“Manuela”
Bocejei mais uma vez, sentada em minha mesa no trabalho. Eu não havia dormido e cada parte do meu corpo estava cansada pelas atividades noturnas com meu namorado.
- Minha nossa, desse jeito o meu irmão vai acabar com você! – Lisandra colocou uma caneca de café sobre a minha mesa.
- A maquiagem mal consegue esconder suas olheiras, Chaveirinho. – Rick riu.
Eu sorri para os dois, peguei a caneca de café, me recostei na cadeira e tomei um gole.
- Igual a essa noite, seu irmão pode acabar comigo o quanto quiser. – Sorri pra Lisandra que arregalou os olhos e alargou o sorriso.
- Acho que vou me mudar para a sua casa, Rick. – Lisandra e Rick riram de mim.
- Você está roubando o meu amigo e ainda vai me abandonar? – Fingi que estava magoada e os dois riram.
- Ah, Chaveirinho, você tem o delegado pra te consolar, já a Lisa e eu estamos sozinhos no mundo. – Rick estava fazendo piada comigo.
- Só porque querem, com toda certeza. Como foi a noite de vocês? – Perguntei.
- Dormi como um bebê! Coisa que eu não fazia desde que me mudei para aquele apartamento barulhento. Sério, me surpreende que nenhum vizinho tenha reclamado ainda. – Lisandra riu.
Nesse momento o Alessandro saiu do elevador parecendo estressado, ele passava as mãos pelos cabelos agitado.
- Ah, que bom que vocês estão reunidos. – Alessandro se aproximou. – O Patrício tirou uns dias de férias, sendo assim, conto com vocês para facilitarem a minha vida, não quero virar as noites no escritório ao invés de estar com a minha família.
- Não se preocupe, Alessandro, nós teremos tudo sob controle. – Rick garantiu. – Lisandra foi uma ótima aquisição, ela está preparada e tem habilidades surpreendentes, ficaremos bem. Por quantos dias o Patrício vai ficar fora?
- Um mês! – Alessandro fez uma cara de desgosto. – Foi de repente, mas eu simplesmente não podia dizer pra ele que não dava.
- Não tem problema. Ele disse o que aconteceu, se precisa de algo? – Eu ficava bem impressionada com o Rick, ele era controlado, calmo e administrava crises como poucos conseguem.
- Não, ele não disse nada, mas acho que ele está com o mesmo problema que você, Ricardo. – Alessandro cruzou os braços a frente do corpo e encarou o Rick.
- Como assim? – Rick pareceu confuso.
- A Virgínia pediu demissão ontem. Isso te lembra alguma coisa? – Alessandro falou simplesmente. Rick e eu nos entreolhamos surpresos. Alessandro encarou o Rick. – Vai nos contar que você e a Taís se separaram ou nós vamos continuar fingindo que não sabemos de nada?
- Não precisam fingir. – Rick suspirou e encarou o Alessandro. – Na verdade ela havia pedido um tempo e só a menos de um mês me pediu o divórcio. Eu ainda estou assimilando o que aconteceu, porque nem eu mesmo sei como as coisas chegaram a isso.
- Pior do que eu pensava então. – Alessandro encarava o Rick. – Você precisa de férias? Ou de alguma outra coisa?
- Não, eu estou bem. Tenho duas garotas lindas cuidando de mim. – Rick brincou apontando para a Lisandra e para mim.
- Cuidado, o irmão de uma e namorado da outra é um cara grande. – Alessandro brincou e o Rick riu. – Não esqueça que você tem muitos amigos. As garotas vão ficar chateadas por terem sido excluídas. Vamos nos reunir no domingo em minha casa. Todos nós, isso te inclui, Lisandra, a Cat quer te conhecer. Agora vamos voltar ao trabalho e se acharem que precisam, peçam ajuda a minha esposa. – Alessandro se virou para voltar a sua sala.
- Alessandro? – Lisandra chamou.
- Patrício não se lembrou de mim e... – Lisandra parecia incerta sobre o que dizer.
- Ele foi viajar, não vai estar no almoço de domingo, se era isso que você queria saber. – Alessandro deu um meio sorriso de lado e foi para a sua sala. Lisandra respirou aliviada.
- Juliano, o cara é polícia, não vou me meter com ele não. – Um dos amigos recuou.
- Deixa de ser frouxo, cara! Ele não pode contra nós três. – Juliano tentou encorajar o amigo.
- Algum problema aqui, delegado? – Um policial que estava na viatura perto do prédio se aproximou do Flávio.
Desde que a minha mãe apareceu no apartamento o Flávio havia destacado viaturas para ficarem perto do meu trabalho, da faculdade e do prédio onde morávamos. Eu achava desnecessário, mas agora eu estava aliviada por isso.
- Sim, temos um problema. – Flávio falou com muita calma e outros dois policiais se aproximaram. – Esses três não podem se aproximar da Manu ou da minha irmã. Tira uma foto deles, divulga para o grupo e depois acompanhem os garotos para fora dos limites da cidade. Mas garantam que seja um passeio agradável para eles.
- Pode deixar, delegado. Os meninos vão se divertir e nós mais ainda. – O policial riu de um jeito que dizia que o passeio só seria divertido para ele.
Eles algemaram o meu irmão e os amigos e colocaram dentro da viatura, um deles pegou a chave do carro do Juliano e eles saíram dali. Flávio entrou no carro e me olhou muito sério.
- Por que vocês estavam aqui fora? – Ele perguntou e parecia nervoso.
- Eu achei que não teria problema te esperar aqui por um momento. – Respondi com a voz baixa e me assustei quando ele socou o volante.
- Você tem idéia do que poderia ter acontecido se eu não tivesse chegado? Só de pensar que esse moleque poderia encostar em você de novo eu tenho vontade de matá-lo. – Flávio apertava o volante com tanta força que até tive medo que fosse quebrá-lo.
- Me desculpe... – Falei com a voz ainda mais baixa e ele se debruçou sobre mim.
- Não peça desculpa, baixinha. – Ele me abraçou me puxando contra si. – Eu sei que tudo isso é difícil, mas, por favor, seja mais cuidadosa. Eu morro se alguma coisa acontecer com você.
- Nada vai me acontecer e eu vou tomar mais cuidado. – Falei passando os dedos em seus cabelos curtos. Era uma promessa que eu fazia a ele e a mim mesma, eu seria mais cuidadosa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......