Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 463

“Flávio”

Saí do apartamento o mais rápido possível, não queria que a minha baixinha fosse perturbada. Eu estava enfurecido, quem aquela louca pensava que era para me confrontar assim. Minha vontade de dar um tiro no meio da cara dela e sumir com o corpo era quase incontrolável.

Saí pela portaria do prédio e a encontrei no meio da calçada. A peguei pelo cotovelo e saí puxando até a esquina. Eu estava cego de fúria, talvez a jogasse debaixo do primeiro carro que passasse na rua. Essa mulher já estava me tirando do sério.

- Que porra você está fazendo aqui, Sabrina? – Eu reuni todo o pouco controle que ainda tinha para não matá-la e não gritar ali no meio da rua.

- O que você acha? – Ela me olhou cinicamente e eu precisei contar até dez para não apertar o seu pescoço.

- Sabrina, nós fizemos um acordo. – A lembrei, eu mal conseguia falar de tanta raiva.

- É, fizemos, mas eu mudei de idéia. Não vou te dar um mês para que você me arme alguma cilada. – Ela falava calmamente, como se não soubesse o tipo de pessoa explosiva que eu sou.

- Cilada? Cilada foi o que você armou pra mim, sua filha da...

- Deixa a minha mãe fora disso, Flávio. Até porque ela nem sabe de nada mesmo. – Ela tinha o rosto plácido, mas seus olhos tinham o fogo da maldade brilhando neles.

- O que você quer? – Não adiantava querer argumentar com ela. Sabrina era uma mulher mimada e birrenta e quando queria algo simplesmente não ouvia o que as pessoas falavam.

- Você sabe o que eu quero. – Ela deu um sorriso provocante.

- Não vai rolar, mas não vai mesmo! – Deixei claro, voltar pra ela não era uma possibilidade.

- Será que não? Vamos perguntar pra ninfetinha o que ela acha. – Sabrina se virou para caminhar em direção à portaria do meu prédio.

Eu precisava entender porque ela voltou, pois ela pareceu que cumpriria o nosso acordo. Mas ela não confrontaria a Manu, de jeito nenhum. Nesse momento vinha passando um taxi pela rua e eu tive uma idéia. Dei sinal e ele parou, eu puxei a Sabrina, abri a porta e a joguei dentro do carro, batendo a porta em seguida.

- Aaaiiii! Quê isso, seu grosso? – Ela reclamou e eu não estava nem aí.

- Você está no mesmo hotel? – Perguntei seco.

- Sim, eu...

- Te encontro no saguão em vinte minutos. – Tirei uma nota de cem e entreguei ao motorista, sabendo que pagaria umas quatro corridas como aquela. – Senhor, só pare esse carro e a deixe descer no Hotel Savanah, por favor. – O motorista sorriu cortês e saiu com o carro para o trânsito.

Voltei para dentro do meu prédio. Agora eu precisava persuadir o porteiro.

- Ô, meu amigo, deixa eu te falar uma coisa, qual a chance de você ter me visto aqui? – Perguntei.

- É melhor você parar de rir, Flávio, ou eu volto lá naquele prédio e acordo a ninfeta! – Sabrina ameaçou e eu tentei me conter.

- Sabrina, me explica isso. Por que você cortou os cabelos? – Eu estava mesmo tentando parar de rir.

- Encontrei a Lisandra no shopping hoje e fomos tomar um café. – Sabrina começou. – Eu estava sentindo a minha cabeça coçar desde que saí daqui na sexta. A Lisandra notou que eu estava coçando a cabeça e perguntou porque. Contei tudo a ela e ela ficou horrorizada com a sua falta de consideração.

- Minha falta de consideração? – Achei estranho, pois a Lisa nunca suportou a Sabrina e não perdia uma oportunidade de aprontar pra ela.

- Pois é, Flávio, até a sua irmã me apóia! – Sabrina declarou triunfante. – Mas ela me contou de quando teve que cortar os cabelos curtinhos e sua mãe ficava dizendo que era moda entre as jovens francesas, mas era só desculpa para que ninguém soubesse que ela havia pegado piolhos.

Eu achei isso estranho. A Lisa nunca teve piolhos. Quando ela tinha quinze anos, num ato de pura rebeldia, se trancou no quarto e cortou os cabelos. Ela tinha longos cabelos negros que iam até a cintura e queria fazer um corte Chanel, mas nossa mãe a proibiu. Então ela se trancou no quarto e decidiu ela mesma cortar com uma tesoura escolar. Foi um desastre! Minha mãe teve que chamar um cabeleireiro e a única solução que o coitado encontrou foi cortar um corte bem curto, mas que ficou muito bem para a minha irmã.

- A Lisa me disse que o tal piolho bota ovos tão minúsculos que são invisíveis aos olhos e a única forma de se livrar deles é cortando o cabelo, em alguns casos, quando se demora muito a cortar, é preciso até raspar. – Sabrinha contava estarrecida com os fatos sobre piolhos. – E ela mesma encontrou um piolho na minha cabeça. Aí ela me acompanhou a um salão no shopping mesmo e eu tive que cortar o cabelo todo.

Eu não podia rir, não podia denunciar a minha irmã, a Sabrina a mataria. A Lisa foi longe demais dessa vez, embora fosse engraçado, e bem que a Sabrina merecia o castigo. O corte curto ficou horrível, não combinava com ela, além de ter sido mal cortado, parecia que seu queixo ficou protuberante demais como aquelas bruxas de desenho animado, seu nariz pareceu desproporcional ao restante do rosto e seus olhos eram pequenos demais. De fato, o cabelo é a moldura do rosto e nem todo mundo fica bem de cabelo curto.

- Olha, Sabrina, me desculpe, eu não tinha idéia. – Tentei parecer sincero e esconder a minha diversão.

- O pior é que eu nem posso colocar um mega hair, pois ficou curto demais. E ainda nem consegui comprar uma peruca. – Ela lamentou e eu quase fiquei com pena. – E foi por causa da sua falta de consideração que eu decidi voltar e acabar logo com essa palhaçada de prazo. – Sabrina arrematou, mas eu não acreditava nisso. Eu precisava ligar para a Lisa e saber direitinho o que aconteceu em Campanário depois que eu saí de lá.

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