Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 471

“Manuela”

Eu tinha acabado de chegar ao escritório, ainda nem tinha sentado em minha cadeira quando o Rick surgiu atrás de mim como uma assombração, me fazendo dar um pulo de susto.

- Manu. – Ele falou com uma voz cavernosa e eu gritei de susto.

- Aaaaaiiiii.... – Olhei pra trás e o vi com olheiras escuras e o cabelo meio desgrenhado. – Que susto, Rick!

- Me desculpa, não queria te assustar. – Ele falou de cabeça baixa.

- Ei, o que foi? – Perguntei levantando o seu queixo com o dedo.

- Toma um café comigo? – Ele pediu como uma criança.

- Vem, vamos tomar um café. – O levei até a copa e servi o café pra ele. – O que está acontecendo?

- A Taís vai embora. – Ele falou de uma vez.

- Como assim vai embora? – Perguntei.

- Ela disse que não está feliz, que precisa de um tempo e que precisa de distância para decidir se ainda me ama. Ela está indo morar com os pais. – Ele falou e limpou a lágrima que escorreu pelo seu rosto.

- Como assim? – Perguntei chocada.

- Nem eu sei, Manu. Mas ela não quer que ninguém saiba, ela disse que ainda não tomou uma decisão e não quer que os amigos fiquem ligando e tentando fazê-la voltar. Ela voltará quando decidir o que quer. – Rick já não conteve as lágrimas.

- Mas todos vão saber que ela foi embora. – Falei sem compreender.

- Ela vai dizer que o pai está doente e precisa ir cuidar dele. – Ele explicou de cabeça baixa.

- E você concordou com essa mentira? Aliás, você concordou com essa de tempo? – Eu estava chocada.

- Concordei com tudo. Ela é minha esposa, Manu. Eu a amo. Se ela está em dúvida o que eu posso fazer? – Rick estava perdido.

- Mas esse tempo é indefinido? – Perguntei quase sem acreditar nesse absurdo.

- Bem, ela não disse por quanto tempo, então acho que é indefinido. – Rick soluçou.

- E enquanto isso você fica aqui sendo um bom marido e fingindo que está tudo bem? – Eu achava a situação um absurdo.

- É isso aí. Ela disse que vai pedir demissão ao Heitor e vai pegar o vôo hoje à tarde, quando eu voltar pra casa ela não estará lá mais. – Rick estava tão triste que eu realmente não sabia lidar com a situação.

- Mas o que aconteceu pra ela tomar essa decisão, Rick? De algum lugar isso tem que ter saído.

- Ela apenas me disse que não sabe se ainda me ama, que não está feliz e que precisa se afastar para pensar e assim que tomar uma decisão ela me comunica. – Rick suspirava e as lágrimas caíam de seu rosto.

- Rick, você precisa contar a verdade, ao menos para os rapazes, você precisa de todos os seus amigos agora. – Eu realmente achava que um dos rapazes, com mais experiência que eu, poderia ajudá-lo mais.

- Por favor, Manu. Você é o meu túmulo das confissões, lembra?

- Claro, Rick, não vou contar pra ninguém e vou te ajudar. Eu vou sempre te ajudar, meu amigo.

- É o trabalho.

- Bom, serei rápida, só queria pedir que você e os rapazes não fiquem o enchendo de perguntas e que tentem distraí-lo e animá-lo. Pode ser? – Mas ele não me respondeu. – Flávio, pode ser? – Refiz a pergunta.

- Claro, claro. Desculpe, tem um trabalho importante em minha mesa. Mas não se preocupe, nós vamos distrair o Rick.

- Obrigada, grandão. Não vou te atrapalhar mais.

Desliguei o telefone com a pulga atrás da orelha. O que estava acontecendo com o Flávio? Ele nunca havia me atendido assim, com tão pouco interesse, ele nem se depediu, não mandou um beijo, nada. Será que ele já estava se cansando de mim? Será que ele faria comigo o mesmo que a Taís fez com o Rick? Um milhão de teorias brincavam na minha cabeça e em nenhuma delas ele ficava comigo.

Eu já nem tinha ânimo para ir para a reunião das garotas, mas a Sam estava tão empolgada com o seu noivado e as idéias para o casamento, que eu não seria uma boa amiga se não estivesse lá para ela nesse momento. Então no fim do dia, coloquei um sorriso no rosto e fui encontrar as minhas amigas.

Saí um pouco mais cedo da reunião com as garotas, dizendo que estava com dor de cabeça. Como eu estava de carro, nem liguei para o Flávio. Fui para o apartamento e, como eu havia imaginado, ele ainda não tinha chegado. Tomei um banho, me deitei e os pensamentos vinham como uma tempestade em minha cabeça, nada de bom, todos os cenários possíveis eram trágicos na minha cabeça.

Nos últimos tempos o Flávio estava agindo estranho, passando muito tempo na delegacia, atendendo a ligações misteriosas. E agora começou a ficar distraído, parecia distante de mim.

Na minha cabeça acontecia o apocalipse, quando escutei os passos do Flávio pelo quarto. Ele foi para o banheiro e escutei o chuveiro ser ligado. Vinte minutos depois ele se deitou ao meu lado, passou a mão em meu cabelo e ficou quieto. Fiquei de olhos fechados. Nem um beijo, nem me puxou para o seu abraço, nada. Simplesmente se deitou e dormiu.

O fim estava próximo e eu tinha certeza disso. Talvez ele ainda não tivesse terminado comigo só porque eu tinha vindo morar com ele e ele achava que eu não tivesse pra onde ir. Mas eu poderia alugar outro apartamento e resolver isso. É, eu perguntaria para a Sam se o irmão dela poderia me alugar um quarto do apartamento dela que ele estava ocupando, isso resolveria meu problema de não ter pra onde ir.

Eu estava imersa em meus pensamentos no meio da madrugada e ouvi o telefone do Flávio vibrar sobre a mesa. Ele se levantou, saiu do quarto para atender e quando voltou não se deitou. Pouco depois escutei a porta do apartamento abrir e fechar. Ele tinha saído de novo, no meio da noite.

N.A.:

Queridos, nos capítulos 132 e 134 do livro “Casal 2 – Heitor e Samantha”, vocês vão se lembrar que a Taís deixou o grupo sob o pretexto de ir cuidar do pai e também vão se lembrar que a Manu conversa com a Samantha e conta suas preocupações e o medo de que o Flávio a deixe. Alguém avisa para o delegado que já passou da hora dele contar a verdade para a Manu? Eu acho que ele deveria ter mais fé no amor e não ter tanto medo de que ela o deixe. Ou será que ela não vai aguentar saber que ele está casado, mesmo que nem ele soubesse, e vai deixá-lo? ***Alerta de spoiler*** Nós vamos descobrir isso muito em breve.