Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 486

“Flávio”

Manu estava cheia de energia essa manhã. Quando cheguei à cozinha ela já estava me esperando com a mesa posta para o café da manhã. Era bom vê-la assim, leve e despreocupada.

- E o que você quer fazer hoje, Baixinha? – Perguntei já pensando em aproveitar o dia de sol com a minha Manu.

- Pra começar, eu quero ler o bilhete que o meu amigo me entregou ontem e o delegado apreendeu. – Manu falou enquanto passava geléia na torrada e eu não sabia se ela estava falando sério ou se divertindo às minhas custas.

- Que bilhete? – Me fiz de desentendido.

- Flávio, vamos ter que falar de novo sobre confiança? – Manu olhou pra mim e agora eu sabia que era sério.

Suspirei e me levantei, fui até o sofá na sala e peguei o bilhete no bolso do meu paletó, que ficou esquecido ali na noite anterior depois que eu o soltei para pegar a minha baixinha no colo. A noite tinha sido muito boa. Voltei para a mesa e entreguei o bilhete para a Manu.

- Muito bem! Doeu? – Manu era impossível.

- Doeu sim, doeu muito ver um moleque dando em cima da minha namorada! – Fui sincero, eu estava mordido de ciúmes dela. – E está me matando saber que vocês se vêem todos os dias e eu não posso fazer nada.

- Mas você fez, delegado. Você marcou seu território ontem com aquele beijo indecente que você me deu na frente de todo mundo. Duvido que alguém se atreva a chegar perto de mim com segundas intenções. Aliás, duvido que algum cara se atreva a chegar perto de mim. – Manu falava tranquila e eu abri meu sorriso.

- Ah, aquele beijo foi muito bom! – Ri ao me lembrar que a agarrei sem nenhum pudor pra qualquer um ver e a beijei como se fosse despi-la ali mesmo.

- Só porque foi muito bom que eu não vou brigar com você! Além do mais, gostei de ver as caras do grupo de fofoqueiras da faculdade, elas estavam sentadas atrás de mim e ficaram a palestra inteira falando o quanto o delegado era gostoso.

- Ah, Baixinha, então você também estava com ciúmes? Mas elas não tocaram em mim, já o seu amiguinho... – Eu ainda não tinha engolido o tal Paulo Henrique.

- Nossa, Flávio! Você acha mesmo que qualquer homem tem chance contra você? Se olha no espelho, você é um deus grego, não dá pra olhar pra outro tendo você. – Meu sorriso ficou maior.

- Quer dizer que você só tem olhos pra mim? – Ela fez que sim. – Então por que o moleque estava com o braço sobre o seu ombro? – Manu bufou.

- Lê o bilhete, Flávio. – Ela colocou o papel dobrado em minha frente.

- Eu confio em você. – Respondi e dei um beijo rápido em seus lábios.

- Eu quero que você leia! – Ela insistiu. Olhei meio desconfiado, mas ele esticou o bilhete em minha direção.

Peguei o papel e desdobrei. Eu não estava preparado para o que li naquele pedaço de papel. Olhei para a Manu que estava segurando uma risada e olhei de volta para o papel onde estava escrito:

“Que homem é esse, amiga? Será que tem alguma chance dele ser gay e me dar o número dele depois da palestra?”

Manu explodiu em uma gargalhada, vendo minha expressão de surpresa.

- Ele é gay? – Perguntei ainda sem acreditar.

Eles se cumprimentaram efusivamente, era muito nítido que havia afeto genuíno entre eles. Apresentações feitas e eu me senti como se fosse avaliado pelo pai e o irmão dela. O pai parecia realmente um homem gentil, mas o irmão parecia extremamente protetor. Já a cunhada, tinha um sorriso fácil e tratava a Manu como uma irmãzinha. Não me escapou a emoção que vi nos olhos do pai e do irmão ao ver a Manu.

- Pai, cadê as malas? Vocês não vão ficar com a gente? – Manu perguntou chorosa.

- Não, Manu, vamos voltar pra casa hoje mesmo. Sua mãe nem sabe que estou aqui. Vim falar com um advogado para tratar do divórcio. – O pai dela explicou e eu percebi que a Manu entendia isso muito naturalmente.

- Ah, mas vocês poderiam ficar... – Ela insistiu como uma criança. Era bom vê-la com a família, ver que nem todos eram como a mãe maluca dela.

- Uma próxima vez. – O pai falou com paciência e se virou pra mim. – Flávio, vejo que você está cuidando bem da minha garotinha.

- Faço o possível, senhor Orlando. Mas eu acho que é ela quem cuida de mim. – Sorri pra ela e não pude deixar de notar que ela não se parecia em nada com o pai, mas os olhos eram como os do irmão dela, exatamente os mesmos olhos caramelo. As feições dos dois eram muito parecidas, embora o irmão fosse bem alto. Mas o curioso é que eles não se pareciam com o pai, mas também não eram filhos da mesma mãe.

Pelas horas seguintes a conversa fluiu leve e descontraída, eles me contaram muito sobre a Manu e sobre a relação complicada dela com o irmão mais novo e com a mãe. Esses dois pareciam ser o grande problema dessa família. Depois do lanche, a Manu puxou a cunhada para o quarto, aparentemente as duas tinham coisas de mulheres para conversar.

- Obrigado por cuidar dela, Flávio. – O pai dela falou agora mais melancólico. – A relação com a mãe é conflituosa demais.

- Às vezes eu acho que aquela mulher nem é a mãe dela. – O irmão bufou e o pai o olhou atravessado.

Nisso eu concordava com o meu cunhado, eu também custava a acreditar que aquela mulher era a mãe da minha baixinha.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque