"Hana"
Já tinham se passado dois dias desde que eu tinha aberto o cofre do meu pai. E nas duas últimas noites eu havia sonhado com ele, as duas vezes me abraçando e dizendo o quanto estava feliz em me ver bem e que estava ansioso pela chegada do meu filho. As duas vezes eu acordei sentindo saudade, mas também uma grande tranquilidade. Depois de tudo, mesmo que a Suzy não pudesse mais ser condenada pela morte do meu pai, ela ficaria presa pelo resto da vida e isso já era suficiente para mim.
A minha vida finalmente parecia caminhar para a normalidade, as coisas estavam sendo colocadas em seus lugares e eu me sentia bem, feliz e tranquila.
- Hana! - O Nelson apareceu diante da minha mesa, eu já o esperava há alguns dias.
- Nelson! Que bom te ver! - Eu sorri e ele me ofereceu um copo de café e ofereceu outro ao Rubens ao cumprimentá-lo.
- Eu ia te convidar para um café em algum lugar, mas eu acho que para o que temos que conversar aqui é o melhor lugar.
O Nelson sorriu e eu concordei, ele era de uma sensibilidade impressionante, sabia como abordar as pessoas, sempre sabia o que dizer e tinha aquela atmosfera de calma e tranquilidade em torno dele.
- Vamos nos sentar no sofá, Nelson, é mais confortável! - Eu convidei e ele me acompanhou até o sofá. - Olha, eu disse ao Rafael que eu confio nele e eu estou muito feliz que ele esteja falando com você.
- Que bom, Hana! Eu também fico feliz que ele tenha me procurado de novo. Ele disse que eu posso te contar qualquer coisa que você queira saber. Por onde você quer começar?
- Nelson, eu só estou fazendo isso porque ele insistiu, eu não tenho idéia do que te perguntar, porque eu sei que ele não vai me fazer nenhum mal.
- Não vai! E eu sei que ele insistiu nisso. Então eu vou te contar umas coisas e você decide o que perguntar. - Eu concordei e ele continuou. - Você sabe sobre a luta?
- Sim, ele partiu para cima do cara e não conseguiu parar e isso teve consequências.
- Exato! Bom, o que aconteceu foi que o outro lutador foi para o hospital e ficou alguns dias sedado. O Rafael ia ao hospital todos os dias e visitava o outro homem, pedia perdão, mesmo com o outro sedado. Ele conversou com a família e com o treinador do outro lutador. Quando o outro lutador acordou, demorou um tempo para ele aceitar ver o Rafael, mas quando aceitou foi para dizer que não havia ressentimento, ele reconheceu que também errou e que poderia ter sido o Rafael a estar no hospital. O Rafael pediu perdão a todos, Hana, mas o Rafael não perdoou a si mesmo.
- Isso é muito triste, Nelson, a situação toda.
- Sim, triste e difícil.
- Como o Rafael chegou a você?
- O outro lutador foi tratado aqui e no dia em que ele chegou eu estava acopmpanhando uma paciente até a UTI, o pai dela estava em estado crítico e ela estava a beira de um colapso. Então eu vi o Rafael coplapsando do lado de fora, me chamou muito a atenção e antes de sair com a minha paciente perguntei a uma enfermeira sobre ele. A enfermeira me contou sobre o ocorrido e como o Rafael estava desesperado.
- E você falou com ele?
- Não, eu o observei. No dia seguinte eu voltei e vi o Rafael olhando o outro pelo vidro. Ele não tinha ido para casa. Eu me coloquei ao lado dele e esperei, era como se ele não me visse. Então eu falei com ele e ele precisava falar com alguém. Eu deixei o meu cartão e esperei que ele me procurasse. Demorou três dias para que isso acontecesse.
- Foi rápido!
- Sim, ele estava angustiado, precisava ser ouvido. - O Nelson sorriu. - Engraçado, foi o caso do Rafael que me deu a idéia de como abordar uma pessoa recentemente, alguém que precisava de ajuda e ainda não tinha se dado conta, mas tem um bom amigo que agiu por ele.
- Nada como a experiência, não é?!
- Pois é! Mas o Rafael realmente tinha uma raiva incontida, ele precisava aprender a lidar com ela.

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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......