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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 213

“Junqueira”

Já estou nesse inferno há um mês! Como as coisas deram tão errado? Eu tinha um plano perfeito! Eu roubei milhões daquela empresa durante anos, mas na hora de dar o golpe fatal tudo desandou. A culpa é daquela mulherzinha. A Catarina entrou no meu caminho na noite em que os pais do Alessandro morreram. Era pra ele ter morrido também, mas estava com aquela sonsa. Desde aquela noite as coisas começaram a dar errado.

Agora eu estou aqui, jogado nesse inferno imundo e fedorento. E eu nem consegui matar aquele estúpido do Alessandro. Eu atirei nele e antes que eu pudesse puxar o gatilho pela segunda vez, eu fui atingido na perna. No hospital o médico explicou que a bala se fragmentou e destruiu as terminações nervosas e a vascularização no local, seria impossível reconstruiu, então amputaram a minha perna inteira, quase na virilha, seria impossível a colocação de uma prótese. Agora eu dependo dessas malditas muletas para andar.

Depois que cortaram a minha perna, me transferiram do hospital para a enfermaria desse presídio horroroso. E assim que eu estava um pouco melhor me jogaram naquela cela imunda com mais três homens mais do que esquisitos.

Nunca pensei que fosse passar por tanta coisa como tenho passado nesse lugar. Na minha primeira noite na cela um dos homens veio me provocar e eu o mandei cuidar da própria vida e me deixar em paz, que ele não passava de um pobre coitado. Ele me estuprou enquanto os outros dois me seguravam e depois disso eu virei a putinha da cela. Eles se revezavam à noite pra me estuprar e davam o meu rabo para os outros presos como pagamento de qualquer coisa. Foi um mês nessa tortura de ser violado todos os dias. Depois de muito implorar ao diretor, finalmente ele me transferiu de pavilhão.

Cheguei no novo pavilhão ontem. Continuo dividindo uma cela imunda com três homens estranhos, mas, pelo menos esses não me estupraram, nem chegaram perto de mim, o que foi um alívio. Saí para o banho de sol e me encostei no muro, olhando em volta daquele lugar cheio de grades e arame farpado. Os policiais não ficavam dentro do pátio, mas ficavam em torno do gradil observando.

- Mas olha só quem nos deu a honra de se juntar a nós! – Ouvi a voz familiar e me virei pra olhar. Cláudio estava parado próximo a mim e ao seu lado estavam o Gustavo e o Kauã.

- Rapazes! Finalmente rostos conhecidos! – Falei sentindo um alívio, pois teria quem me ajudasse ali naquele inferno.

- Ah, Malvadeza, o que aconteceu? Tá meio abatido, sem a perninha. Tá parecendo um saci desbotado! – Kauã falou naquele tom idiota que ele tinha.

- As coisas não saíram muito bem. – Lamentei.

- É, nós ficamos sabendo! – Gustavo abriu um sorrisinho debochado.

- Te falei, né, Malvadeza, que eu arrumava uns caras pra ajudar, mas cê quis fazer o negócio sozinho, aí no que deu. – Kauã me lembrou que realmente tinha oferecido encontrar uns caras para o serviço sujo, mas eu não confiei nele.

- Pois é, Junqueirinha, e sabe o que é pior? Você deixou os parças na pedra enquanto estava na rua. Isso não se faz, meu amigo! – Cláudio tinha um brilho diabólico nos olhos.

De repente, os outros presos começaram a se aproximar, fazendo uma roda em torno de nós. Nenhum policial fez menção de dispersar os presos e isso me acendeu um alerta.

- Um braço, três costelas e quatro dentes quebrados, muitos hematomas, vários cortes suturados pelo corpo. Vai passar uma semana aqui na enfermaria e depois pode voltar para o pavilhão. Ah, mas nós temos poucos recursos, então o único analgésico que temos é dipirona, não vai aliviar muito a dor não. Mas é o que temos. – O médico falava como se não se importasse.

- Então, senhor José Carlos Junqueira, o senhor só me causa problemas. – Vi a figura do diretor do presídio de pé ao meu lado. – Daqui a uma semana eu tenho que te levar de volta para o pavilhão, então, como eu sou bonzinho, vou deixar você escolher, você quer voltar para onde estava, quer voltar para a sua antiga cela ou quer ficar no isolado?

- I-isso-isolado, por favor! – Eu mal conseguia falar, mas o tal isolado deveria ser melhor do que os pavilhões.

- Ótimo, farei isso pelo senhor. Mas, depois não reclame. – O diretor foi se retirando. – Ah, quase esqueci, o senhor sabe, o estado tem poucos recursos e nós não dispomos de dentista aqui no nosso maravilhoso hotel, então, não poderemos oferecer tratamento dentário ao senhor, ficará banguelinha! – O diretor saiu rindo.

Uma semana depois recebi alta da enfermaria e fui levado para o tal isolado. A cela era como um corredor, tinha uma cama minúscula de alvenaria com um colchonete e um buraco no chão ao fundo, onde eu fazia minhas necessidades, e ficava de pé para me lavar o mínimo com a pouca água que recebia em garrafas pet para beber e fazer minha higiene. A porta não era de grades, era uma chapa grossa de ferro com uma janelinha que abria pelo lado de fora somente na hora das refeições e a única iluminação natural era por um buraco pequeno no alto da parede. Quem estava no isolado não saia para o banho de sol e nem tinha contato com outros seres humanos.

Eu realmente fui trancado no inferno! E, pelo que o advogado público me disse, não tinha a menor chance de eu sair de lá em menos de quarenta anos. Mas até lá, eu já estaria morto!

A cada dia que passava ali eu odiava ainda mais os Mellendez, não era para ter dado nada errado, mas aquela ordinária da Catarina tinha que ter cruzado o meu caminho. Eu odiaria aquela família até a morte.

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