Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 503

“Rita”

O dia estava tão quente e eu cheguei da igreja exausta, precisando de um banho e um refresco. Era cansativo posar de esposa abandonada e ter que aceitar todos os conselhos e lamentos pelo meu marido ingrato que saiu de casa. Na verdade, quando cheguei e percebi que o Orlando havia saído de casa eu fiquei bem contente, já estava cansada dele, mas eu precisava manter o meu papel de esposa amorosa abandonada.

- Cidaa! Cida! – Chamei a empregada, mas era uma lesa, sempre demorava a dar as caras.

- Pois não, patroa. – Cida apareceu enxugando as mãos no avental.

- Onde está o Juliano?

- Dormindo, patroa.

- Traz um refresco pra mim, eu estou com muito calor. – A empregada saiu da sala e voltou com a bandeja com o refresco. Ela estava me olhando desconfiada. – O que foi, Cida?

- Patroa, o Seu Camilo esteve aqui mais cedo.

- O que aquele infeliz veio fazer na minha casa? Você o deixou entrar, sua imprestável? – Eu já tinha proibido a entrada daquele insuportável na minha casa, e mesmo depois que a Manuela foi embora ele não tinha voltado aqui. Então, por que daquela visita indesejada?

- Patroa, eu não consegui impedir, ele foi entrando e disse que ia esperar a senhora, aí ele pediu um café...

- Você deixou aquele traste sozinho, sua imprestável?

- Patroa ele pediu um café, foi só o tempo de ir lá na cozinha fazer o café. E o mal educado ainda cuspiu o café e disse que estava ruim. – A Cida falou emburrada.

- Seu café é ruim mesmo. – Com isso eu tinha que concordar. – Ele mexeu em alguma coisa?

- Ele só foi ao banheiro, patroa.

- E você deixou, inútil?

- Quando eu trouxe o café ele estava voltando lá de dentro e disse que tinha ido ao banheiro, patroa, eu nem vi.

- Meu deus, como é imprestável! Vai, Cida, some da minha frente antes que eu jogue esse copo na sua cabeça. – Ela desapareceu da sala e eu fiquei pensando o que aquele moleque veio fazer aqui, o que ele estava procurando.

A campainha tocou insistente e a Cida passou correndo por mim para abrir a porta. Eu acabei de chegar da igreja e não tive paz ainda. Meus planos de tomar um banho e descansar estavam sendo estragados.

- Bom dia, Rita! – O Cândido aparecer em minha casa era novidade, ele e o Orlando não se davam bem.

- Cândido? O que faz aqui? – Perguntei surpresa com as visitas que estavam batendo a minha porta hoje.

- Vim ter uma conversinha com você. É sobre o nosso acordo. – Só me faltava esse homem desistir de casar o traste do filho dele com a Manuela.

- Eu já te disse que vou trazer aquela menina de volta. Não se preocupe.

- Seu filhinho é tão imprestável quanto o meu. – Cândido riu, sabendo que pegou meu ponto fraco.

- Claro que é, ele está aprendendo com o seu filho, não é mesmo. Mas o meu filho tem uma mãe para brigar por ele e cuidar dos interesses dele. – Ele não ia falar assim do meu filho.

- Grande mãe! – Cândido riu. Ele parecia de muito bom humor. – Seguinte, Rita, te dou um mês pra buscar a menina, um mês. E ela não vai se casar com o meu filho, vai se casar comigo.

- Como assim com você? – Por mais que a Manuela fosse sofrer horrores por se casar com um velho, o Cândido daria a ela uma vida boa, ao contrário do filhinho dele que eu sabia bem como maltratava as mulheres. – O trato é que ela se case com o seu filho.

- Ah, Rita, para! Pouco importa se é comigo ou com meu filho, o que importa é o que eu vou te pagar e eu vou te pagar o dobro pra ela se casar comigo. – Mas olha que a proposta do velho safado era boa.

- O dobro é? Você ficou tão impressionado assim com ela? – Achei interessante, pois o Cândido havia ficado viúvo há muitos anos e nunca quis se casar de novo.

- O dobro e nada mais. Nem tente em tirar mais proveito disso. – Ele me alertou e eu o conhecia bem o suficiente para saber que era melhor aceitar a oferta que ele me fazia.

- Está bem, dentro de um mês a fedelha é sua, por mim você pode fazer o que bem entender com ela. – Concordei com o acordo, era vantajoso pra mim.

- Você a odeia muito, não é?! – Cândido me olhava muito interessado.

- Ela fugiu de casa, Cândido, me encheu de vergonha, ela merece um bom castigo. – Era toda a explicação que ele arrancaria de mim. – Agora vai, some da minha casa, quando eu tiver novidades te aviso.

Cândido finalmente saiu da minha casa, rindo, numa felicidade que era até estranha. Peguei minha bolsa, eu faria uma visitinha para aquele peste do Camilo na empresa.

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