“Flávio”
Definitivamente, depois que eu terminasse essa investigação e o Rafael e a família dele não estivessem mais em perigo, eu tiraria férias! Tinha sido uma loucura no hospital no dia anterior, eu fiquei até tarde na delegacia fazendo relatório. Sorte minha que o Bonfim era mais do que parceiro e dividiu o trabalho comigo, cuidou das oitivas dos presos e acompanhou os que ainda estavam no hospital.
Mas eu ainda tinha muita coisa para fazer, não podia me esquecer das coisas que eu observei naquela escola também. Afinal, porque a diretora deixaria de comunicar aos pais algo tão grave? Não fazia sentido nenhum ela reter a informação.
- Bom dia, princesa! – A Renatinha apareceu toda animada, afinal ela tinha se divertido mais que todos nós no dia anterior.
- Bom dia, Renatinha! Como está o nosso herói?
- Bem mais calmo! Dei um cházinho pra ele essa noite, ontem ele estava bem estressado. – Ela falou com um grande sorriso e eu já imaginava que chá era esse. – Passei pra ver a minha cadelinha também, ela te mandou um recado.
- Ah, vocês agora são amiguinhas? – Eu ri.
- Ah, delegado, eu respeito mulheres equilibradas e emocionalmente estáveis como eu! – Ela deu de ombros e se sentou.
- Equilibrada… sei! – Eu dei uma risada. – O que a sua cadelinha quer?
- Ela quer ir logo para o presídio. Ela acha o hospital perigoso demais! Que louca, né?! – A Renatinha riu. – Mas eu falei com os médicos e eles acham que ela pode ser transferida e continuar os cuidados na enfermaria do presídio.
- Tá certo. E pra onde você quer levá-la?
- Por mim eu deixaria aqui na carceragem, ia ser tão mais fácil pra mim. Mas eu sei que não dá, então eu pensei que a minha princesa preferida poderia pedir uma vaga pra ela naquele pra onde vão as gestantes e quem precisa de cuidados.
- Tá generosa, hein, Renatinha, ali é referência!
- É, a cadelinha já está bem zoada, né, delegado. E ela salvou a minha vida ontem. Aquela piranha ia me apagar. Além do mais, aquele é mais pertinho daqui, eu vou poder brincar com bastante frequência e eu não quero ninguém brincando com a minha cadelinha. – A Renatinha sorriu, eu sabia que ela não estava facilitando pra Nicole, ela faria da vida dela um inferno mesmo.
- Tá, vou tomar as providências.
- Bom dia, crianças! – O Bonfim entrou com um sorriso enorme. – Querem se divertir mais um pouco hoje?
- Ah, não, meu delegado, eu sou operacional, mas até eu preciso de um pouco de paz! – Eu reclamei e ele sorriu.
- Ah, claro, só pensei que você gostaria de liderar a equipe que vai prender um certo corrupto. Mas se você não quer, eu mesmo vou. – O Bonfim se sentou calmamente.
- Nao acredito! Saiu a ordem pra prender aquele merda? – Eu fiquei empolgado.
- Pois é, saiu! E como foi você quem levantou o esquema e conseguiu a prova cabal, a que sepulta aquele pilantra de vez, eu pedi uns favores e o chefe está te dando a honra! Está aqui o mandado, para o corregedor, o assessor dele e mais uns dez cretinos da corregedoria. – Ele contou tranquilamente e eu me levantei depressa, fui até ele e dei um beijo no topo da sua cabeça.
- Eu te amo, meu delegado! – Eu o abracei. – Quebra nozes, reune a nossa tropa, hoje a festa é de gala!
- Flávio, não subestima esses caras. Eu vou com vocês e a minha equipe também, eu espero não precisar disparar nem um tiro, mas nós vamos preparados pra guerra. – O Bonfim estava bastante sério.
Enquanto a Renata algemava o assessor, o Bonfim e eu entramos na sala do corregedor, que estava sentado falando ao telefone.
- Querida, te ligo depois. – Ele colocou o telefone sobre a mesa e nos encarou. – Não é educado entrar sem ser anunciado!
- Tem razão! Mas eu não ligo! – Eu respondi com um meio sorriso.
- O que vocês querem? Seu advogado já esteve aqui ontem, Flávio, me encheu o saco a tarde inteira!
- É mesmo? Que bom, mas eu não estou aqui por isso. Eu estou aqui por isso! – Eu mostrei o mandado de prisão e com um grande sorriso no rosto eu expliquei. – Luiz Rodrigues, você está preso por corrupção formação de milícia, tráfico de drogas e associação, entre outras coisinhas!
- Que piada de mau gosto é essa, Flávio? – Ele perguntou, se fazendo de santo.
- Ah, não é piada não! É que enquanto você estava ajudando bandido a fugir, o chefe de políocia estava investigando você! Ah, só pra você parar de se fazer de santo, aquela sua visitinha no Hospital Santé ontem para armar a fuga do Frederico, está toda gravada. – Eu coloquei o vídeo no meu celular e mostrei para ele. – Você ficou bem no vídeo, em perfeito enquadramento, áudio perfeito, uma maravilha!
- Agora facilita, você conhece o procedimento, vira de costas, mãos pra trás e eu vou te algemar e depois te revistar. – Eu instruí e o vi trincar os dentes de raiva.
- Isso não vai ficar assim, Flávio! – Ele tentou ameaçar.
- Não vai mesmo, você também vai ser exonerado, vai ser condenado, cumprirá pena em regime fechado e também já perdeu o patrimônio e o dinheirinho sujo que recebia todo mês! É, Luiz Rodrigues, não vai ficar assim, vai ficar muito melhor! – Eu sorri e ele se virou, devagar, a contragosto, colocou as mãos para trás e eu algemei. Eu tinha ganhado o meu dia!

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......