“Alessandro”
- É hora de começar a falar, Gutemberg. Cadê aquele diabo? – Perguntei já me sentindo cansado e mal humorado.
- Eu não sou burro, Alessandro, quero tudo no papel e assinado, garantindo que eu não vou para a cadeia e que o meu patrimônio e da minha família não vai ser tocado. – Gutemberg falou com a cara mais cínica do mundo.
- Gutemberg, primeiro que você não está em condições de exigir nada. Segundo que você não tem patrimônio nenhum, tudo o que você acha que tem você roubou de mim, então, esquece. E terceiro, você não impõe condições aqui, você fala o que sabe e o delegado decide como melhorar a sua vida. – Falei querendo esmurrar a cara daquele ajudante do satã.
- Bom, então vocês que se virem. – Gutemberg falou e cruzou os braços com um sorrisinho no rosto.
- Bom, então você que fique vinte anos na cadeia. E isso considerando que você terá progressão de regime por bom comportamento. Eu não sei se você está entendendo, mas estamos lidando aqui com fraude, assassinato, seqüestro e associação criminosa, da qual você faz parte. Você responderá por todos esses crimes e ainda por obstrução da justiça. E eu terei um enorme prazer em colocar o cadeado na grade da sua cela. Vamos! – o delegado da delegacia anti fraude falou e puxou o Gutemberg pelo braço.
- Mas eu não matei e nem seqüestrei ninguém. – Gutemberg bradou.
- Mas sabia de tudo e está ajudando na fuga do suspeito. – O delegado rebateu.
- Eu conto! Mas eu quero pelo menos a redução da pena. – Gutemberg exigiu.
- Isso você terá nos termos da lei, se fizer uma confissão completa. A confissão não serve pela metade. Então vai ter que contar tudo. – O delegado informou.
- Está bem, eu vou falar. – Gutemberg finalmente concordou. – O Junqueira comprou um haras no interior, faz uns quinze dias que ele concluiu o negócio. Vocês devem conhecer o lugar, era do Joaquim Furtado. Eles está quebrado e vendeu o haras pro Junqueira a preço de banana.
- Eu sei onde fica. – Heitor falou do sofá onde estava desde que entrei na sala, absorto em seus pensamentos. – Eu estive lá com a Isabela semana passada. Não sabia que tinha sido vendido.
Quando Heitor acabou de falar, percebeu que Samantha havia entrado na sala. Samantha olhou pra ele e arqueou a sobrancelha, me entregou um papel e saiu.
- Que merda! – Heitor praguejou e se levantou para ir atrás dela.
- Você fodeu com tudo, mas agora não é hora de tentar consertar. Anda, fala tudo o que sabe da família Furtado, porque nós não sabemos muito. – Patrício falou sério sem dar chance para o nosso amigo sair atrás da Samantha.
- Que droga, Patrício! – Heitor protestou.
- Você acha mesmo que ela vai te ouvir agora? Ou que você vai ter alguma chance se ela souber que você não contou o que sabia? – Perguntei a ele. – Nesse momento todas elas estão focadas na Cat, o que querem, assim como eu, é ver o Junqueira atrás das grades, porque são boas amigas. Então, agora meu amigo, foca nisso também e depois todos nós te ajudaremos.
- Está bem. – Heitor bufou. – Eu só quero me explicar com ela. Mas, tá bom, depois eu faço isso. O que sei é simples, o Joaquim era funcionário do alto escalão da Concisa Concretos, mas a empresa quebrou e ele ficou na rua, sem receber nem um centavo. Ele está vendendo uma boa parte do patrimônio para pagar dívidas e sobreviver. A esposa e as duas filhas são dois tubulões jorrando dinheiro no ralo, elas gastam muito e ele está se virando para mantê-las no patamar que estão acostumadas. Mas eu não sabia que ele tinha vendido o haras. É uma propriedade muito linda.
- Ótimo, vamos até lá, então. – O Delegado Bonfim falou. – Anote, por favor, Sr. Martinez, todas as informações que tem sobre o lugar, inclusive como é, quantos funcionários, quantos cômodos e entradas na casa. Se conseguir, seria bom desenhar um mapa da propriedade.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......