estão na casa da Suzy. A gente deixou passar alguma coisa lá. Isso não me sai da cabeça.
- Mas nós reviramos tudo delegado!
- Tem algo errado lá, Renatinha! Aliás, tem algo muito errado com a Suzy!
- E a sua intuição nunca falha, Flávio! – O Bonfim entrou, deu um beijo no rosto da Renatinha e colocou uma pasta sobre a minha mesa. – Como você pediu, eu fui bem fundo, cavei a vida dessa mulher até o momento em que ela saiu do útero da mãe dela!
- E você encontrou o que eu precisava! – Eu olhei para o Bonfim com um grande sorriso.
- Ah, eu encontrei muita coisa interessante. A começar que Suzy não é o nome que a mãe dela deu quando ela nasceu.
- Não me diga que a fulaninha usa nome falso? – A Renatinha se interessou. – Ai, delegado, quando a gente prender essa mocréia, deixa eu dar um cacete nela, por favor?
- Mas tá cheia de ódio nesse coraçãozinho, hein, Quebra nozes?! – O Bonfim me fez rir.
- Não é ódio não, Bonfinzinho, é gastura de gente filha da puta! A Nana não merece tudo o que essa mocréia fez com ela não! – A Renatinha tinha toda razão, a Hana merecia mesmo uma mãe melhor. – Mas vai, conta aí o nome da mocréia.
- Suzeta Fernandes! O que aconteceu é que ela mudou legalmente o pré nome e passou a se chamar Suzy Fernandes. Isso foi quando ela veio morar em Porto Paraíso, uns seis meses antes de se casar com o pai da Hana, que ela conheceu justamente depois que se mudou pra cá. – O Bonfim explicou.
- Suzeta Fernandes?! – Eu pensei por um momento, não era um nome que eu ouvia todo dia, mas eu fiquei com a impressão de já ter ouvido.
- Não faz essa carinha fofa não, compartilha esses pensamentos com a gente! – A Renatinha pediu e eu comecei a rir.
- Seu instinto está gritando que você já ouviu esse nome? – O Bonfim perguntou e eu concordei.
- É mais o meu subconsciente mesmo! Não é um nome raro, é só um nome pouco comum, eu já devo ter prendido algum homônimo. – Eu comentei ainda tentando me lembrar.
- Não, você não prendeu um homônimo, mas esse nome já apareceu numa investigação sua. – O Bonfim sorriu. – Confia nos instintos, Moreno, essa mulher já atravessou o seu caminho no passado.
- Você está me dizendo que ela já esteve investigada por mim? Quem é ela, Bonfim?
- Pra se proteger de uma denúncia! – Eu deduzi e o Bonfim fez que sim. Mas eu já estava pensando um pouco mais a frente. – Essa mulher está fazendo esses procedimentos na casa dela.
- Mas tem uma viatura lá. – A Renata comentou.
- Exatamente. E outra a seguindo pra cima e pra baixo. Óbvio que ela já notou. Se nós quisermos dar o flagrante, vamos precisar dar uma aliviada no cerco. Ela precisa se sentir segura para voltar a agir.
- Mas, Flávio, se ela fizesse isso lá, deveria ter algum equipamento, algum material, um remédio que fosse. Nós estivemos lá, não tinha nada! – A Renata tinha razão.
- O problema, Renatinha é que nós só conseguimos o mandado para dar a busca ontem, porque o Fabrício estava fora e o juiz que estava no plantão do final de semana era meio lento. O sequestro foi na sexta e ontem foi segunda, claro que ela já estava esperando por nós e teve tempo de esconder tudo. – Eu estava pensando e não achava a ponta solta.
- Mas esconder onde? Nós reviramos aquela casa. – A Renatinha me lembrou.
- Exatamente, onde? Acho que eu vou fazer uma visita pra Hana, ela morou lá, deve se lembrar de algo. Mas que nós deixamos passar alguma coisa, deixamos! – Eu tinha certeza disso.
- É uma boa idéia, a Hana pode se lembrar de algo que ela não deu importância à época. – O Bonfim concordou.
- Meu delegado, e a investigação da corregedoria? – Eu olhei para o Bonfim.
- Isso está sob sete chaves, Flávio, e nós só vamos ter notícias no final!
- Eu estou achando o corregedor muito quieto. – Eu comentei e o Bonfim concordou.
- Isso te preocupa, delegado? – A Renatinha perguntou.
- Renatinha, se todo mundo está sendo pressionado e tudo fica calmo demais é porque a pressão está aumentando e algo está para explodir pertinho da gente e a gente ainda não percebeu. – Eu tinha certeza de que aquele corregedor ia aprontar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......