Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 487

“Flávio”

O irmão da Manu parecia não engolir a madrasta e o comentário dele era o que qualquer pessoa que conhecesse as duas diria, mas o que me surpreendeu, foi a reação do pai, que pareceu se incomodar por alguma razão com as palavras do filho e o repreendeu.

- Não diga bobagens, Camilo! Você está muito impressionado desde que a Manu esteve na sua casa. – O pai lhe chamou a atenção, mas isso despertou o meu interesse.

- Impressionado? – Perguntei querendo que eles falassem mais. Meu instinto dizia que tinha mais coisa ali.

- Camilo ficou um ano sem ver a Manu, desde que ela veio pra cá. A viu de novo somente quando ela foi lá na cidade para falar que ia se mudar. Mas desde então ele anda impressionado com a mudança da irmã.

- Quando eu conheci a Manu, ela já estava assim, essa mudança já tinha acontecido. – Expliquei.

- Pai, não é possível que você vai negar que elas se parecem. – Camilo reclamou com o pai.

- Fala baixo, garoto! Não quero que sua irmã escute esse absurdo! Eu já disse que você está só projetando a imagem dela na Manu. – O pai lhe chamou a atenção.

- E o senhor, não? Vai continuar negando que também ficou impressionado? – Camilo desafiou o pai que olhou pra ele sem saber o que dizer.

- Agora fiquei curioso. Com quem ela se parece? Imaginei que fosse com a mãe, pois ela não se parece com o senhor, embora tenha muita semelhança como irmão. – Expliquei ao pai minha impressão.

- É, mas você sabe que o Camilo e a Manu não são filhos da mesma mãe, não sabe? – O pai dela me perguntou e eu fiz que sim.

- Vou te mostrar e você me diz por si mesmo. – Camilo pegou o celular e me mostrou uma foto de uma mulher linda e parecidíssima com a Manu.

- Quem é ela? – Perguntei achando aquilo tudo meio esquisito, imaginando que talvez fosse uma tia.

- Parece ou não parece? – Camilo insistiu.

- É como se a mulher da foto fosse uma versão um pouco mais velha da Manu. – Respondi com sinceridade.

- Eu te disse, pai! Vai dizer que ele também está projetando? – Camilo falou triunfante.

- Camilo, é impossível! Isso é só uma coincidência. Você anda assistindo muita novela com a sua esposa e fica aí pensando em teorias impossíveis. – O pai olhou para o filho como se explicasse a mesma coisa pela milésima vez.

- A mulher da foto é a minha mãe. Ela morreu quando eu tinha sete anos. Ela estava grávida de uma menina e morreu no parto. – Camilo explicou e algo se acendeu em mim.

Na foto Manu estava com duas trancinhas no longo cabelo castanho claro e também tinha uma franja farta que quase lhe cobria os olhos. Ela usava óculos enormes e aparelho. De fato era diferente e seu rosto, que era rechonchudo e não definido como é agora, ficava praticamente coberto pelos óculos e pela franja, mas olhando bem se notava as semelhanças. Sorri olhando a foto, era a foto de uma menina, mas a Manu agora era uma mulher.

- Entendi. Sogro como o senhor conheceu a sua segunda esposa? – Perguntei ainda olhando a foto da menina de tranças.

- Rita era funcionária no laticínio. Meu casamento estava passando por uma fase conturbada, eu cheguei a sair de casa por uns dias e cometi o erro de me envolver com a Rita, depois minha esposa descobriu que estava grávida e nós reatamos. Eu fui um fraco, pra não dizer coisa pior. Me arrependo muito disso. A Rita ficou grávida também. E aí começaram os problemas. Mas a Manu não sabe disso. – Orlando me confidenciou no exato momento em que a Manu e a cunhada voltavam pra sala e a conversa foi encerrada, mas minha veia investigativa já tinha sido cutucada e eu tinha milhões de perguntas girando em minha cabeça. Havia qualquer coisa ali que estava fora do lugar e eu não consegui mais parar de pensar nisso.

- Bom, rapazes, sinto muito em interromper o assunto, mas nós temos que ir ou vamos chegar muito tarde. – Olívia, a cunhada, estava pondo fim a visita.

- Ah, mas ainda é cedo. – Eu mesmo reclamei, pois a presença deles era agradável e deixavam minha baixinha muito feliz.

- Não, Flávio, Olívia tem razão, está na nossa hora. – Meu sogro se pôs de pé. – Da próxima vez eu venho passar uns dias com vocês.

Acompanhamos a família da Manu até a portaria do prédio e quando ela se despediu deles na calçada, seus olhos estavam marejados. Ela sentia falta da família, claro, eles eram acolhedores e gentis e a tratavam como uma jóia preciosa, como eu mesmo pensava que ela era.

Mas a minha cabeça estava tentando juntar peças em um quebra cabeças, tentando entender aquela história que, por enquanto, estava cheia de lacunas. Antes que eles partissem passei o número do me telefone para eles e anotei os números deles, e, sem a Manu perceber, combinei de ligar para o meu cunhado, eu com certeza ia querer saber mais sobre essa história.

Eu sei que pessoas estranhas podem guardar alguma semelhança, dizem que cada um de nós tem um sósia em alguma parte do mundo, mas aquilo ali era coincidência demais. Eu ia dar uma investigada nessa história com certeza.

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