Entrar Via

Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 1407

“Hana”

Já tinha dois dias desde que tudo aconteceu no hospital. A diretoria estava em reforma, já que havia ficado cheia de buracos de bala em todas as paredes, e eu estava acompanhando tudo. Mas eu recebi um recado do ortopedista, ele tinha mandado me informar que ia tirar as ataduras do Frederico, que tinha finalmente acordado.

- Brutamontes… - Eu me virei para o Rubens.

- Depois de tudo o que aconteceu, eu não vou falar para você não ir. Vamos! – O Rubens se deu por vencido.

Nós entramos na UTI e uma das enfermeiras indicou o leito. Nós caminhamos até lá, tinha dois médicos e uma enfermeira no leito e o Frederico estava acordado e agitado.

- Frederico, é melhor você se acalmar! – O ortopedista sugeriu. – Você teve várias fraturas, sua mandúla está totalmente fixada por meio de parafusos e placas, por favor, se acalme para evitar um acidente.

O Frederico gesticulava insistentemente, mas não falava nada.

- Aqui, Frederico, escreva.

O outro médico ofereceu uma prancheta e uma caneta. O Frederico escreveu algo e mostrou ao médico que o respondeu imediatamente.

- Frederico, você sofreu uma lesão cerebral que causou o seu mutismo e não, não é temporário, nós fizemos todos os exames, você perdeu a capacidade de falar, Frederico, você nunca mais vai falar, assim como você perdeui a visão do olho direito e também é definitivo. – O médico explicou e foi nesse momento que o frederico me viu parada ali na porta e começou a gesticular em minha direção.

Eu me aproximei do pé da cama com um sorriso.

- Escreva, Frederico! – Eu falei com calma. Estava nos olhos dele, por baixo daquelas ataduras que ele queria me matar. Então ele escreveu e virou a prancheta pra mim.

“É tudo culpa sua, vadia! Foi aquele imbecil que me deixou assim!” – Eu li o que estava escrito e sorri.

- Na verdade, Frederico, é tudo culpa sua! Você é um bandido cretino, um covarde que gosta de bater em mulher, ou melhor, gostava, porque eu duvido muito que consiga bater em mais alguma no lugar pra onde vão te levar quando sair daqui. Foi você, Frederico, que tentou me matar. – Eu estava calma e sorrindo.

Ele virou a prancheta e escreveu:

“SAI DAQUI!”

- Ah, não! Eu vim te fazer uma visitinha e soube que o doutor vai trocar os curativos agora. Sabe como é, eu quero ter certeza que você ficou pior do que eu quando você quase me matou de por-ra-da naquele apartamento e me deixou lá para morrer lentamente e sozinha! – Eu sorri.

- Tem certeza que quer ver isso, Hana? – O ortopedista me perguntou, ele havia reconstruído o meu rosto, ele sabia o quanto foi difícil pra mim.

- Ah, eu tenho certeza! – Eu respondi segura.

Mas o Frederico se agitou, ele não me queria ali. Coitado! Ele não tinha que querer. Os médicos seguraram os braços dele e mandaram a enfermeira fazer a contenção e assim que os pulsos do Frederico estavam amarrados a cama, o ortopedista começou a tirar as ataduras.

À medida que o médico desenfaixava a cabeça do Frederico eu me lembrava do que eu senti quando eu passei exatamente por aquilo. Naquele diz eu estava chorando, meus tios seguravam as minhas mãos amorosamente e o médico estava cheio de compaixão.

Eu nunca pensei que o Frederico estaria no meu lugar um dia, mas vê-lo ali, sentindo na pele a dor que havia me causado, me fez ter certeza da lei do retorno. Eu não tinha pena, eu não conseguia sentir compaixão pelo Frederico, porque eu só me lembrava de todo o mal que ele havia me feito e que dois dias antes ele poderia ter me matado.

- Sua vadiazinha ordinária! – A Suzy se virou para mim. – Sai daqui! Você não deveria estar aqui!

- Ah, eu deveria sim! Eu deveria e eu estou, porque o Frederico me devia, aliás, ele vai me dever pelo resto da vida, porque eu nunca mereci os abusos dele, eu nunca mereci os maus tratos, as surras, as humilhações. Já ele, Suzy, mereceu e merece cada coisinha de ruim que aconteceu com ele! Ele procurou por isso! Era meu direito vir aqui e ver com os meus próprios olhos que ele recebeu uma ótima lição!

- Sua… - A Suzy ergueu o braço para me bater, ela já tinha feito isso tantas vezes na vida, mas não faria mais.

Eu segurei o braço dela e o torci para trás, a empurrando para cima da cama do Frederico, que olhava aquilo de olhos bem arregalados.

- Eu não sou mais a mesma! – Eu sorri e puxei mais um pouco o braço da Suzy, que gritou de dor. – Eu não sou mais aquela garotinha assustada e medrosa. Eu agora sei me defender e vocês não podem mais me fazer mal. E fica esperta, Suzy, o que é seu está guardado, mais cedo ou mais tarde a conta chega!

Eu soltei o braço da Suzy e dei mais uma bela olhada no Frederico, com um belo sorriso no rosto.

- Doutor, obrigada pelo espetáculo! Você é mesmo o melhor! – Eu me virei e saí dali com o Rubens atrás de mim.

- Pequeeeenaa! O que foi aquilo? Você passou por cima deles como um rolo compressor! – O Rubens riu e me abraçou.

- Ah! Me julguem, mas eu achei muito bem feito para o Fredrico! E tomara que aquela cara fique cheia de cicatrizes horrorosas. – Eu respondi.

- Querida, ninguém pode te julgar, você é humana, depois de tudo o que você sofreu com esse bandido, você tem todo o direito de se sentir assim. – O Rubens sorriu. – Agora vamos até a lanchonete tomar um café!

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque